Carros voadores: por que eles ainda não podem decolar?
Carros voadores já foram desenvolvidos, mas ainda não estão autorizados a “decolar”! Entenda
Sim, a era dos carros voadores chegou! Recentemente, a Agência Federal de Aviação dos Estados Unidos (FAA) emitiu um Certificado Especial de Aeronavegabilidade para um modelo de veículo voador desenvolvido pela empresa Alef Aeronautics. Segundo a BBC, o certificado permite que a aeronave voe em locais limitados para fins de exibição, pesquisa e desenvolvimento.
No Brasil, esse sonha começa a se tornar realidade. No dia 20 de junho, em comemoração aos 150 anos do nascimento de Santos Dumont, a Embraer anunciou que fabricará eVTOLs em uma fábrica em Taubaté (SP), a ser ampliada para atender a nova demanda. A previsão é que os primeiros modelos sejam entreguem em 2026.
Dentre as vantagens de ter um “carro voador”, está a velocidade do automóvel, que não precisará ser reduzida pela infraestrutura física da região, e nem pelos congestionamentos. Embora o carro voador esteja em um futuro distante, “o reconhecimento do veículo da Alef é um marco na história da mobilidade aérea”, diz a publicação.
Muitos desafios precisam ser solucionados antes dos automóveis entrarem em ação. O ruído constante de voo, decolagem e aterrissagem é um deles, por exemplo. O veículo desenvolvido pela Alef em 2019, chamado de ‘Modelo A’, é um carro para dois passageiros e pode circular tanto na terra, quanto no ar.
O modelo é elegante, compacto e cabe em vagas de carros normais. O veículo pode decolar verticalmente e não precisa de pista para iniciar o voo. Suas portas se transformam em asas! A invenção já foi testada por alguns investidores, mas algumas questões precisam ser solucionadas ainda.
"Alguns dos componentes de que precisamos simplesmente ainda não existem no mercado", explica o executivo-chefe da Alef Aeronautics, Jim Dukhovny. "Por exemplo, para evitar estresse diferencial, precisamos de sistemas de propulsão motora altamente especializados."
Além das questões mecânicas, um assunto ainda tem sido discutido: como fica a segurança no trânsito? "É um pioneiro", afirma Dukhovny. "Quando os carros começaram a substituir os cavalos, surgiram muitas questões parecidas: sobre segurança, o que iria acontecer com as cidades... muitos queriam voltar para os cavalos. Se tudo for feito certo, o carro voador deverá ser mais seguro."
Mas o Modelo A, afinal, pretende ser um carro. E fazer com que um carro seja seguro para o céu — ou seja, leve e aerodinâmico — pode, de fato, reduzir sua segurança nas estradas. "A parte mais difícil ainda é a transição: nós não sabemos o que acontece quando o veículo é transferido da terra para o ar", explica Dukhovny.
As operações voltadas para a mobilidade aérea urbana serão de responsabilidade da agência nacional de aviação de cada país, como a FAA, nos Estados Unidos, e a ANAC, no Brasil.
Estas agências têm poder sobre todas as operações no espaço aéreo nacional e são responsáveis pela certificação de novos tipos de aeronaves, após análises de segurança.