André Lamoglia está de volta ao Brasil e conversa com a L’Officiel
André Lamoglia volta ao Brasil para gravação de ‘Os Donos do Jogo’ no Rio de Janeiro, e conversa com a L’Officiel sobre a experiência impactante
De volta ao Brasil para protagonizar uma das maiores produções nacionais da Netflix neste ano, André Lamoglia vive um momento especial em sua carreira. Depois de conquistar reconhecimento internacional como Iván na série espanhola "Elite", o ator carioca assume agora um novo desafio: dar vida ao Profeta em "Os Donos do Jogo", thriller dirigido por Heitor Dhalia que mergulha no universo das apostas e do jogo do bicho no Rio de Janeiro.
Em meio às gravações intensas e à rotina acelerada, André aproveita cada momento para se reconectar com suas origens. De volta às paisagens que marcaram sua infância e juventude, ele compartilha com a L'Officiel Hommes Brasil as emoções desse retorno, as diferenças entre a vida em Madrid e no Rio, e os desafios de interpretar um protagonista em um projeto nacional tão impactante. Com entusiasmo, o ator também revela suas práticas de bem-estar para equilibrar a carreira e a vida pessoal, seus gostos musicais e suas reflexões sobre moda e estilo:
Durante as gravações de “Elite”, você costumava vir ao Rio com uma certa frequência, mas agora está, de fato, passando mais tempo no Brasil. Como é estar de volta na sua terra natal? Como você equilibra as duas realidades?
Aprendi a também amar Madrid, onde construí uma rotina nos últimos anos e mantenho residência lá; ao mesmo tempo, o Rio sempre terá lugar especial dentro de mim e é pra onde sempre faço questão de voltar, não só pelos amigos e familiares, que são o principal, mas pela cidade também, que é maravilhosa apesar dos pesares. Estar no Brasil, trabalhando em um projeto tão grande, me faz sentir um baita privilegiado, ainda mais mantendo um pé aqui e outro lá.
O que mais mexeu com você nesse retorno? Algo te pegou de surpresa?
Acho que a maior surpresa foi perceber o quanto coisas simples da rotina deixaram de ser postergadas. Estar gravando na minha cidade, onde está toda a minha família e muitos amigos, me faz aproveitar coisas que antes não tinha na rotina, como poder passar um tempo com eles, almoçar em um dia de folga com meus pais, fazer um esporte na praia com meus amigos, estar presente em uma data especial. Quando você mora em outro país, começa a notar o que tinha no seu dia a dia e que muitas vezes nem era observado. Cada cidade tem seu encanto e coisas que a outra não tem. Lá, eles também têm muitas coisas das quais sinto falta. Mas hoje, se tenho uma brecha aqui, não deixo de dar um mergulho no mar.
Entre as gravações, você tem conseguido curtir o Rio ou a rotina está intensa demais?
Realmente, as gravações estão sendo muito intensas, com muitas horas por dia e cenas que, muitas vezes, exigem muita energia, tanto mental quanto física. Estou me dedicando ao máximo; muitas vezes uso meu tempo livre e até mesmo as folgas para estudar e manter tudo sempre preparado. É um processo muito intenso, mas estou mega feliz. Agora, sempre que posso, corro para a praia — e nada como um banho de mar para colocar as coisas no lugar. Também estou aproveitando para rever amigos daqui e passar mais tempo com a família.
A experiência de gravar no Brasil te trouxe algo que você não viveu em “Elite”?
Com certeza. Em “Elite”, eu entrei em uma engrenagem já funcionando. Já era uma série consolidada, com uma fórmula clara, que também tem seu peso. Mas aqui, no novo projeto, eu estou desde o início, participando da construção do Profeta, oportunidade que já tive em outros projetos no Brasil, mas está sendo especial, e isso me dá uma liberdade diferente. Além disso, gravar no Brasil, especialmente no Rio de Janeiro, tem outro peso emocional. Estar em locações que fazem parte da minha história, ouvir o sotaque carioca no set…
E quais os planos para o futuro?
