Princesa Diana: por que ela odiava passar o Natal com a realeza?
Princesa Diana não gostava de ir à Sandringham, casa de campo pertencente à Família Real
A Princesa Diana (1961-1997) sempre teve uma relação conturbada com os rituais natalinos da Família Real Britânica, especialmente as celebrações em Sandringham, a tradicional propriedade rural da monarquia. Apesar de sua popularidade com o público, Diana nunca conseguiu se adaptar ao estilo de vida rígido e cheio de protocolos da realeza, e isso se tornava ainda mais evidente durante as festas de fim de ano. O filme Spencer (2021), dirigido por Pablo Larraín, trouxe essa tensão para os cinemas, mostrando um retrato ficcional, mas emocionalmente intenso, dos conflitos internos da princesa durante o Natal.
De acordo com Ingrid Seward, editora da revista Majesty e autora de livros sobre a monarquia britânica, Diana via Sandringham como um lugar opressivo. "Ela era uma alma livre e odiava o ambiente cheio de formalidades. Mesmo nos primeiros anos de seu casamento com Charles, quando o relacionamento ainda parecia promissor, Diana não se sentia à vontade lá", afirmou Seward em entrevista à Fox News.
Entre as tradições que mais incomodavam Diana estava a "ordem de precedência", um costume real que dita quem entra primeiro nos cômodos ou quem se senta onde nas refeições. Embora para muitos membros da família essas práticas fossem encaradas como normas tradicionais, Diana as considerava antiquadas e sufocantes. "Ela não gostava de tantas regras disfarçadas de tradições. Isso a fazia se sentir deslocada", revelou Seward.
Além das questões com Sandringham, o ambiente familiar também trazia tensão para Diana. Seu casamento com Charles já enfrentava sérias dificuldades desde meados dos anos 1980, agravadas pelo relacionamento do então príncipe com Camilla Parker Bowles, atual Rainha Consorte. Diana e Charles formalizaram o divórcio em 1996, após anos de separação pública e particular.
Diana morreu tragicamente em agosto de 1997, em um acidente de carro em Paris, deixando uma marca indelével na história da monarquia. Embora sua passagem por Sandringham tenha sido marcada por desconfortos, ela encontrou maneiras de criar memórias afetivas com os filhos, os príncipes William e Harry, durante esses períodos. Suas dificuldades em adaptar-se às rígidas tradições reais ajudaram a humanizar sua imagem e a fortalecer sua conexão com o público, que via nela uma figura mais próxima da realidade do que o restante da família real.
Até hoje, as celebrações natalinas da realeza permanecem um símbolo da tradição britânica, mas a ausência de Diana e sua relação complexa com esse período continuam a alimentar debates sobre os desafios de se viver sob os holofotes da monarquia.