Naomi Campbell começa a se defender de acusações de sua ONG
Naomi Campbell foi acusada de má conduta financeira em 2024
A supermodelo Naomi Campbell afirmou desconhecer as irregularidades financeiras e a má gestão de sua instituição de caridade, Fashion for Relief. Em maio de 2024, Campbell foi desqualificada de administrar entidades beneficentes antes da publicação de um relatório que expôs falhas administrativas, uso indevido de fundos e desorganização de registros.
O documento revelou que a Fashion for Relief gastou milhares de libras em hospedagens, passagens aéreas, spa, segurança pessoal e até cigarros para Campbell, enquanto apenas uma pequena parcela das doações foi para causas beneficentes. Campbell busca reverter a proibição de cinco anos imposta pela Comissão de Caridade do Reino Unido e alega ser vítima de um "engano orquestrado". Segundo ela, um ex-colega do conselho a manteve desinformada sobre a administração da instituição e a iminente sanção da comissão.
Em audiência na sexta-feira, seus advogados argumentaram que Campbell foi vítima de fraude e falsificação, mencionando o uso de um e-mail falso em seu nome. A ex-administradora Bianka Hellmich teria usado esse e-mail para se passar por Campbell. Hellmich, também desqualificada por nove anos, negou as acusações. Outra ex-administradora, Veronica Chou, não recorreu da decisão.
Especialistas apontam que a reversão de uma desqualificação é rara. Liz Brownsell, chefe de instituições de caridade no escritório Birketts, destacou que "administradores não podem ser passivos em seu papel e deixar de agir pode resultar em má administração". O advogado de Campbell, Andrew Westwood, alegou que a desqualificação foi equivocada, pois a modelo "não teve a chance de lidar com as questões administrativas" nem de apresentar sua defesa. Ele afirma que Campbell foi afastada sem acesso aos documentos usados pela comissão.
Representante da Comissão de Caridade, Faisel Sadiq declarou que Campbell não contesta diretamente as conclusões da comissão, mas sim alega ter sido enganada e ocupava um papel simbólico na organização. Desde o relatório de setembro, Campbell declarou estar empenhada em "descobrir a verdade" e reforçou que "jamais realizou trabalho filantrópico para ganho pessoal". O tribunal determinará se sua proibição será mantida ou revertida.