SPFW N57: Aluf apresenta coleção no primeiro dia de evento
Aluf abre SPFW N57 na noite desta terça-feira, no JK Iguatemi, em São Paulo.
Em um concerto de cordas na Sala São Paulo, há um ano e meio, Ana Luisa Fernandes teve um momento de catarse, chorou sensibilizada e se deu uma missão: emocionar as pessoas através de seu trabalho, assim como se sentiu tocada pelo espetáculo. Era o início do processo criativo da coleção Prosopopéia para a sua Aluf, que abriu o SPFW na noite desta terça-feira, no JK Iguatemi, ao som da Orquestra Sinfônica de Heliópolis e da soprano Maria Gerk, além da participação da bailarina Hellen Teixeira.
Desde sua primeira coleção, Ana Luiza tem levado para a passarela coleções sensíveis, consistentes criativamente, fortes em pesquisa de materiais, corajosas em propor alternativas com apelo sustentável e em diálogo constante com a arte. “Falei do porquê da arte em sete coleções. Agora, é como se fosse a arte pela arte. Pela necessidade que ela tem de existir e nos emocionar”, contou a estilista no backstage, antes da apresentação. O processo criativo a levou ao seu antigo caderno de literatura e, também, ao quadro com flores de Jan Davidsz de Heen, que inspirou a estampa floral bold e efeito blur, concebida com a ajuda da inteligência artificial. Do barroco holandês ela migrou para o movimento no Brasil.
O barroco visto pelos olhos de Ana Luisa é sutil, dourado e rebuscado em detalhes e joias da collab com @marcela.cavalheri, amiga dos tempos de graduação. Surge ainda nas flores que decoram vestidos, nos volumes moldados delicadamente e nas texturas como o do chenille, do algodão com toque rústico, do jacquard e do veludo feito com fibra de celulose certificada. Chapéus imensos finalizam looks com apelo romântico/urbano/cool acompanhados de bolsas e calçados em parceria com a Escudero. É uma coleção que indica o início de uma nova fase da estilista e da marca, mais madura em relação à roupa como produto, com boa modelagem, design e tempero artsy.