Arte

Arte e Moda - Feminilidade, com olhar crítico e sensibilidade

Exposição “Quando Amanhecer, Coração” reune arte e moda por um questionamento sobre a feminilidade global e suas lutas diárias 

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Foto: Marina Nacamuli

Arte e Moda estão sempre correlacionadas de forma harmônica, principalmente quando adicionamos temas cotidianos em questionamento, tornando a união desses dois temas ingredientes essências para a visualização de mensagens importantes.

No mês das mulheres fomos agraciados com a união da artista plástica Fernanda Feher e da estilista Betina de Luca que firmam parceria inédita para apresentar a exposição “Quando Amanhecer, Coração”, sob curadoria de Gisela Gueiros, carregada de feminilidade, olhar crítico e sensibilidade traduzidos em instalações, estamparias, telas e luminária cenográfica escultural.

Ao todo, uma série de 10 obras compostas de arte mista, com colagem de fotografias, aquarela e aplicações em diferentes tamanhos ganharam as paredes do ateliê, exibindo cenas reais da vida da personagem, em meio a cenários fictícios. Com simbolismos lúdicos, desenhos e aquarelas fazendo alusão ao papel da mulher no cotidiano social, que mostram a questão da mulher sobrecarregada, atualmente vivendo cheia de atribuições, responsabilidades e pressões sociais, como se carregasse o mundo nas costas.

Em entrevista exclusiva captamos a essência dessa união e como foi o processo de execução desse projeto, localizado na Rua Bela Cintra, 2165

Foto: Marina Nacamuli

L'Officiel: Como vocês se conheceram? Como foi o inicio de seus trabalhos?

Fernanda Feher: Um amor de internet! (risos), eu já era apaixonada pelas roupas da Betina, e comecei a usar em vários eventos, um deles foi em uma exposição que tive na Milano ano passado. Comecei a marca-la em todas as publicações e a amizade acabou se fortalecendo por admiração mutua. A partir dai a Betina queria um lustre exclusivo para a loja e começamos uma parceria para todos os tipos de construções artisticas, desde VM, lustre, estampas e quadros a serem dispostos.

L'Off: Qual foi elemento principal de junção entre esses dois mundos (moda e arte)? 

Fernanda: A Betina me enviou alguns tecidos para que eu pudesse trabalhar em cima, e quando me dei conta as nossas propostas visuais se casavam, comecei a perceber a coleção e a loja como uma grande instalação, onde os trabalhos se complementavam e assim começamos a co-criar de forma natural.

L'Off: Qual você acredita ser o papel da sua coleção em questionar os contrapontos entre feminilidade e força?

Betina de Luca: A arte da Betina é muito colorida, alegre e viva o que vai de encontro com o que eu gosto de passar em minha cartela e modelagem, mas muito além disso, acredito que a força está nessa imagem de que mesmo com toda essa sensibilidade somos capazes de criar vida, mesmo carregando por muitas vezes o mundo nas costas. Uma caracteristica que é inerente de todas as mulheres independente de classe social, cor, credo ou local no mundo, é sobre trabalhar esses estigmas de forma lúdica trazendo clareza e suavidade.

Foto: Fernanda Feher

L'Off: Na sua visão qual das obras carrega essa mensagem de forma mais intensa?

Fernanda: A série de mulheres com o mundo nas costas traduz de forma quase que literal esse sentimento de poder e sensibilidade, onde mesmo que estejam executando uma função tão significante elas ainda estão vulneráveis e tentando "manter a imagem" de perfeição.

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Foto: Fernanda Feher
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Foto: Fernanda Feher

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