Gwyneth Paltrow troca a sua polêmica dieta

Dois anos depois de causar polêmica com sua dieta rigorosa baseada em princípios anti-inflamatórios e no estilo de vida paleo, Gwyneth Paltrow voltou a falar sobre alimentação — mas, desta vez, com um tom mais flexível. No episódio do dia 22 de abril do "The goop Podcast", a atriz, hoje com 52 anos, contou que está deixando de lado parte das restrições e se permitindo prazeres que antes estavam fora do cardápio.

“Brad [Falchuk] e eu seguimos uma dieta paleo por alguns anos, mas, sendo honesta, estou meio cansada. Estou voltando a comer um pão de fermentação natural, um queijinho”, confessou. E completou, quase com um sorriso na voz: “E um pouco de macarrão, sim. Depois de tanto tempo sendo tão rígida.”

Ainda assim, Gwyneth reforça que continua priorizando alimentos frescos, integrais e minimamente processados — uma escolha que, segundo ela, tem mais a ver com saúde a longo prazo do que com estética. A atriz convive com inflamações crônicas e já falou abertamente sobre isso em outras ocasiões, como quando participou do podcast "The Art of Being Well", com o Dr. Will Cole, em 2023. Na época, ao detalhar sua alimentação diária — que incluía basicamente jejum, caldo de ossos no almoço e vegetais no jantar — ela foi alvo de críticas de especialistas e figuras públicas como Tess Holliday e Meghan McCain. A nutricionista Lauren Cadillac chegou a comentar que a dieta descrita era “claramente insuficiente” para uma mulher da estatura de Paltrow, que mede 1,75m.

Diante da repercussão negativa, ela usou o Instagram para esclarecer que aquelas escolhas eram específicas para tratar “níveis altos de inflamação” e que a conversa com Cole era, na verdade, uma sessão entre paciente e médico: “Não é um conselho para ninguém. É o que funcionou para mim.”

No episódio mais recente de seu próprio podcast, Gwyneth foi além e compartilhou um olhar mais pessoal sobre sua trajetória com a alimentação saudável. Ela lembrou de uma fase em que seguiu uma dieta macrobiótica com fervor quase religioso — em parte, como uma tentativa inconsciente de ajudar o pai, o diretor Bruce Paltrow, que morreu em 2002 após anos lutando contra um câncer na garganta. “Naquela época, eu estava obcecada com a ideia de que, se comêssemos bem, se hidratássemos, poderíamos nos sentir infinitamente melhor. Ainda acredito nisso, mas hoje consigo equilibrar melhor”, disse.

A busca pela longevidade e pelo bem-estar continua, mas agora com mais leveza. Gwyneth afirma que usa a alimentação saudável como uma “base”, um norte, mas não mais como uma prisão. “A comida virou um modelo que eu sigo — e não uma regra inflexível.” De acordo com a "Mayo Clinic", a dieta paleo moderna é baseada no que os humanos do período Paleolítico consumiam — ou seja, frutas, vegetais, carnes magras, peixes, ovos, nozes e sementes. Grãos, laticínios e alimentos industrializados são geralmente excluídos. Mas até mesmo Gwyneth, uma das vozes mais influentes do universo wellness, admite que comer um pouco de queijo ou massa de vez em quando pode ser tão saudável quanto um prato de couve. “No fim, trata-se de se sentir bem. E, às vezes, isso envolve pão quente com manteiga.”

Essa nova fase de Gwyneth Paltrow — mais pé no chão, menos performática — talvez não seja a resposta definitiva para o debate sobre dietas restritivas. Mas certamente sinaliza uma mudança: mesmo quem está no centro da cultura do bem-estar precisa, de tempos em tempos, lembrar que saúde também passa por prazer e equilíbrio.