Modelo transgênero e fenômeno da Louis Vuitton bate-papo sincero com a L'Officiel Brasil
A norte-americana Theodora “Teddy” Quinlivan foi descoberta em 2015 pelo diretor criativo da grife, Nicolas Ghesquière, e, desde então, ganhou outras passarelas, campanhas e certo poder nas redes sociais graças a seu ativismo, principalmente ligado às lutas LGBT.
Em 2017, ela revelou publicamente que era transgênero e inspirou uma movimentação na moda, dando força à causa e, claro, incentivando um diálogo esclarecedor, pois, mesmo sendo uma pauta frequente na mídia, havia poucas vozes com tanto volume.
Na L'Officiel de outubro, que já está nas bancas, uma entrevista exclusiva com a top. Confira um trecho a seguir:
L’OFFICIEL Você sempre teve o sonho de trabalhar como modelo?
TEDDY QUINLIVAN Nunca foi meu sonho ser modelo porque nunca pensei que fosse possível alguém como eu ser modelo. Eu não era particularmente bonita ou especial e, além disso, sou transgênero. Nunca tive nenhuma esperança de ser modelo, mas ainda assim aqui estou, há quase oito anos.
L’OFF Que tipo de reação das pessoas a surpreendeu ao revelar ser transgênero?
TQ Fiquei muito surpresa ao ver como todos ao meu redor, apoiaram minha transição e muito agradecida por tantas pessoas compartilharem como a minha história mudou sua perspectiva sobre os direitos e a experiência trans.
L’OFF Quem a inspirou?
TQ Fui inspirada por outras orgulhosas mulheres trans que vieram antes de mim, como a modelo brasileira Lea T e Laverne Cox.
L’OFF Você se sente inspirando outras pessoas a seguir o que realmente desejam?
TQ Espero que eu seja uma inspiração para qualquer pessoa que queira viver uma vida mais honesta e real, e isso não apenas para as pessoas trans.
L’OFF Você acha que a moda está aberta a esse movimento?
TQ Acho que a moda está definitivamente aberta. Houve muitas etapas pelas quais a indústria passou para ser mais inclusiva. As pessoas trans e LGBTQ+ estão conseguindo mais representação do que nunca. Mas temos que manter a luta!