Louis Vuitton viaja através da mitologia para inverno 2021
A Louis Vuitton escolheu o Louvre, mais especificamente as galerias de Michelangelo e Daru, em vias de ser reformadas, para fechar em grande estilo a temporada de desfiles de Paris. Com mais de 11 mil expectadores, isso somente no Instagram, acompanhando o desfile, Nicolas Ghesquiere viajou através da mitologia para dar corpo à coleção e falar de representações femininas diferentes. Uma delas é Vitória Alada de Samotrácia. Há, em torno dela, uma simbologia de liberdade e aventura em desbravar o desconhecido que funciona perfeitamente como metáfora para os dias atuais e que fica a mensagem para seguirmos em frente. A tradução para o Inverno da marca francesa é inspiradora visualmente. No lugar dos costumeiros drapeados que essa referência sugere, entram em cena volumes interessantes e uma mistura de elementos reforçando a estética que Ghesquière vem exercitando em suas coleções. Elementos esportivos se misturam a detalhes bem femininos e texturas interessantes. Tudo isso aparece muito bem amarrado no belo look de abertura do desfile, com saia-nuvem combinada com jaqueta e tricô oversized. Outra referência importante foi a parceria com o ateliê artístico italiano Fornasetti, fundado em 1940, cujo acervo com mais 13 mil artefatos, virou combustível decorativo para roupas e acessórios e resultará em uma posterior coleção cápsula apresentando uma ampla seleção de itens Louis Vuitton que se baseiam nos motivos Fornasetti, como edifícios, fechaduras, chaves e retratos. A coleção por Fornasetti, com imagens da antiguidade, constrói um diálogo estético e criativo de viagem no tempo com uma variedade de esculturas gregas, etruscas e romanas do museu. O resultado é uma rica combinação de cores, texturas e técnicas tradicionais, incluindo jacquard, bordados e impressão a laser. “Com esta colaboração, eu queria usar as peças para evocar a modernidade contínua do mundo artístico de Fornasetti”, diz Ghesquière. Bravo!