Moda

LV Dream - O Universo mágico de Louis Vuitton

Exposição LV Dream, em Paris, abre um portal para a criatividade e a sofisticação. Arte e moda presentes no universo da Louis Vuitton

Louis Vuitton
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Sem registro fotográfico ou pintura, como saber a aparência de uma pessoa no passado? É a partir dessa lacuna que a mostra LV Dream começa a se desenrolar. A primeira etapa é Louis Vuitton: as Seen by... com retratos assinados por artistas contemporâneos do criador da marca francesa, que nasceu em 1821 e viajou ainda jovem para Paris, onde abriu sua primeira loja na Rue Neuve-des-Capucines, em 1854. A primeira representação – digital e imersiva, que fica entre a realidade e a fantasia – é Mr. Louis por Cao Fei. Há, ainda, criações de Yan Pei Ming, Mister Cartoon, Alex Katz e Refik Anadol. A exposição, montada em Paris em um prédio histórico, o da antiga loja de departamentos Belle Jardinière, convida a um mergulho no universo da grife até o fim de novembro.

Há, ao longo das salas, um compilado de objetos já vistos em outras iniciativas da marca e atrações desenvolvidas especialmente para esse encontro, que mistura moda, arte e gastronomia. O circuito, organizado de acordo com temas, traz também nichos como O mundo da Louis Vuitton segundo Rei e Artigos de couro na moda. Logo depois dos retratos há criações exclusivas do século passado, incluindo o Stokowski Secretary Desk, um baú de 1890 que pertenceu ao fotógrafo Paul Nadar, e o “Gabinete Médico” de Damien Hirst. Entre as peças apresentadas digitalmente está o baú sob medida criado em 2018 para o quadro A leiteira do artista holandês Johannes Vermeer.

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A sala Origins, com painéis do fotógrafo japonês Kenta Cobayashi, oferece um cenário psicodélico para descobrir designs icônicos justapostos com colaborações artísticas. Cada agrupamento – modos de viagem, beleza e os Objets Nomades – estabelece uma ligação entre os primeiros exemplos de savoir-faire e as criações de Nicolas Ghesquière e Virgil Abloh, juntamente com trabalhos de Jeff Koons, Stephen Sprouse e Marc Newson. Frascos de perfume decorados e ilustrações de 1922 aparecem com desenhos de Frank Gehry e Alex Israel.

Vibrante, gráfica e rica em detalhes, a sala Art on Silk exibe o lenço de seda como suporte, a partir do qual artistas interpretaram códigos da Louis Vuitton. Começando com a Textile Series do fim dos anos 1980, quando a Maison convidou talentos, como Sol LeWitt, James Rosenquist, Gae Aulenti e Andrée Putman, para expressar livremente sua visão por meio de estampas, e designs mais recentes de alguns nomes, como Urs Fischer, Tracey Emin e André Saraiva. Já o conjunto The World of Vuitton segundo Rei reúne colaborações de Rei Kawakubo, diretora criativa e fundadora da Comme des Garçons. Em 2008, a estilista criou uma cápsula de seis Party Bags inovadoras em formato e funcionalidade. Depois, em 2014, deixou uma contribuição para a Celebrating Monogram Collection: a Bags With Holes, que subverteu com elegância a tradição da Louis Vuitton.

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"PARA O CAPÍTULO gastronomia, PELA PRIMEIRA VEZ A Louis Vuitton APRESENTA EM PARIS UM café E UMA loja de chocolates: MAXIME FRÉDÉRIC AT LOUIS VUITTON."

A sala Reinterpreting Icons destaca designers e artistas que transformaram o Monograma em 1996 – para seu centenário – e em 2014. Estão aqui bolsas criativas como “Punching Bag” de Karl Lagerfeld, “Studio Trunk” de Cindy Sherman, “Twisted Box” de Frank Gehry e “Shopping Bag” de Christian Louboutin. Já “Leather Goods in Fashion” é dedicada às parcerias com os artistas Takashi Murakami e Yayoi Kusama, que uniram a herança da Louis Vuitton com a irreverente pop art. As bolsas como tela em branco, ponto de partida literal e metafórico, é o tema da sala seguinte, dividida entre variações das coleções Monogram e Artycapucines. Por lá é possível ver interpretações de dois brasileiros, os artistas Beatriz Milhazes e Vik Muniz.

A sala final, Art Meets Fashion reúne os criativos que tra- balharam com os diretores artísticos das linhas masculina e feminina desde que a maison introduziu a moda em 1998: Daniel Buren e Richard Prince com Marc Jacobs; Jake e Dinos Chapman e Christopher Nemeth com Kim Jones; Atelier Fornasetti e Grace Coddington com Nicolas Ghesquière; e Nigo com Virgil Abloh. Além dos looks de passarela, esta sala apresenta uma parede digital interativa de 10 metros de comprimento, onde os conceitos de design de Daniel Buren, Nigo, Grace Coddington e Christopher Nemeth respondem aos movimentos dos visitantes – diversão certa para crianças e adultos.

Para o capítulo gastronomia, pela primeira vez a Louis Vuitton apresenta em Paris um café e uma loja de chocolates: Maxime Frédéric at Louis Vuitton. Em uma refrescante cenografia com plantas tropicais, o chef pâtissier do Cheval Blanc Paris transforma as assinaturas da Louis Vuitton em doces lindos e deliciosos. “A ideia foi oferecer a maior variedade possível, que pudesse agradar a todos”, explica Frédéric. Depois dessa imersão, quem quiser levar para casa um item exclusivo da marca – uma seleção de pequenos artigos de couro, acessórios, fragrâncias e publicações desenvolvidos apenas para esse espaço – basta dar um pulo na lojinha instalada no mesmo andar. Para ter acesso a esse universo, é preciso agendar a visita no site da exposição.

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