Louis Vuitton usa a bolsa Capucines para aproximar moda e arte
Usando a bolsa Capucines como suporte, cinco artistas contemporâneos assinam a nova etapa do projeto da Louis Vuitton que aproxima moda e arte
Usando a bolsa Capucines como suporte, cinco artistas contemporâneos assinam a nova etapa do projeto da Louis Vuitton que aproxima moda e arte. Confira!
Moda não é arte, mas muitas vezes os caminhos dessas duas áreas se entrelaçam. É o caso do projeto Artycapucines da Louis Vuitton, que chega agora à quinta edição reunindo cinco artistas contemporâneos. Ewa Juszkiewicz, Liza Lou, Tursic & Mille, Ziping Wang e Billie Zangewa levaram para bolsas Capucines suas vertentes criativas, tornando cada uma delas um objeto de arte em edição limitada a 200 exemplares. Ainda que a marca francesa seja bastante conectada com viagens em função da vocação inicial para fabricação de baús, as colaborações artísticas sempre estiveram presentes na sua trajetória. Louis Vuitton já contava com parceiros para desenvolverem o interior dos baús. Seu neto, Gaston, ampliou essa abordagem. Foi com o convite de Marc Jacobs a Stephen Sprouse, em 2001, que as intervenções chegaram às bolsas.
Homenagem à primeira loja da Louis Vuitton aberta em 1854, na Rue Neuve-des-Capucines, em Paris, a Capucines por si só já é um objeto especial. Mais de 250 elementos feitos à mão individualmente compõem o processo de criação da peça. Cada um dos cinco artistas recebeu uma bolsa para servir de tela. A artista polonesa Ewa Juszkiewicz, que desde 2011 vem criando retratos a óleo meticulosos baseados nas tradições da arte clássica europeia acrescidos de toques surrealistas e grotescos, optou por uma impressão digital 3D em alta definição de sua pintura Ginger Locks (2021) sobre fundo verde, finalizada por um colar de pérolas douradas. O interior recebeu um envelope de couro destacável, inspirado na estética das cartas de amor secretas do século 18.
A artista sul-africana Billie Zangewa, cujo trabalho se apoia em questões como identidade, estereótipos de gênero e preconceito racial em um contexto sociopolítico, partiu de seu patchwork de seda The Swimming Lesson (2020) – que traz seu filho, Mika – e misturou impressão digital e bordados manuais que acrescentam textura e profundidade. Já a norte-americana Liza Lou, conhecida pelas montagens com miçangas em esculturas de grande escala, como Kitchen (1991-96), pintou uma de suas suaves Cloud Paintings em um mosaico texturizado que forma uma camada extra de couro envolvendo a parte externa da bolsa, o que deixa seu formato central intacto e adiciona espaço de armazenamento extra.
A dupla franco-sérvia Ida Tursic & Wilfried Mille, que há mais de 20 anos trabalha uma técnica de sobreposição de pinturas, cobriu a frente com um painel de flor estilizada, forma regularmente utilizada pelos artistas em suas telas, que funciona como moldura para a adaptação da obra Tenderness (2021), usando centenas de milhares de pontos de bordado que reproduzem as pinceladas originais. Os mesmos processos foram utilizados na parte de trás da peça, enquanto a aba foi bordada com a palavra “Tenderness”.
“HOMENAGEM À primeira LOJA DA Louis Vuitton ABERTA EM 1854, NA Rue Neuve-des-Capucines,
EM PARIS, A CAPUCINES POR SI SÓ JÁ É UM objeto especial. MAIS DE 250 ELEMENTOS FEITOS
À MÃO INDIVIDUALMENTE COMPÕEM O PROCESSO DE criação DA PEÇA.”
Dona de colagens que misturam padrões, objetos e formas abstratas que evocam a sobrecarga de informação da era da internet, combinando imagens de alimentos ocidentais com petiscos asiáticos populares, a artista chinesa Ziping Wang se refere à sua mini-Capucines como Sweet Tooth. Evoca a felicidade da infância associada ao recebimento de um doce e é a mais jovial e colorida bolsa dessa safra do projeto. Seu corpo principal é feito de couro estampado com padrão que lembra o Louis Vuitton Damier e a camada base de um arquivo vazio. Seu patchwork ainda inclui detalhe em couro azul meia-noite brilhante com estrelas douradas, estampas de alimentos e pés em formato de doce. O interior da peça é uma impressão reversa ultrassaturada do exterior, acrescida de espelho estampado lembrando uma fatia de maçã caramelizada.
As criações dos atuais convidados se unem às bolsas que vêm sendo desenvolvidas desde 2019, quando o Artycapucines foi lançado com os artistas Alex Israel, Jonas Wood, Nicholas Hlobo, Sam Falls, Tschabalala Self e Urs Fischer. Em 2020, os convidados foram Beatriz Milhazes, Liu Wei, Henry Taylor, Jean-Michel Othoniel, Josh Smith e Zhao Zhao. No ano seguinte, a Louis Vuitton convocou os artistas Vik Muniz, Gregor Hildebrandt, Donna Huanca, Huang Yuxing, Paola Pivi e Zeng Fanzhi, que foram seguidos em 2022 por Peter Marino, Daniel Buren, Park Seo-Bo, Ugo Rondinone, Kennedy Yanko e Amélie Bertrand.