Novos talentos na moda são revelados no Concurso FAAP 2018
Criado com o intuito de preparar os participantes para o mercado de trabalho, o Concurso FAAP Moda se firmou no calendário fashion de São Paulo. Este ano, grandes nomes da indústria como Oskar Metsavaht, Alexandre Herchcovitch e Paula Raia foram os responsáveis por avaliarem os trabalhos de 37 participantes inscritos, elegendo 6 nomes para a segunda etapa do evento, que são: Christopher Tanelli Pitarello, Giulia Ferraro Boim, Maria Carolina Baraldi, Samara Lara Marques, Luisa Galindo Freire Silva e Tarsila Moraes Colichio.
O desfile, que aconteceu na noite da última terça, 06, coroou três novos talentos que você conhece aqui:
“Desconstrução do ser” por Maria Carolina Baraldi (3º. colocada)
A designer se inspira no filme de Stanley Kubric, “ 2001 – Uma Odisséia no Espaço” e no conceito filosófico do eterno retorno de Friedrich Nietzsche para compor os seis looks da coleção “Desconstrução do ser”. A proposta está imbuída de referências que remetem ao futuro x passado, sob a ótica de um ciclo espiralado cujo tempo se repete inexoravelmente.
A coleção propõe silhuetas femininas e sem adornos, linhas limpas e bem delineadas que privilegiam o aspecto geométrico. Saias longas abaloadas ganham movimento e rompem com a rigidez através da assimetria e fendas profundas. A vestimenta do astronauta que veda o corpo se sobressai na maioria dos looks criados pela estudante.
As vestes volumosas, arquitetônicas, inspiradas nas criações do estilista Balenciaga, na década de 50, recebem intervenção handmade de tinta plástica nas tonalidades do branco e roxo; e p&b. Materiais como o vinil e a viscose resinada complementam o tom futurista e tecnológico das roupas que por vezes se misturam à organicidade do linho com a viscose.
“Sentimentos Materializados” por Giulia Ferraro (2º.colocada)
O ponto de partida de Giulia Ferraro para criar sua coleção “Sentimentos Materiazliados” abarca um dos aspectos emocionais mais densos que permeia o ser humano: a melancolia. A estudante, que vivenciou a perda de um familiar muito querido, inicia sua pesquisa sob a ótica psicológica. Daí encontra inspiração em gênios melancólicos da poesia e da música tais como Charles Baudelaire e o músico Ian Curtis (Joy Division) para construir a sua coleção “Sentimentos Materializados”.
As peças narram a materialização deste sentimento com viés pautado na dramatização. Giulia explora as silhuetas alongadas bem como as camadas de tecidos em uma analogia ao acumulo de emoções. O trabalho recorrente do tricô enlaçando os looks trazem intensidade às pecas além fazer alusão a restrição de movimentos simbolizando o aspecto de aprisionamento emocional.
É perceptível o jogo de contraste dos tecidos, leveza x pesado, transparência x densidade. Elementos trazidos do período Vitoriano e Grego aparecem nas vestes longas assim como nas mangas amplas e nas golas altas que ora cedem lugar ao colo aparente. Tecidos como a seda, musseline, crepe georgete, além do tricô, compõem a coleção.
Os fios bordados nas barras das peças, tingidos naturalmente pela estudante, imprimem a ideia da desconstrução – os mesmos são descontinuados propositalmente. A cartela de cores engloba os tons frios e os quentes desaturados, destacando os ocres, beges, cáquis, terracotas, berinjela e verde esmeralda.
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