Fome emocional: come demais e se sente vazio? Entenda o que é
Fome emocional: especialista ajuda a compreender gatilhos emocionais da compulsão alimentar, promovendo relação saudável com a comida
A fome emocional é frequentemente confundida com a fome fisiológica. Enquanto a fome fisiológica é uma necessidade do organismo para obter nutrientes e energia, a fome emocional surge como resposta a estímulos emocionais. Esses estímulos podem incluir estresse, ansiedade, depressão, tédio e até situações de comemoração. A endocrinologista Dra. Deborah Beranger explica que a fome emocional pode levar à compulsão alimentar e doenças metabólicas, pois a ingestão de alimentos é influenciada não apenas pela necessidade de nutrientes, mas também por fatores emocionais.
O ato de comer é mediado por sinais fisiológicos, como a redução de nutrientes e a diminuição da temperatura corporal. Contudo, a comida também proporciona prazer imediato, principalmente devido à liberação de serotonina, um neurotransmissor associado ao bem-estar. Por isso, pessoas ansiosas frequentemente usam a comida como válvula de escape em situações de estresse. A procura por alimentos calóricos, que elevam rapidamente os níveis de energia, pode ser desencadeada pelo cortisol, hormônio do estresse, contribuindo para a formação de células adiposas e aumento do risco de doenças metabólicas, como diabetes.
Em muitas situações, a relação com a comida é moldada desde a infância por fatores que vão além da fome, como a disponibilidade de alimentos, a aparência deles, e a associação com eventos sociais ou emocionais. Pessoas podem comer excessivamente tanto em momentos de estresse e depressão quanto em situações de euforia e alegria, sem perceber. A Dra. Beranger destaca a importância de reconhecer essa relação entre saúde emocional e alimentação, sugerindo que essa percepção pode ajudar a controlar a compulsão alimentar.
“É importante lembrar que, desde bebê, uma pessoa é alimentada em função de outros fatores que não simplesmente a fome. No adulto, o comer sofre influência de fatores como disponibilidade mais ou menos abundante de alimentos, a aparência deles, a associação com motivos comemorativos, festivos ou negociais, estar ou não acompanhado etc.” destaca a endocrinologista Drª Deborah
Para tratar a fome emocional, é essencial uma abordagem multidisciplinar envolvendo endocrinologistas, psiquiatras, nutricionistas, psicólogos e educadores físicos. Esses profissionais podem colaborar para identificar os gatilhos emocionais que levam à compulsão alimentar e ajudar o paciente a melhorar sua relação com a comida. A Dra. Deborah Beranger enfatiza que, ao tratar as causas emocionais subjacentes, é possível reduzir o impacto negativo da fome emocional na saúde geral dos pacientes.