Chanel apresenta coleção de verão 2022 na alta-costura
Para a temporada mais quente - e glamourosa - do mundo da moda, a Chanel traz coleção que celebra especialmente sua jaqueta clássica de arquivo
A jaqueta clássica da Chanel foi idealizada por Gabrielle Chanel nos anos 1950, inspirada nas jaquetas masculinas austríacas. Enquanto estava no comando da maison, Mademoiselle não poupou esforços para aperfeiçoar a peça feita em tweed, um de seus tecidos preferidos. Nesta coleção alta-costura verão 2022, Virginie Viard dedicou à peça quase a coleção 2022. Item especial no portfólio de assinaturas da marca francesa, a jaqueta pode ser considerada, mesmo, uma obra-prima. É estruturada e flexível ao mesmo tempo, e foi concebida para vestir como uma segunda pele, dando total liberdade de movimentos à mulher. Perfeição total se for feita sob medida, como as da alta-costura.
Na versão clássica, é combinada com saia abaixo da linha do joelho. A diretora criativa parte do approach clássico para os vários exercícios que pontuam toda a coleção. A jaqueta ganha variações acinturadas e alongadas. Vira vestido mini e mídi. Na modelagem original, faz look com sobressaia usada como segunda camada, cobrindo um vestido de renda. É combinada, ainda, com calça em alfaiataria, saia em bordado laise, plumas e organza de seda.
Versatilidade, conforto e preciosismo são conceitos-chave e foram simbolicamente reunidos na abertura do show, com a princesa e amazona Charlote Casiraghi usando uma jaqueta preta de tweed e paetês e montada a cavalo. Entre os looks de festa, a silhueta anos 1920 predomina, com a cintura baixa marcada por transparência, vestidos etéreos que flutuam como se estivessem suspensos. Muitos babados, franjas, macramê, rendas brilhantes, tweeds iridescentes, botões coloridos de joias. Destaque para o vestido inteiramente bordado pelo ateliê Lesage com camélias construtivistas em contas pretas, brancas e coral, usado com uma jaqueta preta. Finalizando, Mary-Janes bicolor com saltos inspirados nos anos 1920 e que já foram revisitados nos anos 1980.
Toda a coleção dialoga com a decoração assinada pelo francês Xavier Veilhan, com suas referências às vanguardas dos anos 1920 e 1930 e um aceno à estética das Exposições Universais, que foram um reflexo das mudanças sociais do século XIX com o avanço da revolução industrial. A trilha sonora, ao vivo, foi conduzida por Sébastien Tellier tocando instrumentos gigantes imaginados pelo próprio artista.