The Weeknd se despede do personagem para dar lugar ao Abel Tesfaye
The Weeknd se despede de sua icônica persona, encerrando um ciclo na música e abrindo espaço para a próxima fase de Abel Tesfaye
Abel Tesfaye, o homem por trás da identidade artística de The Weeknd, está prestes a se despedir da persona que o transformou em um dos maiores nomes da música global. Com o lançamento de “Hurry Up Tomorrow” em janeiro, o cantor de 34 anos sinaliza o encerramento de um ciclo artístico que redefiniu o pop e o R&B nos últimos anos. Para Tesfaye, abandonar o nome The Weeknd não é apenas uma decisão estratégica, mas uma necessidade pessoal e criativa, marcada por um desejo de se libertar das pressões que a fama lhe impôs.
Em entrevista recente à Variety, o artista revelou que o próximo álbum será o capítulo final de uma trilogia que começou com o introspectivo “After Hours” (2020), passou pela experimentação de “Dawn FM” (2022) e culminará com o tão aguardado projeto que está por vir. Essa trilogia, segundo ele, encerra não apenas uma jornada musical, mas também um período de sua vida. “Estou em um ponto onde quero deixar essa persona para trás. É como se eu precisasse matá-la para seguir em frente”, explicou Abel, demonstrando uma relação quase visceral com essa transformação.
The Weeknd, enquanto figura artística, conquistou feitos monumentais. Seu hit “Blinding Lights” não apenas dominou as paradas por semanas consecutivas, como se tornou a música com maior permanência no Top 10 da Billboard na história. Aclamado por seu estilo visionário, o artista levou o conceito de álbuns narrativos a um novo nível, misturando sonoridades retrô, elementos cinematográficos e visuais icônicos. Apesar disso, Abel confessa que manter o nome The Weeknd significa sustentar um ciclo de expectativas que já não deseja cumprir.
“O que faço como The Weeknd já foi levado ao limite”, afirmou Tesfaye. Ele descreve a persona como uma engrenagem que o empurrou para uma busca incessante por mais prêmios, mais hits e mais aclamação. Esse sistema, no entanto, perdeu o apelo para ele. “Não quero mais estar nesse estado de espírito”, admitiu, ressaltando que, apesar de sua decisão, ele não se vê longe da música. “Criar é uma parte fundamental de quem eu sou, mas preciso que seja um desafio novamente.”
A mudança reflete uma busca por autenticidade e evolução artística. Abel reconhece que a construção de uma figura como The Weeknd exigiu uma dedicação completa, quase como um personagem de ficção que precisa existir em sua plenitude. Contudo, ele afirma que agora deseja explorar novas formas de expressão, livre do peso dessa identidade. É uma escolha que coloca em perspectiva o desafio de equilibrar o sucesso comercial com a liberdade criativa, algo que poucos artistas têm coragem de enfrentar em um momento tão alto de suas carreiras.
Com a despedida de The Weeknd, Abel Tesfaye se posiciona como um criador disposto a desafiar as normas da indústria. Ele se junta a artistas como David Bowie e Prince, que, em seus momentos mais ousados, abandonaram personagens ou reinventaram suas trajetórias em busca de algo mais profundo. Se “Hurry Up Tomorrow” é o fim de uma era, ele também marca o começo de uma jornada inédita para um artista que sempre fez da inovação seu maior aliado.