Naomi Campbell relembra início da carreira e luta contra racismo
Naomi Campbell abriu o coração sobre as dificuldaes no início da carreira
A modelo Naomi Campbell abriu o coração sobre as dificuldaes no início da carreira. Aos 53 anos, a também atriz falou sobre a luta contra o racismo ainda jovem enquanto tentava se consolidar na indústria.
As revelação foram feitas durante o documentário "The Super Models". Naomi contou que embora já tivesse lidado com o racismo enquanto ainda morava na Inglaterra, os casos ficaram piores quando ela se mudou para os Estados Unidos.
Ainda no episódio, Naomi contou que ao cinco anos já era vítima das ofensas e ouviu os colegas se referirem a ela com um termo racista.
"Eu não aceitava sofrer bullying na escola pela cor da minha pele. Minha mãe pagava os impostos igual a todos os outros. Eu tinha o direito de estar lá, então saia daqui com esse bullying. Era assim que eu me sentia", declarou a modelo sobre a forma que lidava com o racismo em sua terra natal.
Ainda segundo a estrela, a carreira de modelo não era bem-vista pela família dela e por isso decidiu ir para Nova York.
"Na época, minha família meio que não aceitava que eu fosse modelo. Minha mãe não tinha ideia que eu estava fazendo isso", relembrou.
Naomi Campbell passou a entender que precisaria trabalhar muito para ser aceita e que não havia possibilidade de voltar atrás na decisão.
"Eu comecei a entender culturalmente que eu precisaria trabalhar muito duro para ser aceita. Não havia a possibilidade de voltar para casa com o rabo entre as pernas... Eu precisava ir além, com mais força", continuou.
A modelo também citou alguns casos de racismo que enfrentou nos Estados Unidos, e relembrou que alguns táxias não paravam para ela, exceto quando uma outra modelo, Christy, dava sinal.
"Um cara [taxista] disse: 'Não quero ir até o Brooklyn'. Eu respondi: 'Não estou indo ao Brooklyn'. Me perguntei o motivo para ele falar aquilo. Não entendi até precisar que Christy desse sinal para eu conseguir um táxi para o trabalho", explicou.
Além de Naomi Campbell, o documentário também acompanha a ascenção de Christy Turlington, Linda Evangelista e Cindy Crawford, outras supermodelos consagradas.
Em uma das passagens do projeto, Linda Evangelista chegou a destacar a trajetória de Campbell e também falou sobre as dificuldades que a amiga encontrou.
"Naomi nem sempre estava com desfiles agendados. Eu não entendia. Eu achava que ela era mais bonita e tinha um corpo melhor, uma estrutura melhor. Eu me perguntava: 'Por que não chamam ela?'. Então disse a eles: 'Se não a contratarem, também não me contratarão", Linda disse, sobre o começo da carreira.
Com mais de 40 anos de carreira, Naomi Campbell é a primeira e única supermodelo negra da indústria da moda a receber o título na indústria da moda.
