Testosterona: mais importante do que você imagina
Os hormônios são essenciais para a manutenção de um organismo saudável, sendo presentes desde o desenvolvimento fetal como estrogênio e de progesterona, durante nosso crescimento com a somatotrofina e claro para o desenvolvimento durante a puberdade com a testosterona e progesterona.
O desequilibrio de qualquer um desses hormônios pode causar disfunções graves em nosso organismos, e apesar de ser um hormônio conhecido como masculino a testosterona também está presente no corpo da mulher e possui uma função extremamente importante.
O Dr. Marcos Cesar Staak Júnior nos explica quais são as funções especificas que esse hormônio executa em nossos corpos e dá dicas de como manter-se saudável.
De acordo com o médico Dr. Marcos Cesar Staak Júnior, todas as mulheres produzem andrógenos, que podem contribuir para manter a função ovariana normal, o metabolismo ósseo, a cognição e a função sexual.
A produção hormonal de testosterona em mulheres saudáveis é de 0,25 mg/dia, enquanto homens produzem 2,5-12 mg/dia. Ainda segundo o profissional, andrógenos não vão diminuindo descontroladamente nas mulheres com o passar dos anos como muitos creem.
"As suas concentrações diminuem gradualmente na idade reprodutiva, mas não existe uma redução adicional após a menopausa", completa o profissional.
A testosterona baixa pode acontecer até mulheres jovens, segundo Staak. "Porém não há um exame que faça esse diagnóstico de forma segura. As dosagens de testosterona tem muitas falhas quando os valores são baixos, e o diagnóstico, na maior parte dos casos, é clínico, com base em sinais e sintomas", explica o médico, que cita os sinais clínicos que aparecem nas mulheres quando a testosterona está baixa.
"As síndromes de excesso de andrógeno ou hiperandrogenismo, como a síndrome dos ovários policísticos (SOP), são comuns e bem definidas, mas as síndromes de deficiência de andrógeno não - não há critérios clínicos bem estabelecidos para o diagnóstico de testosterona baixa em mulheres, e os sintomas, além de inespecíficos, podem fazer parte de outras doenças".
É necessário enfatizar que nenhuma mulher deve injetar testosterona em seu corpo por conta própria, já que o hormônio em excesso traz vários riscos para o organismo femino, como o de adquirir características físicas masculinas.
"O risco de virilização sempre existe quando falamos em uso de hormônios androgênios. O desenvolvimento de caracteres sexuais masculinos pode ocorrer como efeito colateral do uso de testosterona, por exemplo. A melhor maneira de se evitar o risco é ter acompanhamento especializado de médicos prescritos que saibam lidar com esse tipo de público. Diferentes mulheres respondem de forma diferente e cada um tem um perfil de sensibilidade hormonal também diferente", pontua.
Mulheres também não devem usar testosterona sintética para fins estéticos. "O hiperandrogenismo em mulheres confere um risco adicional à saúde, não apenas estético. Além de virilização, pode haver piora do perfil de colesterol, aumento do risco cardiovascular, aumento da resistência periférica à insulina, alterações em sistema nervoso central, causando distúrbios de comportamento e prejuízos à saúde mental, entre outros", finaliza.