Débora Falabella: "Ando apaixonada mesmo pela Lucinda"
EmTerra e Paixão, Débora Falabella vive personagem que enfrenta alguns dramas da vida real, e fala sobre eles em entrevista exclusiva
Débora Falabella já foi Mel, em O Clone, viveu a Nina em Avenida Brasil, interpretou Irene em Força do Querer, foram tantos personagens... A lista é enorme. Atualmente, Débora pode ser vista no horário nobre da Globo como Lucinda, na trama Terra e Paixão. Uma mulher forte, que vive no mundo dos agronegócios, que leva o trabalho muito a sério e ama a família.
Aos 44 anos, a mineira de Belo Horizonte, após 6 anos longe das novelas conta que é uma experiência muito rica volta à cena. "Estava com muita vontade de voltar a fazer uma novela. Tinha esquecido da intensidade e do trabalho. E até mesmo do desapego que precisamos ter. Tenho achado difícil e ao mesmo tempo uma aventura. Tudo acontece rápido e por um longo período. Uma vida paralela que acontece e que não está no seu domínio", diz.
Fizemos um bate-papo com a atriz, com exclusividade, onde conta um poquinho de seus personagens, da inesquecível Nina - de Avenida Brasil, e muito mais . Confira!
L'OFFICIEL: Vôcê já fez muitos personagens marcantes. Algum queridinho? E qual gostaria de fazer que ainda não fez?
DÉBORA FALABELLA: Difícil responder a essa pergunta porque tenho viários personagens queridos. Do teatro, do cinema, tv. Difícil escolher e seria injusto com as personagens se tivesse que escolher apenas um. Mas claro que tive na minha carreira personagens fortes e marcantes como a Mel, a Nina, Lisbela. Mas no momento ando apaixonada mesmo pela Lucinda.
L'OFFICIEL: Sua imagem ainda é conhecida pelo grande público por conta do papel que fez em Avenida Brasil, como a Nina. Você vê essa questão como positiva ou negativa quando interpreta uma nova personagem? Têm medo de que o público não desassocie sua imagem da personagem?
DÉBORA FALABELLA: Sempre positiva. Foi assim com a Mel também. Acho que pode aí trabalhar nossa imagem pessoal, mas para mim é muito importante a conexão com a personagem. Essa mistura que o público faz. É o que me interessa. Que reconheçam a personagem e esqueçam que por trás existe uma intérprete.
L'OFFICIEL: Após 6 anos longe das novelas, você volta e ainda estreia sua primeira novela com Walcyr Carrasco. Fale um pouco sobre esse retorno e Walcyr.
DÉBORA FALABELLA: Estava com muita vontade de voltar a fazer uma novela. Tinha esquecido da intensidade e do trabalho. E até mesmo do desapego que precisamos ter. Tenho achado difícil e ao mesmo tempo uma aventura. Tudo acontece rápido e por um longo período. Uma vida paralela que acontece e que não está no seu domínio. E isso é uma experiência muito rica para um ator viver. E que dá muito trabalho. Primeira vez com o Walcyr e acho que ele é um craque. Assiste junto com o público, entende seus atores e escreve para eles. A novela do Walcyr sempre te surpreende. E é assim para quem interpreta também.
L'OFFICIEL: Em Terra e Paixão, sua personagem Lucinda vive uma violência doméstica. Como é dá voz a uma personagem que representa situações de tantas mulheres? Qual conselho vc pode passar p elas?
DÉBORA FALABELLA: Eu adoro quando podemos falar sobre assuntos sensíveis através dos nossos trabalhos. A arte por si só já tem essa função. A televisão fala pra muita gente, e quando você tem a oportunidade de representar um personagem que lida com assuntos sérios e tem a capacidade de gerar identificação e discussão sobre o assunto é maravilhoso. Eu espero contar bem essa história. Com todo respeito que tenho por esse assunto.
L'OFFICIEL: A Lucinda também é mãe de um menino que sofre bullying. Como mãe, qual o sentimento que toma conta de você no momento da cena?
