Biografia de Gabrielle Chanel ganha nova versão por Alexander Fury
Sucesso editorial, a biografia de Gabrielle Chanel da editora Assouline ganha nova versão escrita pelo jornalista Alexander Fury
Sucesso editorial, a biografia de Gabrielle Chanel da editora Assouline ganha nova versão escrita pelo jornalista Alexander Fury. Confira!
“Uma Sherazade é muito fácil. Um Little Black Dress é muito difícil”, disse Gabrielle Chanel sobre uma de suas mais famosas criações a Paul Morant, no livro The Allure of Chanel. Essa fala ganhou destaque em Chanel: The Legend of an Icon atualização de Chanel: The Impossible Collection, o volume mais vendido da editora Assouline. O novo formato, escrito pelo jornalista Alexander Fury, mantém a foto da antiga capa, clicada por Man Ray em 1935, porém, tem a missão de conduzir o leitor de maneira fluida pela história da estilista e da marca que ela criou.
Segundo Fury, graças a Gabrielle Chanel foi inventado o estilo da mulher moderna, espelhando sua imagem pessoal, rico pelas noções de praticidade. Suas propostas livres de restrições e supérfluos, ajustadas com toques masculinos, criaram um estilo visionário que se tornou atemporal e ainda assim extremamente moderno. “A moda, afirmou ela, deve ser lógica – uma ideia nunca antes colocada no universo decorativo do traje feminino. Ela vestia as mulheres para serem livres, e suas roupas emancipadas refletiam a paisagem mutável da sociedade ao seu redor”, comenta o autor, acrescentando que o trabalho da estilista afetou fundamentalmente o que vestimos e como vestimos.
A porta de entrada de Gabrielle na moda foram os chapéus. Em 1910, abriu a primeira loja. Dois anos depois, com seu instinto prevendo a ascensão de cidades turísticas à beira-mar, abriu uma segunda butique em Deauville. Foi então em Biarritz, outra cidade que logo estaria em alta, que ela inaugurou sua Maison de alta-costura em 1915. Três anos mais tarde, ocupava o edifício de número 31 na Rue Cambon, em Paris.
Já era um nome forte, seguido por mulheres independentes, quando criou o N° 5 em 1921. Foi o primeiro perfume de uma estilista e revolucionou os códigos da perfumaria da época pela fórmula inovadora e frasco minimalista. Em 1937, ela própria se propôs a criar anúncios publicitários, uma inovação e um ato de ousadia. Depois veio a coleção de alta joalheria “Bijoux de Diamants”, em 1932, inteiramente em diamantes e apresentada de maneira intimista em seu apartamento.
Talentosa e visionária mulher de negócios, Gabrielle foi a primeira a construir uma empresa independente e internacional. Sua contribuição para a moda inclui o uso do jérsei, a camisa de marinheiro, o tailleur em tweed, os conjuntos em malha, o vestido “pretinho básico”, o sapato bicolor, a bolsa de ombro em couro matelassê, colares de pérolas e bijuterias de luxo. Era a sua visão de um guarda-roupa simples com linhas discretas e refinadas e, o mais importante, que não restringisse os movimentos femininos no dia a dia que moviam suas criações.
O autor ressalta que a marca sob seu sucessor, Karl Lagerfeld, transformou a moda novamente. “Assim como Gabrielle criou a moda moderna, Lagerfeld, por sua vez, estabeleceu o modelo de uma Maison moderna. Ela remodelou as roupas que as mulheres usavam e a indústria que as fabrica”, analisa. Fury pondera que tentar comprimir um legado de tal magnitude em um único volume, por maior que seja, não foi uma tarefa simples. “Ao abordar esta ideia, confrontamo-nos com uma questão fundamental: o que significa ‘Chanel’? Como definir ‘Chanel’?”, diz ele sobre os pontos que conduziram seu trabalho. É assim que ele resgata uma fala do Kaiser: “Depois de um desfile, quando questionado sobre qual a mensagem da coleção, Lagerfeld respondeu com uma máxima de Voltaire: ‘Tudo que precisa de explicação não vale a pena’. Acrescentando: ‘Olhe e você entenderá a mensagem’”, afirma.
O mesmo aconteceu com a grife ao longo dos anos. “É óbvio que as saias curtas e fáceis e os tecidos leves de Gabrielle Chanel possibilitaram o movimento e caminharam de mãos dadas com a emancipação feminina. As atualizações e os ajustes de Lagerfeld nos clássicos da Chanel se tornaram desejáveis, refletindo a moda à medida que ela mudava”, contextualiza Fury, apontando o movimento que conduziu a Maison ao posto de uma das marcas mais importantes do segmento luxo no mundo.