Valentino apresenta coleção de alta-costura em seu próprio ateliê, em Paris
O verão 2022 da alta-costura da Velentino contou com um catwalk calmo e harmonioso, traduzindo verdadeira e literalmente a expressão ''menos é mais''
Às vezes, menos é mais. Mesmo que essa seja uma conta complicada no mundo da alta-costura, quando o “mais” representa o mínimo. Pensando nessa direção, Pierpaolo Piccioli quis eliminar as distrações para a apresentação de hoje da Valentino. Sem pirotecnias, shows ou settings mirabolantes, o desfile colocou foco nas criações e nas técnicas de couture da casa — o cenário, inclusive, foi o próprio ateliê da alta-costura da Valentino, na Place Vendôme, com seus salões e escadarias. Um catwalk calmo e, como Piccioli definiu, com “foco na forma”, que deu abertura à exibição de possibilidades que o criador pode exercitar com sua equipe.
A rigor é para isso que serve uma apresentação de alta-costura, afinal: exibir um catálogo de opções possíveis para uma clientela que busca uma roupa exclusiva e sob medida. E ali estão em resumo todos os códigos que o italiano vem exercitando: a alfaiataria larga, os bordados contemporâneos, a combinação de cores fortes, florais, drapeados, volumes sedutores e uma sensualidade jovem que é sempre bem-vinda na couture, com seus bustiês, mínis, transparências e decotes profundos. Destaque também para o casting, feito de maneira diversa e sem alarde: ainda que de maneira tímida, a marca fez um bom mix de cores de pele, tamanhos de manequim e idades diferentes. Uma apresentação bem pé no chão para um mundo e uma moda que ainda rodopiam sem rumo no pós-pandemia.