L’Officiel Hommes #26: Um olhar sustentavel para o mundo
A edição está imperdível. Confira um preview do que esperar!
Quantas vezes você se permitiu viver em intensidade máxima? A maioria nem sequer experimentou a brisa do final da tarde ou viu uma florada de ipê mudar a cara cinza pálida de alguma grande cidade. Tudo aquilo que deveria ser pra ontem fica, invariavelmente, para o dia seguinte. E assim os ciclos se completam – sem graça, sem adrenalina, sem diversão. Está mais do que na hora de virar o jogo, escancarar o ar de rebeldia represado no corpo e ganhar o mundo (com direito a check-in no elegante The Hoxton, em Paris). O grito de liberdade foi dado na estreia da Casa de Criadores, evento criado em 1997 para ressignificar o papel da moda em seu contexto plural, e que segue ecoando até hoje, em sua quinquagésima edição, de onde pinçamos cinco jovens estilistas que merecem ganhar um lugarzinho no closet de uma gente antenada. Nesta temporada, até o tradicional couture europeu flertou com o streetstyle ianque, deixando-se levar pelas formas radicais e pelos coloridos exóticos.
A L’Officiel Hommes antecipa algumas das mudanças que estão por vir – com o calor democrático que abre a primavera e traz para o topo das paradas o couro sertanejo de Lucas Lemos, o rap engajado do indígena Owerá, a arquitetura intuitiva de Guto Requena, a multiplicidade cultural do novo empreendimento de Gerald Blake Lee, a verdadeira história do Valongo e a cozinha franco-brasuca de Claude Troisgros. As modas que ilustram este número da revista fazem tour pela obra de Virgil Abloh, brindam à rendição da meca fashion ao estilo fluido de Venice Beach, assistem aos contorcionismos de talentos ainda não festejados e tiram do metaverso a sua finitude digital. Mas sempre há espaço para a poesia de Issey Miyake, para as intervenções de Alexandre Orion e para a arte lisérgica de Pedro Varela. Num país profundamente tocado pela religiosidade, catequizado na marra, e que ainda sonha em cortejar os orixás em paz, a ritualística de Stephan Doitschinoff se faz necessária. Respire. Contemple o pôr do sol, ainda que ele se esconda por detrás de um emaranhado de prédios antes mesmo das quatro da tarde, mas que seja ao som de “Travessia”, de Milton Nascimento – e não deixe de sorrir pelas sucessivas chances de se repetir (ou de se reinventar). Afinal, não importa o caminho que vem a seguir, o que vale é perceber que a ordem é transgredir a própria ordem, e enxergar as muitas primaveras que ainda estão por desabrochar
A L’Officiel Hommes Brasil pode ser encontrada nas bancas de todo o País e também nos aplicativos do GoRead, Claro Banca, Pressreader e Revistaria S.