Couro de abacaxi, cacto e cogumelo: conheça alternativas da nova geração.
Com a grande onda de consciência coletiva que atingiu nossa sociedade devido a tempos pandêmicos, o boom das alternativas sustentáveis se tornou inevitável e a indústria da moda não poderia ficar de fora desse movimento global.
Há quase 100 anos, um designer chamado Irving Schott criou a primeira jaqueta de couro, na cidade de Nova York. O modelo é aquele que vocês conhecem, a intitulada '‘Perfecto'’, muito comum em grupos de motociclistas. A base da matéria-prima era o couro do cavalo, um material resistente que foi ganhando notoriedade com o passar o tempo. De volta aos dias atuais, com as práticas de sustentabilidade cada vez mais em alta, as marcas tiveram que se re-inventar e buscar por opções sintéticas como o poliuretano (PU) e cloreto de polivinila (PVC). Apesar de reduzir os impactos no meio ambiente, essas alternativas ainda assim não se enquadram como biodegradáveis.
Mas a nova geração não para! De couros derivados de frutas a fibras cultivadas em laboratório, nunca houve tantas opções para aderir matéria-prima de forma tão responsável. Fazer do desperdício um bem utilizável foi o ponto de partida para tornar cascas e até mesmo restos de comida em matéria-prima fashion. Entre as características do couro estão resistência e suavidade, ambos presentes em fibras como a manga, soja, coco e maça. Entre os destaques, as marcas Piñatex, Desserto e Vegea, que trabalham com fibras do abacaxi, cactos e cogumelos respectivamente.
Entre tantas opções, a que mais vem ganhando espaço – e coração- é a dos cogumelos. Neste ano a Hermès anunciou a bolsa statement à base de cogumelo. Outras marcas como Stella McCartney e a Adidas também estudam novas possibilidades para dar forma às peças com base no cogumelo (fungo).
MARCAS NO NOSSO RADAR
Allbirds possui uma tecnologia que une bioingredientes como óleo vegetal e borracha natural para criar um material de "couro" 100% natural à base de plantas.
A Deadwood fabrica artigos de couro a partir de materiais reciclados provenientes de resíduos têxteis e principalmente de fabricantes de móveis.
Von Holzhausen é a marca de bolsas que desenvolveu o Tecknik, microfibra a partir de garrafas de água de plástico reciclado 100% pós-consumo que imita a qualidade flexível do couro animal. A label já estuda novos caminhos como é o caso do Banbü, fibra do reino vegetal patenteada feita de bambu.
De fato, não é a solução mágica para todos nossos problemas, mas medidas disruptivas como essas na indústria tendem a reduzir cada vez mais os impactos causados no meio ambiente. Dá até um alívio respirar, né?