Sophia Abrahão em entrevista para a L’Officiel Brasil
Sophia Abrahão se mantém engajada em diferentes causas sociais e reflete sobre o assunto
Sophia Abrahão tem um currículo poderoso! Ela iniciou sua carreira artística como modelo, quando tinha apenas 14 anos. Aos 16 fez sua estreia na TV e não parou mais - até apresentadora ela já foi! Na música, Sophia recebeu uma indicação ao Grammy Latino, na categoria de Melhor Artista Revelação. E além de tudo isso, ela ainda é envolvida com diferentes questões filantrópicas e tem tempo para administrar um clube do livro!
Confira uma entrevista exclusiva com a atriz:
L'OFFICIEL BRASIL: Como e por que começou a se envolver com questões filantrópicas?
Sophia Abrahão: Sempre me mantive engajada com inúmeras causas sociais relacionadas à educação, saúde e também a causa animal. Acho imprescindível lutarmos e apoiarmos essas pautas que muitas vezes não são contempladas com benefícios governamentais. Como artista, acredito que tenho que usar a minha voz e a minha visibilidade para essas questões. Penso que o macro ainda está longe de ser transformado, infelizmente. Mas enquanto eu puder lutar, dentro das minhas possibilidades e alcance, é isso que vou fazer!
L'OFF: Como foi sua viagem para a Amazônia? O que viu e aprendeu por lá?
S.A.: Foi transformadora, essa viagem mudou a minha vida. É muito diferente estar lá e ver de perto tudo o que está acontecendo. A destruição é real, o coração fica dilacerado com tanta devastação e as mudanças se fazem extremamente urgentes! Pudemos fazer a captação das imagens para as denúncias via terrestre e também aérea, é desesperador. As queimadas se estendem por quilômetros e quilômetros... Um pedaço de mim ficou ali. E ficou muito claro , que a única maneira de transformar essa realidade é cobrar dos nossos políticos uma ação imediata e eficaz na proteção do meio ambiente.
L'OFF: Como trazer a conscientização sobre o meio ambiente para o dia a dia? Quais práticas você costuma fazer?
S.A.: Para a conscientização sobre a problemática ambiental, antes de mais nada, é necessário trazer informação. Instituições, incluindo o Green Peace, fazem um trabalho de denúncia e expõem para o grande público a triste realidade do descaso que com a pauta do meio ambiente é tratada. No meu dia a dia, penso sempre em manter uma rotina mais sustentável. Reciclo meu lixo, separo o lixo orgânico para composteira e não consumo nenhuma proteína animal há muitos anos. Sabemos que nossos hábitos podem mitigar os danos, mas o que realmente precisamos é de um olhar cauteloso dos governos para essa causa. Só através de políticas públicas esse cenário pode ser revertido.
L'OFF: Quais são seus livros favoritos? Como surgiu a ideia de começar um Clube do Livro? Aliás, se fosse escrever um livro, o que seria?
S.A: Poxa, é muito difícil escolher só alguns (risos) mas vou tentar. Amo o “1Q84” do Haruki Murakami, “O livro dos títulos” do Pedro Cardoso, o “Fiquei Comigo” da Ayobami Adebayo (que inclusive tive o prazer de encontrar para um bate papo com os inscritos do projeto) e o “Fim” da Fernanda Torres.
Eu criei o Clube do Livro há quatro anos e ele se tornou um dos maiores do Brasil. Tudo começou quando passei a compartilhar os meus hábitos de leitura no Instagram e vi que muita gente que me seguia começou a se interessar e ler comigo. A leitura é transformadora, mas o brasileiro não tem esse hábito. Isso é muito nocivo para a nossa sociedade. Foi aí que comecei a minha parceria com a HarperCollins, que não envolve nenhum tipo de troca financeira porque é um projeto sem fins lucrativos. Eles conseguem um super desconto para os inscritos. A gente também sorteia livros todo mês, vários inscritos são contemplados com esses livros e não precisam comprar. Agora tem três meses que a gente lançou um concurso cultural em que as pessoas me mandam redações a partir dos livros. Eu leio todas e tem prêmios para o primeiro, segundo e terceiro lugar para incentivar a escrita também. Tem inscritos que estão em processo de formação, daqui a pouco vão prestar um Enem, um vestibular, a gente sabe que redação é importante.
Já escrevi alguns livros em parceira com a Carolina Munhoz e a Camila Frender: O Reino das Vozes Que Não se calam, O Mundo das Vozes Silenciadas (que inclusive foram best seller na Bienal) e Numa Outra. Passei um tempo sem pensar em escrever outro livro, mas confesso que essa vontade ressurgiu em minha vida. Fantasia é um gênero que me interessa muito e gostaria de escrever outro livro com essa temática.
L'OFF: Quais são seus planos para o futuro? Algum projeto para a televisão, cinema ou até mesmo música?
S.A.: Não vejo a hora de poder compartilhar todas as novidades! Recentemente gravei um longa onde sou protagonista e deve ser lançado ainda esse ano. Eu amo atuar e estou muito feliz com esse momento da minha carreira. E em 2023 vários projetos vão sair do papel, estou muito ansiosa!
L'OFF: Você começou tão jovem na TV. Como lida com a questão de envelhecer?
S.A.: Envelhecer nunca foi uma questão pra mim. Gosto de ver o quanto mudei e amadureci até aqui, quantas coisas novas tive a oportunidade de viver e aprender... E a vida é sobre isso. Quero me imaginar no futuro muito mais realizada, feliz e valorizando as pequenas coisas do dia a dia.
L'OFF: O que ainda deseja realizar e ninguém imagina?
S.A.: Na quarentena descobri uma grande paixão pela pintura, desde então, tenho me aprofundado em novas técnicas e maneiras de me expressar com o pincel. Isso me despertou uma grande vontade de futuramente juntar as minhas melhores obras em uma exposição para famílias, amigos e fãs.
L'OFF: Quais os segredos para manter um relacionamento tão duradouro?
S.A.: Terapia (risos)! Mas sério, acho que para um relacionamento é fundamental que estejamos em constante busca da nossa melhor versão. Além da parceria para entender o outro, o respeito, amor e paciência. Aprendo muito com o Sergio e tenho certeza que a nossa troca faz muito bem pra nós dois.