Rainha Máxima usa tiara de safira em viagem polêmica ao Quênia

O rei Willem-Alexander e a rainha Máxima dos Países Baixos iniciaram ontem a visita de Estado ao Quênia, marcada por um jantar oficial oferecido pelo presidente William Ruto e pela primeira-dama Rachel Ruto na State House, em Nairóbi. Para a ocasião, a rainha escolheu uma de suas joias mais emblemáticas: a Dutch Sapphire Necklace Tiara, um dos destaques do cofre real holandês, conhecido por seu acervo de safiras.

A tiara, com diamantes e safiras de origem holandesa, carrega valor histórico e afetivo para a família real. A peça foi vista pela última vez em outubro de 2023, quando a princesa Catharina-Amalia, herdeira do trono, a usou na celebração dos 18 anos do príncipe Christian da Dinamarca — evento que reuniu a realeza europeia e foi amplamente repercutido pela imprensa, como destacou a revista "HELLO!".

Apesar do tom festivo do banquete, a visita não escapou de críticas. Antes mesmo da chegada da comitiva real, mais de 20 mil quenianos assinaram uma petição solicitando o cancelamento da viagem, segundo reportou o jornal "De Volkskrant". A principal preocupação gira em torno das recentes violações de direitos humanos no país africano.

Em comunicado oficial, Irungu Houghton, diretor-executivo da seção queniana da "Amnesty International", ressaltou que a visita ocorre em um momento delicado: "Nos últimos nove meses, protestos pacíficos foram violentamente reprimidos, resultando na morte de mais de 60 pessoas. As forças policiais têm utilizado força excessiva contra os manifestantes, o que agrava ainda mais o cenário." A organização pediu que representantes de ambos os países abordem publicamente o tema e garantam que interesses econômicos ou militares não se sobreponham aos direitos humanos.

Ciente da pressão internacional, o rei Willem-Alexander mencionou a situação logo na chegada ao país. "Fico satisfeito que a relação sólida e madura entre nossos países permita que temas como direitos humanos, boa governança e transparência façam parte da nossa agenda nesta visita. É uma oportunidade de dialogar sobre essas preocupações", afirmou. O monarca também destacou o desejo de ouvir a juventude queniana: "Quero saber quais são as perspectivas deles para construir um futuro promissor em um país que amam — um futuro no qual todos possam participar em igualdade de condições."