Movimento MOB aposta na versatilidade e sustentabilidade
Luxo para muitos ainda é sinônimo de ostentação e de um design que remete a outro período da história, bem como outras características maximalistas. Já para o grupo de lifestyle MOB, a excelência combina mesmo com versatilidade, conforto e sustentabilidade. Os “novos nômades” sabem e gostam disso
O movimento MOB (Maimonide of Brooklyn), um mix de hospitalidade, arte e gastronomia, foi criado em 2011, nos Estados Unidos. Inicialmente, era focado no desenvolvimento de uma “gastronomia vegana para carnívoros”. Seu restaurante, em Nova York, virou um sucesso entre a mídia e a comunidade artística, sendo considerado um dos melhores da cidade. Importante salientar que nessa investida estava as três estrelas Michelin Alain Senderens. O próximo passo do projeto foi ampliar a atuação para o ramo de uma hotelaria que exalta uma nova percepção do luxo: algo sustentável e conectado com o que há de mais novo em tecnologia e tendências. Agora, em seu terceiro ato (a MOB House), eles miram no público de novos nômades, pessoas que querem uma hospedagem mais longa, para trabalhar remotamente, mas mesmo assim sentindo-se em casa.
Desde janeiro deste ano, no coração do bairro de Puces de Saint-Ouen, em Paris, a MOB House abriu suas portas. Nesse hub de bem-estar e funcionalidade que atrai jovens empresários, é possível se hospedar em um dos cem quartos do edifício projetado para estadias mais longas, com dormitório para descansar, uma sala de reuniões e um escritório, bem três em um. A assinatura desse ponto de encontro para quem já se adaptou a um mundo de “anywhere office” carrega os detalhes da excelência em design francês e italiano, com Cyril Aouizerate, Michel Reybier e Philippe Starck (designer de renome internacional e um dos pioneiros do chamado “design democrático” tanto na criação de produtos para o uso diário, como móveis e bicicletas elétricas, quanto em arquitetura de hotéis e restaurantes ou engenharia naval e espacial) encabeçando o projeto.
E o roteiro deste novo ambiente segue as mesmas bases do começo da jornada, que é de uma hotelaria artesanal que combina o mundo do empreendedorismo, ecologia social e de compromisso político.
“MOB HOUSE se uniu a experiência de 20 trabalhado[1]res nômades para melhorar o projeto, oferecendo a eles uma estadia por mais de um ano, pois aqui é um local de produção, estimulação intelectual e troca de conhecimento”, diz Cyril Aouizerate, autodenominado filósofo das ruas e empresário interessado em projetos de renovação urbana. Ele também foi um dos responsáveis pelo Mama Shelter, outro projeto de hospitalidade que abraça a modernidade sem medo. Além do interior das acomodações, é possível descansar em um jardim de 2 mil m2 , piscina exterior, ginásio e infraestruturas de boas-vindas a empreendedores que por ali passam
Na parte ambiental, houve demora, mas o mercado de luxo atual passou a amar a sustentabilidade tanto quanto a artesania. E isso fica bem nítido na concepção da MOB. A decoração do projeto, iniciado em 2017, contempla materiais naturais. Além disso, voltando às origens, um bom restaurante não poderia ficar de fora. “Restaurante significa restaurar-se e fornecer comida… no sentido figurado e literal. No Feuille de Chou, nossa brasserie orgânica da MOB HOUSE, você consegue ver esse approach ecológico no seu prato, com produção orgânica e local, O menu é sazonal, com duas estações predominantes: primavera/verão e outono/inverno, por causa dos efeitos das mudanças climáticas globais. Por último, mas não menos importante, a sua identidade caracteriza-se pela tradição francesa, ecoando o meu amigo e chef que inspirou o menu, Jérôme Banctel, com foco nos ingredientes e produtos. É aqui que recorremos ao know-how tradicional para criar produtos leves, gourmets e saudáveis com alimentos com muitos benefícios”, finaliza Aouizerate.