Jô Soares morre e deixa legado cultural imensurável para o Brasil
Talentoso e versátil, o artista é um ícone da cultura nacional e um dos maiores humoristas do Brasil.
Jô Soares morreu na madrugada desta sexta-feira (5), aos 84 anos. Talentoso e versátil, o artista é um ícone da cultura nacional e um dos maiores humoristas do Brasil. Durante mais de 50 anos, José Eugênio Soares passou pelos principais canais da televisão, dirigiu peças emblemáticas e escreveu diversos livros - revolucionado por muitas vezes o humor e seus múltiplos ofícios. No “Programa do Jô”, exibido na TV Globo, Jô se despediu do público em 2016 após 16 anos informando e divertindo na madrugada. O apresentador estava internado desde 25 de julho no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, e a causa da morte ainda não foi divulgada pelo família, mas que já comunicou que o enterro e velório serão reservados.
Jô foi colunista da revista Veja e dos jornais O Globo e Folha de S.Paulo. Escreveu diversos livros, como "O astronauta sem regime" (1983), coletânea de crônicas publicadas, o romance "O Xangô de Baker Street" (1995) liderou as listas dos mais vendidos e foi adaptado para o cinema em 2001 e "As esganadas" (2011).
Percursor do stand-up comedy, o artista fazia monólogos bem humorados criticos e satirizando a política brasileira, que lotavam teatros de todo o país. As peças mais conhecidas Os mais foram “Ame um gordo antes que acabe” (1976), “Viva o gordo e abaixo o regime!” (1978), “Um gordoidão no país da inflação” (1983), “O gordo ao vivo” (1988), “Um gordo em concerto” (1994) – que ficou em cartaz por dois anos – e “Na mira do gordo” (2007). Multifacetado, ele também dirigiu “Soraia, Posto 2” (1960), “Os sete gatinhos” (1961), “Romeu e Julieta” (1969), “Frankenstein” (2002), “Ricardo III” (2006).
A notícia da morte de Jô Soares, foi anunciada por sua ex-esposa, Flávia Pedras, que prestou uma linda homenagem para o humorista. Leia na íntegra:
Faleceu há alguns minutos o ator, humorista, diretor e escritor Jô Soares. Nos deixou no hospital Sírio Libanês, em São Paulo, cercado de amor e cuidados. O funeral será apenas para família e amigos próximos. Assim, aqueles que através dos seus mais de 60 anos de carreira tenham se divertido com seus personagens, repetido seus bordões, sorrido com a inteligência afiada desse vocacionado comediante, celebrem, façam um brinde à sua vida. A vida de um cara apaixonado pelo país aonde nasceu e escolheu viver, para tentar transformar, através do riso, num lugar melhor.
Viva você meu Bitiko, Bolota, Miudeza, Bichinho, Porcaria, Gorducho. Você é orgulho pra todo mundo que compartilhou de alguma forma a vida com você. Agradeço aos senhores Tempo e Espaço, por terem me dado a sorte de deixar nossas vidas se cruzarem. Obrigada pelas risadas de dar asma, por nossas casas do meu jeito, pelas viagens aos lugares mais chiques e mais mequetrefes, pela quantidade de filmes, que você achava uma sorte eu não lembrar pra ver de novo, e pela quantidade indecente de sorvete que a gente tomou assistindo.
Obrigada para sempre, pelas alegrias e também pelos sofrimentos que nos causamos. Até esses nos fizeram mais e melhores
Amor eterno, sua,
Bitika