Rafa Kalimann em entrevista exclusiva para a L'Officiel Brasil
Dona de um carisma e personalidades únicas, Rafa Kalimann deixa um pouco de lado a sua face sweet girl e nos mostra toda sua força em looks ousados
Rafaella Kalimann sonha desde muito nova com o que vem acontecendo em sua vida. Até dois anos atrás, ela estava 100% focada no digital, um universo que domina. Há um ano, abriu o próprio negócio, que também é (ainda) digital: sua marca de roupas. “Hoje, o que mais me desafia são os trabalhos com a Globo, que me fazem estudar muito. Eu abracei essa oportunidade e sinto a mesma deter - minação daquela Rafa do comecinho de tudo”, conta ela. A label também é um desafio. “Sempre quis investir em algo que traduzisse minha personalidade. Tenho sonhos grandes.” E, com certeza, tem muito mais por vir. Com você, um pouco mais de Rafaella.
L’OFFICIEL Como você se definiria, em três palavras?
RAFAELLA KALIMANN Corajosa, intensa e intuitiva.
L’O Como você se acalma quando fica com raiva?
RK Coloco músicas que eu amo em alto volume – tenho uma play - list para isso. Tento me conectar com Deus e comigo mesma ou estar em meio à natureza, principalmente em contato com a água. Me acalma sentir seu fluxo.
L’O De 1 a 10, qual é a importância da aparência?
RK Eu diria que muita, porque, para mim, o cuidado reflete au - toestima. E isso não está ligado a padrões estéticos nem estereó - tipos, porque eles, felizmente, têm cada vez menos importância. Todo mundo tem de cuidar do próprio corpo e da aparência para si mesmo, para se sentir bem, feliz e confortável consigo mesmo. Acho incrível me olhar com amor e respeito, ver no espelho cada traço de mim com carinho, me sentir bem no meu corpo, com meu cabelo, sem me preocupar em agradar nem me encaixar na expectativa dos outros.
L’O De que tipo de pessoas você foge?
RK Das que não agradecem inclusive os atos pequenos, que di - minuem o outro para se sentir maiores, que não cumprimentam desconhecidos nem ajudam quando podem. Fujo da soberba, da arrogância, de quem coloca defeito e reclama de tudo. De quem repara no que o outro usa e julga “pela capa”.
L’O Do que você realmente se arrepende nesta vida?
RK Me arrependo de não ter vivido ao lado da minha avó com mais intensidade. Sinto falta dela, das lições que me passava. Tem dias que quero ouvir a opinião que vinha dessa mulher tão forte, interiorana, que não era consumida pelas informações.
L’O O que costumam pensar de você quando a conhecem?
RK Costumam pensar que tudo aconteceu agora, que minha carreira começou no BBB ou que foi apenas sorte. Até chegar aqui, foi muito sonho e muito trabalho. Aos 14 anos, eu me mudei sozinha para São Paulo, para trabalhar. Comecei a fazer aulas de teatro, mas as coisas não saíram como eu desejava. Porém, isso não foi o suficiente para me fazer desistir. Pegava pequenos trabalhos, distribuía panfletos em sinal, dividia um pequeno quarto com uma amiga. Depois de quatro anos, vol - tei para a minha cidade, fui para Goiânia, comecei a trabalhar nas redes sociais. Sabia que não podia ficar parada esperando as coisas acontecerem, que eu precisava empreender. Saía em busca das marcas para fazer parcerias. Fui aprendendo tudo na prática. Quando fui convidada para o BBB, já tinha 3 milhões de seguidores. Saí de lá com 12 milhões, e hoje são 40 milhões, somadas todas as redes sociais. Neste ano, completo 14 anos de trabalho e não parei um dia sequer de criar, estudar, me apri - morar e buscar a minha melhor versão.
L’O O que tira seu sono?
RK Este momento trágico que estamos vivendo me tira o sono, com a fome de muitos, o grande índice de desemprego, o desres - peito com o meio ambiente. Me tira o sono pensar nas famílias que perderam os seus, e ainda assim temos nos deparado cotidia - namente com tanto descaso por parte das autoridades. Me tira o sono pensar também em como seremos daqui a um tempo. Busco ter esperança porque isso alimenta meu coração. Mas tenho os pés no chão e sei que são muitos desafios pela frente. É assusta - dor pensar que ainda falta o básico para a maioria da população: comida, saúde, educação e acesso à cultura.
L’O Como é seu trabalho na ONG Missão África, no Hospital de Câncer Goiás e no Residencial JK?
RK As ações sociais estão muito ligadas ao meu propósito. Entendi ainda nova que os trabalhos sociais não transformam só as vidas beneficiadas, mas a nossa também. Quando iniciei os trabalhos humanitários em Moçambique, em 2014, ainda não imaginava como seria meu trabalho nas redes sociais, meses depois. Fui a Moçambique sem realmente entender o motivo de estar lá. De - pois comecei a trabalhar com o digital e passei a atingir um pú - blico maior. Foi por meio dessa visibilidade que alcancei um nú - mero gigante de pessoas e consegui muitas doações. Daí entendi o propósito. Então, quanto mais meu trabalho ganha projeção, mais sinto que posso contribuir porque mais vidas posso tocar e ajudar. Esse lugar é muito precioso para mim, muito necessário, e é o que me motiva todos os dias: saber que, quanto mais minha vida prospera, mais posso prosperar a vida do outro. Cada dia construímos uma base mais forte, transformando mais vidas.
Fotos ANTHENOR NETO
Edição de moda JOÃO PAULO DURÃO
DIREÇÃO CRIATIVA: Ale Montanher.
BELEZA: Mari Kato com produtos GIVENCHY.
PRODUÇÃO EXECUTIVA: Anna Guirro.
PRODUÇÃO DE MODA E ASSISTÊNCIA DE STYLING: Giovanna Gobbi e Leo Napolitano.
ASSISTENTES DE FOTOGRAFIA: Ana Gomes, Raíssa Fernanda e Vitor Tavares.
ASSISTENTE DE BELEZA: Carlaxane. A
SSISTENTE DE PRODUÇÃO EXECUTIVA: Nywton Romero.
VÍDEO: Rikko Oliveira.
RETOUCH: Guilherme Nocera.
AGRADECIMENTOS: Clínica Franco Rattichieri, PuraVida e Sassá Pocket
