Kit Connor fala da nova fase longe dos papéis teens
Kit Connor reflete sobre amadurecimento e novos desafios na atuação enquanto encerra a fase teen e se firma como protagonista no cinema e no teatro
Kit Connor está atravessando um dos momentos mais simbólicos de sua carreira. Depois de conquistar o público global com seu papel como Nick Nelson na série Heartstopper, o ator britânico agora se movimenta com segurança em direção a territórios mais desafiadores. A transição de estrela teen para protagonista de cinema não é apenas uma mudança de cenário — é um passo calculado, construído sobre anos de trabalho, escolhas inteligentes e uma maturidade artística que surpreende para alguém de apenas 20 anos.
Desde muito jovem, Kit soube que atuar não seria apenas uma fase. Aos nove anos, teve seu primeiro papel em um longa e, segundo ele, foi ali que percebeu o poder daquela profissão. “Foi nesse ponto que pensei: ‘Uau, eu realmente poderia fazer isso como um trabalho’”, contou. O tempo provou que ele estava certo. Com papéis no cinema, na TV e no teatro, Connor foi moldando uma trajetória consistente, ganhando respeito dentro da indústria — mesmo quando ainda era visto como um rosto promissor das narrativas adolescentes.
Mas o tempo das promessas passou. Agora, ele mergulha em projetos mais densos, como o filme Warfare, produção da A24 ambientada na Guerra do Iraque. No longa, ele interpreta Tommy, um jovem soldado dos Navy SEALs, enfrentando situações de guerra extremas e conflitos internos. É justamente sobre esse novo momento que ele reflete em uma entrevista recente à Flaunt, dizendo que “cada marco parece o maior que já foi”. A frase, simples, carrega a percepção de quem sabe que está vivendo um ponto de virada.
Além do cinema, Kit também encontrou no teatro uma oportunidade de expandir ainda mais seu repertório. Em sua estreia na Broadway, interpretou Romeu em uma releitura maximalista de Romeu + Julieta, mostrando um lado mais intenso e visceral. “Foi uma coisa que consumiu tudo, onde pensei muito sobre os papéis. Eu ia para casa e pensava sobre isso… Eu acordava e pensava sobre isso”, revelou. Mesmo reconhecendo que assumir Romeu foi um “pensamento assustador”, o ator se entregou com a mesma vulnerabilidade que encantou o público de Heartstopper — mas com um peso dramático completamente novo.
Esse amadurecimento artístico vem acompanhado de um olhar atento para o mundo. Connor parece entender que sua presença em projetos audiovisuais vai além da atuação: há ali também um compromisso com as histórias que decide contar. Em Warfare, ele espera que o público compreenda “o peso, os efeitos colaterais e as consequências da guerra”. A sensibilidade com que fala sobre o papel revela alguém que não tem interesse em seguir o caminho mais fácil, e sim em usar seu espaço para provocar reflexão.
Kit Connor não está apenas crescendo diante das câmeras — ele está se transformando. De símbolo de uma geração adolescente a intérprete de personagens complexos e intensos, sua carreira entra agora em uma fase mais ambiciosa, na qual ele deixa de ser apenas o queridinho das telas jovens para se afirmar como um dos nomes mais promissores da nova geração do cinema.