Mãe e moda: maternidade e filiação também estão intimamente próximas
Na moda, maternidade e filiação também estão intimamente próximas em vários momentos
Mãe e moda! Nutrir a vida para alimentar o ofício e manter a tradição.
A palavra vem do latim “nutrire” significando e sendo entendida como nutrir, sustentar, alimentar, criar, amamentar, dar de comer, formar, educar, desenvolver. Na dicionarização sinonímia da palavra, podemos entender tal verbete, o que não pode fugir à sua etimologia, sob alguns pontos de vista, tais como o literal “servir à nutrição, fornecer alimentos, dar de comer, amamentar” e, no sentido figurado como “formação, desenvolvimento, instrução, educação e, até mesmo, esperança”. No entendimento conceitual, ambos se entrelaçam e se complementam. Seja num ou noutro sentido, eis aí funções associadas especialmente às mães.
Elas são uma verdadeira essência que difunde e move o mundo; elas nutrem corpo e alma; elas se entregam para que os seus sejam entregues melhores; elas carregam por nove meses seus filhos no ventre e pelo resto da vida nas costas; elas são capazes de se privarem para que os seus cresçam; elas lutam por causas como inclusão, oportunidade, solidariedade e amor; elas aprendem diariamente com os filhos, sobre os filhos e para os filhos; elas são a alma que move o mundo; elas são a melhor e maior correspondência de aproximação no plano terreno do sublime amor de Deus; elas são mães.
Falar das mães no mês de maio talvez seja óbvio pelo fato do segundo domingo do mês ser dedicado em homenagem às genitoras, mas é também o mês de Maria (a mãe de Jesus) e o tradicional mês das noivas. Aqui vale uma brevíssima reflexão: hoje, no Brasil, as noivas têm preferido se casar em setembro. Casa-se em maio na Europa por ser um dos meses da primavera e, por aqui, por assimilação eurocêntrica, também era em maio; porém, no Hemisfério Sul, o quinto mês do ano coincide com o outono e, atualmente, as noivas optam também por se casar na nossa primavera, em especial no mês de setembro.
Por falar em setembro, sabemos que é o mês que há o maior número de nascimentos (pelo menos no mundo ocidental e cristão). Qual a razão? Os antigos nove meses ou as atuais 40 semanas de contagem para o nascimento em setembro têm como justificativa a concepção ter sido no fim de dezembro, coincidindo com as festas de fim de ano (Natal e Ano-Novo), celebrando o nascimento do Menino Jesus e as esperanças do ano vindouro, com amor e paz, e pelo fato dos casais, nesta época do ano, passarem mais tempo juntos, entendemos que nove meses depois haverá o chorinho dos bebês.
Se há nascimento, há maternidade; se há maternidade, há nutrição. Ao refletirmos sobre o “nutrir”, podemos compreender algumas aplicações da palavra, tanto no sentido literal como no figurado, a saber: no sentido literal, “o bebê é nutrido intrauterinamente pelo cordão umbilical” (sentido de nutrição); “nutrimos os pequeninos” (sentido de dar o que comer); “a mãe nutre primeiramente o filho com o leite materno” (sentido de fornecer alimento); assim como no sentido figurado em “a leitura nutre a inteligência” (no sentido de formação); “nutrir as esperanças ou as ilusões” (no sentido de criar expectativas); “nutrir com o conhecimento” (no sentido de educação e/ou instrução). Assim podemos entender tal prerrogativa e as palavras derivadas com o mesmo radical do verbo “nutrir”: nutrição, nutriente, nutricional, nutricionismo, nutricionista, nutridor, nutrologia, nutrólogo, nutrimental, nutrimento, nutriz, sendo esta última a mulher/mãe ou a mulher/ama de leite que amamenta e, por conseguinte, nutre. Quantas notáveis ações e interpretações pode-se ter de uma única palavra originária.
NA MODA, maternidade E FILIAÇÃO TAMBÉM ESTÃO INTIMAMENTE próximas EM VÁRIOS MOMENTOS.
