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Pom Klementieff em um bate-papo com a L'Officiel Brasil

Singular joie de vivre! Em um mix de espontaneidade sem filtro com a elegância francesa, a atriz Pom Klementieff vive Mantis, a alienígena empática de Guardiões da Galáxia.

Pom Klementieff
Pom Klementieff

Pom Klementieff é daquelas pessoas que tem uma alegria tão contagiante que é impossível não se encantar com ela. A atriz franco-canadense de 37 anos ficou conhecida internacionalmente ao interpretar a alienígena Mantis, em Guardiões da Galáxia, franquia da Marvel que lançou o seu terceiro volume no começo de maio. Mas ao contrário da timidez de sua personagem, Pom não esconde a espontaneidade ou o sorriso fácil de ninguém. É simples imaginar que a personalidade de uma seja parecida com a da outra, pois a atriz consegue se transformar em um ser de outro planeta como se fosse a coisa mais natural do mundo. Talvez isso seja resultado de uma vida inteira convivendo com a mistura de culturas e idiomas. Filha de uma coreana com um francês-russo, Pom nasceu no Canadá e durante seus primeiros cinco anos de vida, morou em quatro continentes diferentes por conta do trabalho do pai, que era diplomata para a França, onde acabou vivendo a maior parte de sua vida e focou na carreira de atriz.

A busca por oportunidades de trabalho acabou levando Pom para os Estados Unidos há um pouco mais de dez anos, onde após alguns projetos com grandes diretores, finalmente conquistou aquele que seria o papel que mudaria a sua vida. “É engraçado, eu fiquei muito preocupada quando filmávamos o Guardiões da Galáxia volume 3, porque a Mantis fala muito nos dois filmes. Eu dizia para o James Gunn (diretor): acho que estou soando muito francesa. Me avisa se ficar demais? E ele nem se importava, porque ela não é deste planeta, então estava tudo bem ter um sotaque. Só que para mim é um pouco estranho, porque ela não vem da França”, brinca Pom durante a nossa entrevista por vídeo.

Pom Klementieff

Apesar da fluência em inglês, este foi um fator que certamente a intimidou em seus primeiros papéis nos Estados Unidos, principalmente por se tratar de um filme do universo da Marvel. “O meu objetivo era soar o mais americana possível. Eu tenho um sotaque na vida real, então é inevitável que ele apareça. Mas quero principalmente que as pessoas possam me entender. Se você não dá ênfase às sílabas certas, corre o risco de não entenderem. Então, eu cuido muito disso, mas depois me divirto. Encontro meu próprio jeito de falar e a minha melodia”, reflete.


E, certamente, se houvesse uma palavra para descrever Pom, seria singularidade. Além da beleza ímpar e o tão 
comentado sotaque, seu jeito de ver o mundo é algo extremamente único. E sua positividade, apesar de uma história familiar bastante triste. Na infância, a atriz perdeu o pai, e a mãe desenvolveu esquizofrenia. E ainda, o irmão cometeu suicídio há doze anos. Mas foi na atuação onde ela encontrou a melhor forma de lidar com suas dores e perdas. “Mesmo na comédia, tudo é enraizado em algo que é profundamente emocional para mim”, explica. “As personagens sempre me levam de volta às minhas experiências, à minha família e a todas essas coisas. Eu posso encontrar todas essas conexões na minha mente e nas minhas memórias. E isso é bonito, pois é uma homenagem ao que se passou com a minha família. Isso tudo está muito dentro de mim, mas eu normalmente não falo muito a respeito pois é algo extremamente pesado.”


Quando o assunto é trabalho, seu principal objetivo é se divertir e criar. “É difícil para mim falar de forma séria sobre meus personagens. Eu tenho uma abordagem muito instintiva. É sobre estar no momento. Eu quero ser estranha e tentar coisas diferentes.” E não há personagem mais perfeita para isso do que Mantis. “Há muita liberdade para inventar o que eu quiser, porque ela não é uma pessoa. Não tenho que 
parecer com nada que existe.” O figurino e a maquiagem, claro, contribuem para a criação dessa personagem nada usual. As roupas de estilo espacial só perdem para as antenas, que depois de algum tempo de gravações, já fazem parte de seu corpo, mas sempre fazem muito sucesso quando há crianças no set de filmagens. “É muito fofo, porque elas ficam olhando as antenas e todas querem tocá-las”, lembra Pom.

Poster da personagem Mantis em Guardiões da galáxia: volume 3.

Ao mesmo tempo que a atriz se diverte com a falta de noção e de habilidades sociais básicas de sua personagem, vinculadas ao superpoder de ler o sentimento das pessoas à sua volta, ela tem consciência da importância que é fazer parte de uma franquia cinematográfica tão popular. “É um filme que muitas pessoas amam e vão assistir. Mas é impressionante o quanto o público realmente se identifica com a personagem. Tem gente que me encontra e fala que muitas vezes não sabe como agir com outros, ou que está em algum espectro de autismo, e se veem na Mantis. E essa conexão é muito especial”, destaca.


Ela mesma considera ter algumas similaridades com a personagem que, apesar de não lhe dar muito orgulho, a faz rir muito, “também não tenho filtro algum na vida real. Meus amigos vivem reclamando porque eu fiz ou falei algo em voz alta. E eu às vezes me arrependo – bem, na maioria das ve
zes –, mas acabo falando o que quero toda hora sem pensar”. Mantis, por sua vez, que nos primeiros filmes sempre se mostrou mais contida, neste terceiro da franquia que entrará em cartaz no dia 5 de maio, se tornou um pouco mais como Pom. “Ela está mais assertiva nesse filme. Sabe o que quer, fala o que quer e não está nada tímida. E preciso dizer, é maravilhoso ficar brava como Mantis.”


Além da evolução de sua personagem, outro ponto que certamente a fascinou durante as gravações de Guardiões da galáxia: volume 3 é o fato que, mesmo após tantos anos dentro deste universo, ela segue sendo desafiada e evoluindo as suas habilidades. “Não quero fazer sempre a mesma coisa, quero fazer trabalhos diversos e tentar coisas diferentes. Para mim é sobre trabalhar com as pessoas certas, que me inspiram e que eu admiro.” Não há dúvidas de que o filme deixará uma marca na sua vida para sempre e, com isso em mente, é uma aposta segura que ela guardaria algum souvenir do set de filmagens. O item escolhido a dedo foi um instrumento musical. “É um objeto de cena totalmente aleatório que eu peguei. Então espero de verdade que isso não seja um spoiler. Senão eu vou sair daqui algemada pela polícia da Marvel”, brinca.

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