Moda

(RE)Edite-se: Francesca Monfrinatti para a L'Officiel Brasil

Ligada nas novas formas de produzir e consumir, Francesca Monfrinatti mostra na prática que vestir vintage não precisa soar retrô
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Fotos MARIANA MALTONI

Styling RENATA CORREA

Acredito, de verdade, que grande parte das pessoas ressignificou peças dentro do próprio guarda-roupa e passou a consumir de forma mais consciente

Apaixonada por sapatos, a influencer de moda Francesca Monfrinatti conta que a sustentabilidade entrou na sua vida – para ficar. Foi a partir deste olhar que entraram na seleção de looks deste ensaio, peças produzidas em ateliê, vintage ou de coleções passadas. "É possível sim, fazer uma imagem de moda atual usando o que temos no nosso guarda-roupa ou no de pessoas próximas", diz ela, assumindo que luxo está muito longe de ser ostentação e afirmando que consumo consciente, mais do que uma onda, é uma necessidade.

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Colete, CHANEL VINTAGE; óculos, CÉLINE; anel, GANSHO

L'OFFICIEL Você tem uma reconhecida paixão por sapatos. Existe um jeito de consumir e ainda assim ser sustentável?

Francesca Monfrinatti Tenho sido cada vez mais adepta do slow fashion e do consumo consciente. É muito mais fácil do que antigamente, já que hoje existe um movimento significativo de marcas se adaptando à necessidade do eco-friendly. Não compro nada sem pensar na necessidade e utilidade de cada peça. E isso é o mais importante: não comprar por impulso, mas pensar e entender se aquela peça faz sentido em minha vida e meu armário em longo prazo. Aprendi, com o tempo, que consumir conscientemente é muito mais do que adquirir roupas de marcas de produção lenta e pequena, já que, apesar de amar, sei que elas ainda são muito caras, por causa dos materiais usados e da produção em si. Não adianta nada consumir várias peças que não fazem sentido para mim só porque a marca é slow.

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Costume, CHRISTIAN DIOR VINTAGE; óculos, CHRISTIAN DIOR VINTAGE; joias, BEATRIZ WEREBE

L’O Como observou a sustentabilidade entrar na moda?

FM A sustentabilidade se tornou uma necessidade. Nossa geração tem acompanhado de perto essa evolução, e a geração Z é a prova de que as marcas que nascem com esse viés dão certo. Hoje, esse é um princípio básico para que uma marca se posicione de forma positiva no mercado. É uma tendência comportamental e de consumo que vai tomar, e precisa tomar, cada vez mais espaço. Ao mesmo tempo que vejo o surgimento de designers que têm a sustentabilidade e responsabilidade socioambiental como principal pilar, sinto que, daqui para a frente, as marcas que já existem há anos vão precisar explicitar suas ações sustentáveis se quiserem continuar no páreo. Também acho importante que as fast fashion estejam se posicionando e tendo um olhar de sustentabilidade em suas produções. Temos um longo caminho pela frente, mas é importante ver alguma movimentação.

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Costume, CHRISTIAN DIOR VINTAGE; joias, BEATRIZ WEREBE

L’O Quais são as grandes lições que podemos tirar de 2020? 

FM Definitivamente, sermos mais empáticos com o próximo. Esse tempo isolado fez todo mundo ver como é importante cuidar de quem se gosta e de quem não se conhece também. Quando pensamos em consumo, acho que aprendemos a olhar para nosso armário com outros olhos e com mais carinho. Apesar de momentos absurdos, como na primeira semana de lojas abertas, na China, em que vimos filas na porta de grandes maisons, comprando mais do que “antigamente”, acredito, de verdade, que grande parte das pessoas ressignificou peças dentro do próprio guarda-roupa e passou a consumir de forma mais consciente.

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Vestido, ANDRÉ BETIO; hot pants, MAGÀRI; botas, MAX MARA; joias, BEATRIZ WEREBE

L’O A frugalidade é uma das grandes tendências de beleza/moda para 2021. Dá para viver mais com menos?

FM Com certeza. Nossos hábitos de consumo têm mudado e se adaptado rapidamente e, cada vez mais, buscamos itens funcionais, que simplifiquem, encurtem e facilitem nossa rotina. Com os acontecimentos do último ano, temos ressignificado todos os costumes que até então considerávamos essenciais. A ideia do editorial surgiu exatamente daí. Será que eu precisaria estar vestindo roupas novas e de coleções atuais? Por que não ressignificar peças antigas, cheias de histórias e de mulheres que eu admiro? 

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Blazer, MOSCHINO VINTAGE; calça, CHRISTIAN DIOR VINTAGE; top, VIEW01; chapéu, GRACIELLA STARLING; joias, BEATRIZ WEREBE

L’O O que é luxo para você, hoje?

FM Definitivamente, não é ostentação. Luxo é poder viver bem, ter saúde e, mais do que isso, ter noção de que tenho tudo isso.

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Blazer, CHANEL VINTAGE; camisa, DOLCE&GABBANA VINTAGE; botas, MAX MARA; boné, NEW ERA; lenço, HUGO BOSS; joias, BEATRIZ WEREBE
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Body, ANDRE BETIO; saia, ANN DEMEULEMEESTER no TRASH CHIC
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Casaco, TOPSHOP em ACERVO YK*; colete, CHANEL VINTAGE; calça, VERSACE VINTAGE; óculos, CÉLINE; anel, GANSHO

BELEZA: Silvio Giorgio com produtos GIVENCHY BEAUTY. ASSISTENTES DE STYLING: Leopoldo Mendonça e Victor Yuuki. ASSISTENTES DE FOTOGRAFIA: Pedro Bodick e Gabriel Yoneya. TRATAMENTO DE IMAGEM: Bruno Rezende. ASSISTENTE DE BELEZA: Angel Moraes. PRODUÇÃO EXECUTIVA: Anna Guirro. CENOGRAFIA E AGRADECIMENTO DO CATERING: João Arpi. CAMAREIRA: Pepa Pinheiro

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