Mary Austin, ex de Freddie Mercury, briga com família de cantor
Mary Austin acabou ficando com boa parte da fortuna do astro e agora organizou um leilão
Mais de três décadas após a morte de Freddie Mercury, a figura de Mary Austin continua sendo central na memória do vocalista do Queen — tanto no legado emocional quanto no patrimônio deixado por ele. Em 2023, quando Austin decidiu leiloar parte do acervo pessoal do artista, incluindo manuscritos, figurinos e objetos decorativos, o gesto reabriu antigas tensões familiares. Segundo o jornal britânico "The Sun", Kashmira Bulsara, irmã de Mercury, desembolsou £3 milhões (cerca de R$ 22,8 milhões) para reaver diversos itens do irmão, muitos deles carregados de valor afetivo.
Mary Austin conheceu Freddie no fim dos anos 1960, antes mesmo do Queen ganhar fama mundial. Eles viveram um relacionamento romântico por seis anos, e mesmo após o término, continuaram inseparáveis. Freddie a chamava de "minha esposa" e dizia que ninguém jamais ocuparia o lugar dela em sua vida. Em uma entrevista rara ao "Daily Express" em 1985, o cantor foi direto: "Todos os meus amantes me perguntam por que eles não conseguem substituir a Mary. Mas é simplesmente impossível. Ela é minha única amiga. Eu não quero mais ninguém".
A conexão entre eles era tão intensa que, quando Mercury soube do diagnóstico de AIDS em 1987, foi a Mary quem ele procurou para confidenciar e, anos mais tarde, ela quem ficou ao seu lado até o último suspiro, em novembro de 1991. Como reconhecimento, ele a nomeou como principal herdeira de sua fortuna — uma decisão que causou desconforto entre familiares e colegas de banda. Segundo "The Sun", Mary herdou cerca de 50% da herança (avaliada em mais de £187 milhões, ou R$ 1,4 bilhão), além de objetos pessoais, direitos autorais e a mansão Garden Lodge, em Kensington, com 28 cômodos, onde ela vive até hoje.
A publicação britânica chegou a descrever o legado como uma “herança amaldiçoada”, sugerindo que Mary enfrentou uma sucessão de dificuldades nos anos seguintes: relações conturbadas, problemas de saúde e disputas silenciosas com membros do Queen. Ainda assim, ela manteve discrição absoluta, raramente dando entrevistas e protegendo a memória de Freddie com rigor.
Em setembro de 2023, o leilão promovido pela casa Sotheby's com mais de 1.400 itens de Freddie Mercury causou comoção entre fãs e colecionadores do mundo todo. A venda arrecadou mais de £39 milhões (R$ 297 milhões) — e boa parte dessa quantia, como noticiado por "The Guardian", foi destinada a instituições de caridade apoiadas por Mercury em vida. A atitude, apesar de controversa, reafirmou a fidelidade de Mary ao desejo de manter viva a obra e a generosidade do cantor.
A complexa e duradoura relação entre Freddie e Mary também foi retratada no longa "Bohemian Rhapsody" (2018), vencedor do Oscar, em que os atores Rami Malek e Lucy Boynton interpretam o casal. Ainda que o filme tenha tomado liberdades criativas, a essência do vínculo permaneceu intacta: uma história de amor atemporal, que transcendeu os rótulos e permanece até hoje como um dos laços mais emblemáticos da história do rock.