O plano é seguir me envolvendo em projetos que façam sentido, com histórias que me desafiem e me inspirem, seja da forma que for. Não importa o lugar; estou disposto a ir aonde for necessário, desde que o roteiro seja envolvente e me desperte a vontade de mergulhar naquilo. O que importa, no fim, é que eu sinta que aquela história tenha muito a oferecer. Minha mochila está sempre pronta pro próximo destino, seja para onde for.
Quais músicas não podem faltar na sua playlist?
Quando o assunto é playlist depende muito do momento que estou vivendo, da situação, você pode considerar a playlist mais diversa de todos os tempos! Rs Amo desde alguns artistas que viraram clássicos, das antigas, como Phil Collins, até ouvir uns hits chicletes e atuais. Eu uso, inclusive, muito a música para o meu trabalho, como ferramenta que me ajuda a entrar em situação, e move meus sentimentos.
Não saem da minha playlist várias do Jack Johnson, e do Charlie Brown Jr. como “Dias de luta, dias de glória”, e também “On my Way”, do Phil Collins.
As tendências vêm e vão. Você costuma adotar algumas? Quais?
Gosto de acompanhar as tendências, antes de tudo, porque elas sempre aumentam nosso repertório de possibilidades ao pensar no que vestir. Nunca as sigo à risca porque acho que Moda também expressa nossa identidade, personalidade e tem que estar ligada a se sentir bem na própria pele, então, eu adapto aquilo pro meu estilo e quando eu realmente gosto.
Agora no outono, vem a volta do tom sobre tom, que gosto muito, costumo usar nude com marrom e outros tons dessas paletas que também soam neutras, mas fogem do clássico preto e branco. Gosto também de composições com mais camadas, já usei em eventos, por exemplo, camisa, colete e blazer, e por aí vai. Não dispenso acessórios como óculos escuros e eles fazem toda diferença numa produção também, inclusive, um bom sapato e óculos são capazes de transformar um look super básico, como calça jeans e blusa branca, em algo que soe estiloso.
Autocuidado é algo muito comentado hoje em dia. Quais são suas práticas de bem-estar para lidar com o ritmo intenso da carreira?
Pra mim, autocuidado começa em ter um tempo para se dedicar às atividades que você curta e que vão além do trabalho. Porque mesmo você amando o que faz, como é meu caso, é importante ter uma brecha para fazer seu exercício, dar um mergulho no mar, assistir uma série ou filme (desligando por aquele tempinho das atribuições)… E isso até pra voltar com força total, e toda motivação, pros afazeres.
Bater papo com a família e os amigos, falar de coisas leves e divertidas para além das muitas responsabilidades do dia a dia, e por aí vai.
Assim, vou equilibrando tudo: Absolutamente comprometido com o que me proponho, estudando e me dedicando às responsabilidades da vida e do trabalho com afinco, mas com a consciência da importância da vida não poder se restringir ao que precisamos entregar e a cumprir metas. Vivemos tempos acelerados em que parece que tudo se resume a produtividade, e às vezes é tarde quando se percebe que outras coisas também importam, e que muitas vezes você vai entregar o seu melhor justamente quando consegue dividir melhor seu tempo e domar a autocobrança quando excessiva. Nunca passei por isso, mas já vi pessoas entrando numa batida frenética por longo tempo, sem descanso, e em todas as vezes, alguma hora, essa conta chegou de alguma maneira.
Um desafio artístico que toparia sem pensar duas vezes:
Acho que um bom exemplo é o projeto que estou envolvido agora, “Os Donos do Jogo”, uma superprodução, entre as maiores originais da Netflix produzidas neste ano. Não pensei duas vezes quando me chegou essa oportunidade de interpretar o Profeta, o protagonista dessa trama.
Um projeto que me tirou da minha zona de conforto no melhor sentido, um roteiro muito bem escrito e um elenco fortíssimo. Voltar ao meu país tendo uma oportunidade dessa, tem sido incrível. Tenho muita vontade também de encarar o desafio de um dia produzir meu próprio projeto, um sonho que ainda vou tirar do papel.
