Pop culture

Camilla Parker-Bowles: de vilã para futura rainha da Inglaterra

Saiba como o filho mais velho da rainha Elizabeth mudou a imagem da esposa para que ela fosse bem aceita pela opinião pública. 

Camilla Parker-Bowles
Camilla Parker-Bowles

Camilla Parker-Bowles ficou conhecida como a pivô da separação do casamento dos sonhos do Príncipe Charles com Diana Spencer. Para fazer com que Camilla deixasse de ser a inimiga número um da Inglaterra, Charles contratou uma equipe de assessores, dentre eles, um guru do Marketing que já havia prestado serviços ao time de futebol Manchester United. Após 17 anos, finalmente Camilla foi aclamada ao receber a bênção da Rainha Elizabeth para ser chamada de rainha Consorte quando Charles subir ao trono. 

 

Para Duncam Larcombe, especialista em realeza, a operação PB (sigla de Parker-Bowles) corresponde a uma das principais campanhas de relações públicas no reinado da Rainha Elizabeth, que precisou contornar alguns escândalos que arranharam a imagem da família real.

Em 2005, na ocasião do funeral do marido da princesa Alexandra de Kent, Sir Angus Ogilvy, por instrução do cerimonial — e da Rainha —, o casal deveria permanecer distante diante dos súditos e da mídia. A indicação desagradou o príncipe, que já pretendia assumir oficialmente o romance e se rebelou sentando-se ao lado da mulher.

Contrariamente a expectativa de que isso feriria a imagem da realeza, a atitude foi aprovada pela opinião pública e deu início à execução do plano de Charles, idealizado exatamente um ano antes da morte de Diana, quando Camilla foi rechaçada pelo povo e pela imprensa e houve uma pressão para que Charles dela se separasse.

 
 

Em 1996, Camilla conheceu o diretor da Press Complaints Mark Bolland, que em pouco tempo passou a trabalhar para o príncipe Charles como secretário particular. Parte do trabalho foi traçar uma campanha de recuperação da imagem de Parker-Bowles. Para isso, as relações com a imprensa foram cruciais.

Em 1997, ano em que Camilla comemoraria seus 50 anos, Bolland traçou como estratégia uma festa na residência do príncipe, na qual o casal levava uma vida longe dos holofotes. Em pouco tempo, o casal passou a ter contato com Peter Mandelson, aliado do então primeiro-ministro Tony Blair, que apontou a Charles a impressão de que o príncipe passava uma imagem triste e apontou soluções para que ambos angariassem a simpatia dos súditos. Entretanto, com a morte de Diana, Camilla voltou a ser atacada pela opinião pública que associava o caso entre ela e Charles com o trágico acidente da princesa.

 
 
 

Apenas após quatro anos, Charles ampliou sua equipe de relações-públicas com a contratação de Paddy Harverson, ex-chefe de comunicações do Manchester United, que encontrou uma solução para amolecer o coração dos ingleses: aproximar William e Harry da madrasta. Para isso, as atividades entre o filho mais velho e os netos da rainha passaram a ser intensamente registrados, como forma de demonstração de que os herdeiros haviam aceito bem o relacionamento do pai.

O relacionamento de mais de 35 anos somente foi oficializado em 2005. William e Harry apareceram felicidade nos registros da cerimônia. Cinco meses depois, na ocasião dos 21 anos de Harry, o filho caçula de Diana concedeu uma entrevista em que declarou seu apreço por Camilla — “uma mulher maravilhosa e ela fez nosso pai muito, muito feliz, que é a coisa mais importante”.

A operação PB obteve sucesso e teve continuidade no decorrer dos anos, culminando no acontecimento do último sábado, quando a Rainha Elizabeth acenou à nora, declarando que ela não deveria ser princesa consorte quando Charles virar rei, mas sim Rainha Consorte — a maior das conquistas da operação.

 
 
 

Tags

Posts recomendados