Gucci apresenta a campanha de 'Epilogue', o ato final de um conto de fadas
Quando a Gucci apresentou sua coleção de Outono/Inverno 2020 na Semana de Moda de Milão, o diretor criativo Alessandro Michele deu início a um conto composto por três partes, nos disparando uma curiosidade sem limites para saber o que nos esperava nos próximos meses. Logo depois, em julho, ele abriu mais um capítulo desta história com uma transmissão ao vivo de doze horas em forma de uma narrativa, revelando ao mundo exterior o que geralmente se passa por trás das cortinas. Hoje, esse conto de fadas encontra, por fim, o seu Epilogue.
Trazendo uma coleção repleta de essência, na qual roupas vão muito além de apenas tecidos, Michele reflete suas próprias particularidades e ideais, em uma história que é verdadeiramente sobre mudar o olhar e questionar as regras, os papéis e as liturgias que acabaram por definir a moda como a conhecemos.
No primeiro capítulo apresentado em fevereiro e intitulado 'An Unrepeatable Ritual', a maison italiana apresentou em uma plataforma giratória parte dos bastidores, como uma estratégia para mostrar ao público as partes sagradas do processo antes de um desfile.
A continuação veio em maio, com o lançamento da campanha 'The Ritual', como um experimento radical que distorceu as linhas entre modelos e autores na busca por uma ideia espontânea e imprevisível de beleza.
Logo depois, em julho e mantendo sua estética maximalista, cheia de detalhes e sobreposições, o diretor criativo apresentou 'Epilogue'. Nessa ocasião, uma transmissão ao vivo de doze horas deu em forma de uma narrativa, revelando ao mundo exterior o que geralmente se passa por trás das cortinas. Aqui, ao longo de um dia, a equipe de design da Gucci se tornou o elenco frenético de modelos, capturados em câmera enquanto posavam pacientemente no set.
Esse dia de filmagem intensa preparou o caminho até a campanha que é agora apresentada. Situadas dentro de duas localizações romanas contrastantes, o grandioso, tardo-maneirista Palazzo Sacchetti e a área angustiante, coberta por graffiti do Campo Boario, as imagens aproximam a equipe de design da Gucci, que trabalhou com Alessandro Michele na mesma coleção que estão vestindo, em uma brincadeira poética com justaposições e perspectivas.
Em um diálogo aberto entre a decadência externa e a extroversão pessoal desses dois espaços aparentemente incompatíveis, esses rostos geralmente anônimos vêm e vão entre suas atividades no set do palazzo e os agachamentos desconjuntados. Ao fazer isso, eles apresentam uma alegoria teatral que concilia o real e o surreal, refletindo sobre a relação entre o imagético fictício da moda e a realidade de suas produções.
Agora, depois da transmissão ao vivo de julho, esse conto de fadas chega ao fim. Pelas lentes do fotógrafo de Minneapolis, Alec Soth, e filmado pelos diretores romanos Damiano e Fabio D’Innocenzo, ganhadores do Urso de Prata de Melhor Roteiro do Festival Internacional de Filmes de Berlim de 2020, a campanha leva à conclusão do arco narrativo que teve início em fevereiro.
“Eu uni coisas diferentes, que representam a beleza desordenada que eu sempre busquei: o caos da beleza. O que acontece com a relação entre realidade e ficção quando olhares curiosos se esgueiram sobre o mecanismo da produção de uma imagem? O que acontece com a moda quando o verdadeiro volta a ser apenas um momento do falso? Quebrando o feitiço que força os meus colaboradores a trabalhar com entusiasmo em roupas que precisam, mais tarde, abandonar, eu pedi que a equipe as vestisse. Assim, nós fizemos um trabalho autossuficiente, todos dentro da nossa casa, misturando coisas que já havíamos feito com coisas que estávamos prestes a fazer – superando as regras do tempo, de maneira coerente com a minha ideia da Epilogue, a resolução final de um futuro que está amplamente presente”. conta Alessandro Michele, quem comanda a direção criativa da Gucci desde 2015.