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Anitta revela que faz skincare usando o seu próprio sangue

Em seu Instagram, a cantora revelou que usa fórmula manipulada utilizando seu próprio sangue. A prática é proibida no Brasil, entenda o motivo!

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Anitta em seu Instagram (@qgdaanitta)

Anitta acabou de anunciar a separação de seus perfis no Instagram. Enquanto o perfil oficial (@anitta) será designado para se comunicar com os fãs de todo o mundo em inglês, o outro perfil (@qddaanitta) será usado pela cantora para se relacionar com seus fãs brasileiros. Em sua nova conta, intitulada “Insta pessoal da Aninha em português”, a cantora fez revelações chocantes sobre seus cuidados com a pele.

 

Ao comentar que tem sérios problemas com acne, a cantora chocou a internet ao dizer que um de seus cremes de pele foram feitos com o seu próprio sangue. “Foi a moça de Miami que fez o creme pra mim. Eu tirei sangue, depois passaram na máquina para tirar o plasma e fizeram o creme pra mim […] Esse creminho fica lá na geladeira, porque como tem parte do meu sangue, se eu não colocar na geladeira, ele estraga, fica com um cheirinho, e não é muito legal”, explicou ela.

 

Além disso, a brasileira afirmou que também utiliza esse mesmo creme em suas partes íntimas: “ “Eu passo esse do sangue [nas partes íntimas] também. Mas esse não foi indicado, só que eu passo”. Este método utilizado pela Anitta, foi realizado por uma médica americana, visto que o procedimento não é permitido aqui no Brasil. Entrevistamos o dermatologista Igor Manhães, da clínica Les Peaux, para entender o que é a PRP e por que ela não foi aprovado no país:

 

Essa técnica, também chamada de Plasma Rico em Plaquetas (PRP), é proibida pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) no Brasil. Por que ela é permitida nos Estados Unidos, mas não é aqui?

A infusão de plasma rico em plaquetas consiste em procedimento médico. Ou seja, depende de processo de regulamentação dos órgãos reguladores de cada país. FDA ou Anvisa. Apesar de aqui no Brasil termos aprovação de uma gama maior de procedimentos que nos EUA, o PRP já foi aprovado lá e não aqui. Isso se dá por processo burocrático que as vezes é influenciado pela indústria farmacêutica. Lembrando que aqui falamos do procedimento médico de prática injetável, diferente da aplicação tópica do plasma. 

Além de ser algo que parece "estranho", ao usar plasma do próprio sangue em um produto de skincare, existem malefícios à saúde ao aplicar um creme no rosto com esse "ingrediente"? 

O nosso sangue é composto por plasma e hemácias. No plasma temos diversos tipos de proteínas, dentre essas, algumas são chamadas de fatores de crescimento. A fisiologia do processo se dá no momento que ofertamos uma maior quantidade concentrada desses fatores melhoramos o ambiente molecular das células ao redor. Assim promovemos a ideia de rejuvenescimento da pele e recrutamento de folículos pilosos quando tratamos alopecia. Como o procedimento é autólogo, ou seja, o que se aplica é do próprio paciente, ele não tem por que apresentar malefícios. No máximo, a apresentação tópica, pode não apresentar resultado nenhum, já que não existem estudos conclusivos nesse sentido. 

De que forma é possível utilizar o próprio sangue em um produto de skincare?

Isso ainda não é muito difundido, pois ainda não foi muito estudado. A absorção desses fatores de crescimento pela pele é controversa. Mas na inclusão desses no skincare a pessoa deve ter uma formulação individualizada e o produto, seja sérum, creme ou outro formulado com seu próprio plasma e outros ativos. 

Qual a recomendação para as pessoas que ficaram curiosas com a técnica?

Aguardar estudos que comprovem a eficácia do uso tópico do PRP como já existe para o injetável. Já que sempre se tratará de procedimento de formulação de alto custo pela exclusividade e complexo processamento.

Existe algum estudo científico independente, revisado por pares, que indique mesmo que o plasma rico em plaquetas é realmente bom para a pele? Qual seria o principal motivo para esse tipo de protocolo ainda não ter sido aceito no Brasil?

Existe sim. Estudos mostram que ele tem efeitos visíveis em rejuvenescimento e melhoram de alopecia. Mas somente quando injetados

Qual seria o motivo, para o FDA - órgão regulador americano -, aprovar mais rapidamente técnicas do que o nosso regulador, a Anvisa, que aparentemente é mais conservador quando o assunto é cosmiatria?

Pelo contrário. O FDA é muito mais criterioso, e nós no Brasil temos muito mais procedimentos aprovados nesse campo de estética. No entanto, o PRP ainda não teve regulamentação aqui por mera burocracia, talvez por não interessar a indústria, que as vezes influencia o processo.

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