DÉBORA FALABELLA: Essas cenas me tocam profundamente. Não queremos ver nossos filhos sendo submetidos a isso e na hora das cenas não tem como imaginar essa situação acontecendo. Mas acredito muito na mãe que Lucinda é. E acredito também que a maternidade pode dar forças para ela sair até mesmo do seu relacionamento abusivo.
L'OFFICEL: Já sofreu com machismo ou algum assédio?
DÉBORA FALABELLA: Nas nossas vidas sempre passamos por situações misóginas. Ainda falta muito pra evoluirmos, como sociedade. Sinto uma força muito grande nos movimentos e na maneira como as mulheres estão enxergando o mundo, mas ainda falta chão para a equidade de género. Seguimos ganhando menos, seguimos sendo questionadas e julgadas pela maneira como nos vestimos, como nos relacionamos, como envelhecemos. Somos muito mais cobradas por essas questões.
Tive sorte na minha história, acho que consegui amadurecer e trabalhar sem passar por situações muito desagradáveis. Mas claro que existiram. Acredito que toda mulher, em algum momento da sua vida já passou por episódios de assédio e por relacionamentos abusivos, infelizmente.
L'OFFICEL: Você é bem ativa nas suas redes sociais. Já foi vítima de alguma fake news e como lida com os haters?
DÉBORA FALABELLA: Não era assim. E nem me acho tão ativa. Sempre tive dificuldade com redes sociais, mas entendi como parte do meu trabalho. Hoje eu enxergo como um veículo de divulgação e como uma forma de dialogar com o público. Acho que a maturidade faz com que a gente não ligue muito pra hatters e fake news, pra que gastar nosso tempo com isso? (risos). Até porque se for contar, vejo muito mais coisas positivas do que negativas na rede, senão acho que não estaria lá.
L'OFFICIEL: O que você mais gosta de fazer quando está em família?
DÉBORA FALABELLA: Os momentos de lazer com a família são muito importantes quando estamos trabalhando tanto. Com a novela, acabo ficando na ponte aérea. Então os momentos de folga são preciosos. Adoramos passear juntos, assistir séries, desenhar e quando temos uma folga maior, adoramos viajar.
L'OFFICIEL: Quais são as pequenas coisas que fazem o seu dia bom? E do que você mais se arrepende?
DÉBORA FALABELLA: Hoje em dia, me cuidar, ter prazer no meu trabalho, ficar com minha família. Me arrependo de algumas vezes ser tomada pelo tempo frenético em que vivemos.
L'OFFICIEL: Se você pudesse ligar para você mesmo em qualquer momento do passado ou futuro, para quando você ligaria e o que diria?
DÉBORA FALABELLA: Eu não conseguiria falar nada, na hora que eu no passado atendesse eu desligaria. A graça da vida é ser imprevisível. No máximo eu diria: calma, respira!
L'OFFICIEL: Como você define o bem-estar físico e mental? O que você faz para se exercitar?
DÉBORA FALABELLA: Me preocupo com meu futuro, minha saúde. Acho que isso é o mais importante independente de desejos estéticos. Hoje gosto de fazer exercícios que me façam bem. Que me ajudem a lidar com o estresse. para cuidar da saúde mental, terapia sempre
L'OFFICEL: Agora você tem 44 anos. Como você definiria a beleza nesta fase da sua vida e como isso é diferente de como você definiria a beleza quando era mais jovem?
DÉBORA FALABELLA: Sou feliz agora e mais gentil comigo hoje, quando me vejo no espelho. Trabalho isso em mim para não me cobrar tanto e ver beleza no meu envelhecer. Envelhecer é um peso maior para as mulheres e é uma pena que ainda hoje seja assim.
L'OFFICIEL: “Bem-Vinda,Violeta”, Terra e Paixão e Aruanas.... o que esperar de 2024, depois de um ano tão intenso. Algum projeto surgindo?
DÉBORA FALABELLA: Tenho planos de voltar com meus espetáculos de teatro e estou desenvolvendo o roteiro de um longa que pretendo dirigir.
L'OFFICIEL: E para finalizar: Cinema ou Novela?
DÉBORA FALABELLA: Teatro!!
