SPFW 58: Regina Guerreiro e as Joias da Rainha

Desde meados da década de 1960 trabalhando em veículos de imprensa de moda, Regina Guerreiro é chamada de Rainha por várias gerações que aprenderam com ela e nela se inspiraram. Sua influência, trajetória e legado estão sendo homenageados neste SPFW com a exposição “As Joias da Rainha”, em cartaz no Pavilhão das Culturas Brasileiras, no Parque Ibirapuera, onde ocorrem parte dos desfiles do calendário desta edição.

Regina resolveu ser jornalista aos 16 anos. Sua imagem foi construída entre lendas e histórias propagadas entre seus parceiros fotógrafos, produtores, maquiadores, cabelereiros e modelos. O curador e consultor de arte Renato De Cara, que conviveu profissionalmente com Regina no final dos anos 1990, lembra que eram anos quando as referências chegavam lentamente e o mercado brasileiro corria atrás, analogicamente, para se atualizar. “Sem a rapidez da internet, as informações eram preciosamente editadas – principalmente por ela, diretamente das temporadas em Paris. Um capítulo à parte são as histórias vividas em seu quarto de hotel, junto com seu então assistente Paulo Borges, escolhendo os cromos que serviriam de inspiração e divulgação aqui pelo Brasil”, conta.

A mostra reúne retratos com interferências de pinturas pelos artistas Rodolpho Parigi, Alexandre Ignacio Alves e Paula Scavazini e em bordado por Gabriel Pessoto; Renato Dib pintou as bocas de Regina em lenços; Fabio Rodriguez elaborou um mural geométrico com formas como se fossem lapidações de cristais; Artur Lescher, Edgar de Souza e Sandra Lapage emprestaram obras de seus acervos que remetem a ambientes luxuosos; enquanto Laura Teixeira, Fulvia Marchesi e Paula Junchem produziram obras/objetos pensando no universo da editora de moda; e  Arivânio Alves, Thiá Sguoti e Delfina Reis ilustraram com obras contemporâneas algumas das imagens de editoriais de época.