Mônaco: os clássicos de luxo

Dois quilômetros quadrados de faixa costeira ensolarada o ano inteiro fincados entre o hipnotizante mar da Côte d’Azur e o imponente Monte Agel, a pouco mais de 20 minutos das fronteiras francesa e italiana, antecipam a localização privilegiada da terra dos Grimaldi, família que governa Mônaco há 700 anos. De fato, o lugar se assemelha a um cenário de conto de fadas, com direito a palácio no topo do penhasco, ruelas estreitas e ultracharmosas, jardins impecáveis, vinícolas orgânicas e até baile anual da alta sociedade – o Gala de la Croix Rouge Monégasque (Gala da Cruz Vermelha Monegasca, em português) –, que já foi comandado por Grace Kelly. Assim como sua elegância veio para personificar o principado, os esforços de seu primogênito, fruto do casamento com o príncipe Rainier III, estão definindo uma nova era. Alberto II, chefe da casa de Grimaldi desde a morte do pai, em 2005, tem se esforçado bastante para adicionar o selo verde à já glamourosa Mônaco – telhados verdes e superiates elétricos são comuns por lá –, mostrando que o luxo precisa, mais do que nunca, estar associado a atitudes responsáveis e que respeitem o meio ambiente.

É verdade que o país tem o histórico de se reinventar. Fundado em 1297, era até então uma vila de pescadores. Durante a Revolução Francesa, teve o território anexado pela França. A sorte econômica virou em 1865, dois anos após a criação de Monte Carlo, quando a monarquia apostou na abertura do primeiro cassino da região (hoje são quatro principais) e na construção de uma conexão ferroviária com Paris, que facilitou a chegada de visitantes ávidos pelos jogos de azar. Outra atração que aquece o turismo anual é uma das mais tradicionais das etapas de Fórmula 1 do mundo, o Grand Prix de Mônaco. A prova, vencida seis vezes (!) pelo brasileiro Ayrton Senna, acontece desde 1929 nas ruas onde os carros dos moradores e viajantes circulam normalmente. O tênis, esporte clássico em terras monegascas, também conta com uma importante competição do circuito, a Monte Carlo Rolex Masters – os melhores tenistas do mundo competem em duas dezenas de quadras de saibro com vista para o Mar Mediterrâneo, incluindo a famosa marina. É de tirar o fôlego.

O Hôtel de Paris e a Place du Casino são clássicos do destino que merecem uma visita. O primeiro conta com uma das maiores adegas privativas de hotel no mundo, com mais de 150 anos de história, já frequentado por figuras lendárias como Winston Churchill. O segundo é cartão-postal e point para ver e ser visto – a praça foi completamente renovada, um mix de modernidade e história assinado por Michel Desvigne. O Palácio do Príncipe, residência oficial da realeza, também vale a visita. Aberto ao público, conta com uma coleção de arte impressionante, além de piso de mármore de Carrara, afrescos extravagantes e imponentes lustres de Murano.

Não é preciso grandes esforços para perceber que se trata de um pequeno principado com atrações inversamente proporcionais a seu tamanho. Cozinhas gourmet combinadas com tradição e modernidade e fusões sutis de sabores exó- ticos são algumas das opções para esses exigentes paladares – Mônaco detém nove estrelas Michelin distribuídas em sete estabelecimentos. Destaque para o restaurante do chef Yannick Alléno, à l ́Hotel Hermitage Monte-Carlo e com 1 estrela Michelin, e o La Table d’Antonio Salvatore.