Jean Paul Gaultier: Olivier Rousteing assina coleção de alta-costura

O terceiro convidado de Jean Paul Gaultier foi Olivier Rousteing, o estilista que revolucionou a Balmain desde que ingressou na marca, em 2009. Nesta extraordinária coleção couture, Rousteing trabalhou códigos afetivos de Gaultier que estavam em sua memória: a icônica fragrância Le Male de Gaultier na embalagem de lata, que pertenceu ao seu pai e inspirou os sapatos e um look inteiro; Madonna vestida por Gaultier em um conjunto com seios à mostra no gala amfAR de 1992 que o levou a reinterpretações do corpete com seios expostos em trompe l’oeil; a percepção de liberdade de expressão trabalhada desde sempre nas coleções por Gaultier presentes em looks não binários. Tudo isso, mais recursos preciosos de produção de maravilhas em forma de roupa, da Maison de Jean Paul Gaultier, serviu de base para esta coleção. O belo trabalho com fitas, tanto na alusão a roupas confeccionadas com fita métrica quanto tressês e zíperes, plissados esculturais, a incrível risca de giz que na verdade é uma ilusão criada com inserções de crepe branco – o processo levou 600 horas. Há, ainda, o corpete encomendado ao especialista responsável pelos vitrais da catedral Notre Dame. Alfinetes viraram decoração para roupas e acessórios. Gaultier foi o primeiro a levar o jeans para a alta-costura e Rousteing não deixou essa ousadia de fora. A mistura entre luxo máximo e rua, que sempre esteve no radar do eterno enfant terrible da moda parisiense foi combustível para o também disruptivo Rousteing. O resultado foi emocionante.