Na moda, maternidade e filiação também estão intimamente próximas em vários momentos: Jeanne Lanvin (1867- 1946) dedicou-se também à moda infantil depois do nascimento de sua amada filha Marguerite Marie Blanche di Pietro (1897-1958); Sonia Delaunay (1885-1979) enveredou-se pela moda devido à gravidez de seu futuro filho Charles Delaunay (1911-1988) quando fez uma colcha de retalhos para o bercinho do bebê que iria nascer; a ex-modelo e atual socialite Marisa Berenson foi para o mundo da moda especialmente devido à sua avó (que costumamos dizer que é mãe duas vezes) Elsa Schiaparelli (1890-1973); a filha de Sonia Rykiel (1930-2016), Nathalie, dá continuidade à casa de moda de sua mãe; Costanza Pascolato mantém o nome de família na área de moda com a empresa têxtil Santa Constância, criada pela mãe Gabriella Pallavicini Pascolato (1917-2010) e tem uma de suas filhas, Consuelo Blocker, como atual grande influenciadora de moda; Eliana Tranchesi (1955-2012) deu continuidade na marca de moda de sua mãe Lúcia Piva de Albuquerque e da amiga Lourdes Aranha dos Santos, ou seja, a Daslu; Cida e Carolina Faggion, mãe e filha que sempre trabalham amalgamadas na moda da Carolina Faggion Espaço de Moda; Carol Porto e Ciccy de Souza Aranha Helpern trabalham juntas com a mãe Maria da Conceição Aparecida Trussardi de Souza Aranha (mais conhecida como Riccy de Souza Aranha e que veio do mundo da moda) na marca Mixed. Eis aqui alguns poucos exemplos de maternidade e filiacão na área de moda. As não citadas, não foi por esquecimento, e sim por questões circunstanciais. Mas vale lembrar das avós que foram e são costureiras, rendeiras e/ou bordadeiras que mantêm vivo o ofício com suas filhas e netas, como minha avó Celeste (costureira), com sua filha Ophelia (bordadeira e minha mãe) e suas filhas Rita e Inês (bordadeiras e minhas irmãs). Todas merecedoras de homenagens.
“Mater”, em latim, significa mãe. Em português, são três letras apenas para descrever aquela cujos sentimentos não têm medidas.
A décima terceira letra do alfabeto latino (M) é a inicial das palavras que a nomeiam em diversas línguas, tais como Mother (inglês), Mère (francês), Mutter (alemão), Madre (italiano e espanhol), Mitéra (grego), entre outras, e também Mãe (português).
De onde vem esta palavra? Acredita-se que sua origem esteja associada aos primeiros sons que os bebês balbuciam para pedir para mamar, dando-nos a forma carinhosa “mamãe”.
Eis a mãe que alimenta e nutre. Aquela que gerou, que deu à luz, criou e educou seus filhos. As mães estão na nossa origem e são comparadas aos anjos, especialmente pela presença, proteção, entrega e sabedoria. São uma verdadeira manifestação do amor de Deus para com os preferidos da criação, ou seja, os seres humanos. São empatia, zelo, delicadeza e cuidado.
Podemos perceber que na escrita das palavras que contêm esta junção, antes do “b” e do “p”, colocamos “m”, como em “ambiente”, “embevecido”, “simpatia”, “companhia”, entre outras. Gramaticalmente é justificado por um fonema bilabial (como “b” e “p”) sempre atrair outro fonema bilabial (como o “m”); mas, numa visão poética, singela e até mesmo infantil da gramática, o “m” de mamãe está sempre juntinho do “b” de bebê e do “p” de papai.
As mães são preciosas, gentis, companheiras e também exalam perfume como as flores, especialmente a rosa, a rainha dos jardins, trazendo às nossas memórias o cheirinho que nutre a infância (já que somos eternas crianças para as nossas mães), que perfuma nossa origem, nossa causa e nossa vida. Mães são anjos que exalam perfume.