Ricardo Burgos em entrevista para L'Officiel Hommes
Ricardo Burgos é um artista multifacetado, formado pela Playhouse West, de Nova Iorque, celebra 15 anos de carreira e se prepara para estreia como antagonista da novela Dona Beja.
Ricardo Burgos é natural de Salvador, Bahia, e começou a estudar teatro e dança ainda novo, aos 15 anos, em 2009. Como dançarino, aprendeu ballet clássico, jazz, dança contemporânea e Hip Hop. No final de sua formação, em 2012, foi chamado para fazer o longa “Depois da Chuva”, de Claudio Marques e Marília Hughes. O longa viajou por festivais como Berlinale (Festival Internacional de Cinema de Berlim) e o Festival de Cannes na França.
Depois de alguns projetos musicais no Rio, o ator foi para Nova Iorque com o objetivo de se formar na Playhouse West, uma escola de teatro focada no método Meisner de interpretação. Durante o curso, fez parte de diversas produções independentes tanto no cinema como no teatro. Aqui é possível destacar o filme “The Hill and The Hole” (2018), no qual interpreta o personagem Joel, além do espetáculo “Inside the Wild Heart” no circuito Off-Broadway. Em reconhecimento ao seu talento, Ricardo foi indicado ao Brazilian Press Awards como Melhor Ator em 2018, por sua performance no circuito Off-Broadway.
Em 2019, o ator voltou para o Brasil com vontade de experimentar e se jogar nas produções. Sua versatilidade artística e conhecimentos o levaram a participar de séries renomadas como "Impuros" (FOX/Star+, 2021) e "Dom" (Amazon Prime, 2021), além da novela das 19h da TV Globo, "Cara e Coragem" (2022). No fim de 2023, Ricardo estreou ainda no elenco principal da série "Rio Connection" (Sony/Globoplay), interpretando Alfonso Guerrite, um banqueiro corrupto que lava dinheiro para a máfia italiana.
Atualmente, ele está gravando a novela Dona Beja, da HBO MAX, na qual interpreta Joaquim Botelho, o Botelhinho, antagonista da personagem de Grazi Massafera. Por ser uma aposta do serviço de streaming, a produção é inovadora e promete muitas emoções.
Além disso, o dramaturgo reestreou recentemente seu monólogo “3 Meses e 3 Dias” no Solar de Botafogo, no Rio de Janeiro. A peça traz um enredo que trata da fragilidade masculina e da paternidade. Construída através de dois monólogos, com a dramaturgia de Ricardo e a direção de Marcéu Pierrotti, escrita e interpretada por ambos, a história se baseia em fatos reais e retrata a jornada de cada um, sob uma visão diferente dos personagens que têm suas vidas mudadas por tragédias.
E não para por aí! Sendo um artista múltiplo, um de seus projetos mais recentes é o programa “Perspectiva”, lançado na segunda quinzena de janeiro como um podcast no Spotify e no YouTube. Na atração, que vai ao ar toda terça-feira, de 15 em 15 dias, Ricardo é o host, roteirista e diretor. Ele entrevista artistas que o inspiram, além de ser uma forma de gerar o tipo de conteúdo que o interessa, um lugar onde possa falar sobre os processos, conhecer como grandes artistas trabalham. Dentre os convidados estão Otavio Muller, Luis Miranda, Augusto Madeira, João Côrtes, Julia Konrad, Gabriel Godoy e Polliana Aleixo.
Confira entrevista exclusiva com o artista:
Como estão sendo as gravações para ‘Dona Beja’?
Estão sendo incríveis, a novela é uma aposta da HBOMAX,a produção tem um texto belíssimo do Daniel Berlinsky em colaboração com o Antonio Barrera, além de um elenco maravilhoso e talentoso que me ensina tanto todos os dias. Estou ansioso para o público conhecer o Botelhinho.
Você está celebrando 15 anos de carreira, quais foram os trabalhos que mais te marcaram neste período?
Difícil dizer, porque todos me marcaram de formas diferentes. O primeiro que me vem à cabeça foi um filme que fiz no sul dos Estados Unidos, “The Hill and The Hole”, e por ter feito em locação, no deserto, nas pradarias, foi uma experiência maravilhosa.
Rio Connection foi o primeiro trabalho que eu fiz depois que voltei de Nova York e foi incrível poder voltar a trabalhar no Brasil, especialmente com um diretor que eu admiro bastante, o Mauro Lima, e também por conta de algumas amizades que fiz nesse projeto que carrego comigo até hoje. E poder fazer um personagem em outra língua, que não a minha nativa, sempre é muito enriquecedor.
A grande experiência do momento, que é algo novo pra mim, é a novela Dona Beja da HBOMAX. Está sendo incrível essa troca com grandes artistas em uma grande produção.
Qual a sua relação com a peça “3 Meses e 3 Dias” e como está levando isso ao público?
Essa peça é baseada em um acidente doméstico que sofri na minha infância e que me marcou muito. Poder demonstrar e falar sobre isso no meu trabalho é algo que quero levar para o público e, de uma certa forma, agradecer ao neurocirurgião que salvou a minha vida quando eu tinha 10 anos. A peça também é uma forma de agradecer aos pais e mães que se culpam constantemente por não terem sido melhores na criação de seus filhos e filhas. É importante ver homens em um lugar vulnerável, compartilhando suas emoções e seus medos. Ao mostrá-los nessa posição, o espetáculo desconstrói estereótipos de gênero.
Agora, estamos em cartaz no Solar de Botafogo, no Rio de Janeiro, às quartas e quintas-feiras às 20h30, até o dia 02 de maio. A história é uma forma de avaliar o que acreditamos sobre a masculinidade e as relações com nossos pais e mães.
Quais são seus sonhos e planos para o futuro?
Atualmente, estou muito feliz com as oportunidades e portas que estão se abrindo, os sonhos estão se realizando. Espero continuar trabalhando constantemente. Tenho meus projetos pessoais que pretendo fazer em seguida, mas também estou muito aberto às oportunidades que possam surgir daqui pra frente. O que eu quero agora é tentar não me preocupar muito com o futuro, que é difícil, e focar em terminar esse projeto, primeiro, antes de dar o próximo passo.
Fotos: Divulgação/Jeff Porto
Stylist: Gaju
