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Diabetes: como a doença pode afetar a saúde da mulher?

No dia Mundial do Diabetes, descubra como a doença pode afetar a saúde da mulher na matéria a seguir

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Diabetes | Foto: Getty Images

No Brasil, aproximadamente 15 milhões de pessoas vivem com diabetes, sendo a maioria diagnosticada com o tipo 2 da doença, diretamente associado ao estilo de vida. Esta doença, segundo a Federação Internacional de Diabetes, continua a crescer no país, impulsionada, principalmente, pelo sedentarismo, má alimentação e consumo de açúcares e alimentos industrializados. 

    

Pensando nisso, neste Dia Mundial do Diabetes, a L’Officiel Brasil convidou a Dra. Bianca Bernardo, ginecologista e especialista em reprodução humana que atua na Clínica Nilo Frantz para falar sobre como a doença afeta a saúde feminina. Segundo ela, esta patalogia pode, principalmente, afetar a fertilidade, tanto no homem quanto na mulher. Na mulher especificamente pode atrapalhar a ovulação, causando irregularidade menstrual, mas uma vez que esse diabetes esteja controlado, o risco de afetar a fertilidade é reduzido. Por isso, a recomendação é manter um bom controle glicêmico, fazer dieta e melhorar o estilo de vida com atividades físicas regulares. 

 

Nas mulheres que buscam engravidar, uma diabetes descompensada pode cursar com complicações de primeiro trimestre, como aumento da probabilidade de aborto, além de aumentar o risco de malformações fetais, por exemplo, como as cardíacas. “Por isso, o desafio é estar com o controle glicêmico adequado e manter essa gestão dietética ao longo de todo o pré-natal” explica a médica.

 

No caso de diabetes durante a gravidez, há também um maior risco obstétrico e perinatal, podendo resultar em polidrâmnio — um aumento do líquido amniótico —, além de um bebê maior que o esperado para a idade gestacional, condição conhecida como macrosomia fetal, e problemas respiratórios adaptativos no recém-nascido, entre outros.como

 

Com isso, de acordo com a Dra. Bianca Bernardo,  o recomendado é ter acompanhamento médico e realizar exames de primeiro trimestre de sangue, como o de glicemia em jejum, além de outros como o teste oral de tolerância à glicose. E, na ocorrência que tenha um ou mais exames alterados, é feito o diagnóstico de diabetes gestacional. 

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Foto: Instagram/@masha.nev

“Cuidar da alimentação é muito importante, reduzir a ingestão de carboidrato, substituindo, então, os simples pelos mais complexos, como os integrais, uma dieta zero em açúcar, ter cuidado com o índice glicêmico inclusive das frutas,  fazer uma dieta fracionada, sem períodos muito longos de jejum, além do controle da Glicemia capilar para poder avaliar como é a glicemia pós-alimentação e, se possível, ter um acompanhamento de um nutricionista”, orienta a médica.

 

E como opção de tratamento também há a insulina. “Mas é importante que haja um controle via dieta, quando necessário a introdução de medicamentos como a insulina será usada para o melhor controle”, explica a Dra. Bianca.

 

Além disso, a pele pode se apresentar áspera, rachada ou descamada, principalmente nos pés, manchas escuras chamadas de acantose nigricans. E no caso, pessoas com diabetes também apresentam mais coceira nas peles. E a doença também pode causar lesões de nervos periféricos levando a perda de sensibilidade nas extremidades do corpo. E há outros sinais clínicos também como Poliúria (micção excessiva), Polidipsia (sede constante), Polifagia (aumento do apetite), perda de peso, fadiga, infecções de repetição (principalmente aquelas causadas por fungos). No quesito cabelos, pode haver queda de cabelo relacionada a infecções fúngicas.

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Foto: Instagram/@theerealkarlaj

E pacientes que já tenham diabetes e queira tentar IVF (Fertilização In Vitro), a paciente com resistência insulínica associada a síndromes ovários policísticos, tem um risco maior de síndrome de hiperestimulação ovariana, no qual é uma resposta exagerada a estimulação dos óvulos e aumento excessivo do estrogênio, levando a edemas e podendo levar a outras complicações mais graves, como edema gordo de pulmão, líquido na barriga, podendo precisar de internação e o quadro também pode aumentar o risco de infecções, no caso de pacientes diabéticas sem controle. Por isso, também é muito necessário a dieta, o diagnóstico de diabetes e o cuidado. E no caso, de usuários de medicamentos como semaglutida para o preparo do IVF é necessário o interrompimento do uso por pelo menos três semanas antes da aspiração do óvulo devido a anestesia. E no caso da insulina, é preciso um cuidado, mas por ser necessário jejum e ocorrer uma anestesia, há o interrompimento com a não aplicação na véspera da insulina ou do uso do antidiabético, para não ocorrer o risco de fazer hipoglicemia.

  

Assim sendo, neste Dia Mundial do Diabetes, a importância da conscientização redobrada no impacto da diabetes na saúde das mulheres é fundamental, principalmente no aspecto da saúde feminina específica em que muitas vezes não é abordada e como a adoção de hábitos saudáveis, é fundamental para reduzir riscos e promover o bem-estar das mulheres.

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