A magia da Isla Holbox: o destino praiano mais cool do México

Ser surpreendido com lugares totalmente desconhecidos é a melhor sensação para quem ama uma boa exploração. Melhor quando a expectativa sobre o destino é praticamente nula e ele te conquista aos poucos, nos detalhes. O sol, a sombra e a água fresca de Holbox não pareciam diferentes de nenhuma das famosas praias de Quintana Roo, estado mexicano abençoado pelo belíssimo — e muy fotogênico — mar com todos os tons de azul que há bons anos atrai turistas de todos os cantos e tipos. Foi o potencial do lugar, com ares de achado (dos bons!) e frequentado por europeus bem nascidos há pelo menos cinco anos, que despertou a nossa curiosidade. Afinal, o que tem de tão especial que até na lista de destinos imperdíveis do New York Times foi parar?

A dúvida perdura durante a travessia de pouco mais de meia hora de ferry que sai de Chiquilá, cidade a cerca de duas horas de Cancun, e segue na chegada a um porto zero charmoso, que fica do lado oposto ao da zona hoteleira e onde motoristas de carrinhos semelhantes aos de golfe (automóveis maiores são banidos) não precisam de muito esforço para conseguir um trocado extra dos visitantes. A má impressão começa e termina aqui. O cenário muda — em todos os sentidos — à medida que a praia se aproxima. 

Areia branca, fina e fofa, água rasa de cor não óbvia (um verde claro intenso que pode mudar rapidamente para azul turquesa ou ainda ficar turvo depois dos temporais - checar a previsão é obrigatório antes de comprar passagem) faz os olhos brilharem e curam a alma de imediato. Os 55 km2 de área sem grandes empreendimentos imobiliários, livres do imenso desenvolvimento que assola grande parte da costa do México, são garantia de paz verdadeira. A vontade instantânea é de colocar biquini, chinelo, protetor solar e assim permanecer até os últimos minutos do dia final, admirando o show de uma natureza quase bruta, muito semelhante à de Tulum pré-invasão bárbara. Brincadeiras à parte, é inteligente incluir ambos os destinos na mesma viagem. Holbox por último e por pelo menos três dias cheios, para voltar cem porcento renovado para casa.

O clima de dolce far niente é o principal argumento da viagem, mas não dá para perder também atrativos como mergulho (leve o seu snorkel próprio, é mais higiênico), pôr do sol no caiaque, barco até a ilha dos flamingos, observação de bioluminiscência (produção de luz por organismos vivos do mar), kindsurf, bike de ponta a ponta… Dá para curtir a dois ou até para levar crianças pequenas, já que o mar é zero perigoso. A partir de maio, os protagonistas são os tubarões-baleia. De noite, o programa é ir ao centro depois de comer algum prato à base de lagosta (o tagliarini do Mandarina Seaside, restaurante do hotel Casa Las Tortugas, é perfeito), de preferência acompanhado de mezcal (de Oaxaca, porfa!) puro ou misturado com hibisco. 

Mais highlights do destino: street art por todo canto, pizza de lagosta da Roots e táxi aéreo da Xomex para voltar em meia hora para o aeroporto de Cancun.