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Celulite: por que o emagrecimento pode não ser uma solução?

Apesar de melhorar a condição da pele, o emagrecimento pode não acabar com a celulite. Descubra outros fatores que podem atrapalhar na solução do problema.

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Foto: Getty Images

Por que a celulite pode ser ‘resistente’ ao emagrecimento? Fator comum entre as mulheres, a condição confere à pele um aspecto “ondulado” e atinge com maior incidência regiões como as nádegas, coxas e abdômen. 

Embora o peso corporal tenha, de fato, uma relação com o aparecimento da celulite, a condição não é simplesmente resultado do acúmulo de gordura. Fatores como a genética, a estrutura da pele, os hormônios e até o estilo de vida desempenham papéis cruciais nesse processo, o que pode tornar a celulite "resistente" mesmo após a perda de peso. Entender esses fatores é essencial para desvendar os mistérios por trás desse problema e adotar abordagens mais eficazes para tratá-lo.

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Segundo a médica Dra. Cláudia Merlo, diretora da Clínica Cláudia Merlo, a pele é composta por duas camadas de gordura (superficial e profunda), separadas pela fáscia superficial. Nos homens, há maior número de lóbulos de gordura subcutânea e maior número de bandas fibrosas, mais conexões fibrosas entre a fáscia superficial e a derme em comparação com o sexo feminino. Dessa forma, uma força maior é necessária para romper as conexões fibrosas e é justamente por isso que eles sofrem menos com a formação de celulites. Já na mulher, por uma questão anatômica, a celulite desenvolve-se mais facilmente. E até em mulheres mais magras. "Ao ver uma mulher magra, não estamos realizando uma avaliação de composição corporal, sendo assim, ela pode ter alto percentual de gordura e consequente celulite. Não sabemos dos hábitos de vida dessa mulher magra e, além disso, da qualidade nutricional da sua dieta. Além disso, a celulite também aumenta com a idade, devido à perda de colágeno e de todas as estruturas de bandas fibrosas que compõem a pele”, explica.

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Outra questão importante que colabora para a celulite é a disbiose intestinal, segundo a farmacêutica Patrícia França, gerente científica da Biotec Dermocosméticos. “A disbiose intestinal leva a um quadro de má absorção de nutrientes, resistência insulínica e inflamação que irá servir como gatilho para um desequilíbrio no organismo. Com o mau funcionamento intestinal teremos a liberação de substâncias ‘tóxicas’ provenientes da parede celular bacteriana no sangue, um processo chamado de endotoxemia metabólica. Todo este processo é gerado por uma dieta ruim, altos níveis de estresse e consumo excessivo de medicamentos, como omeprazol e até mesmo alguns tipos de antibióticos”, explica a farmacêutica. “Além disso, pacientes que sofrem de disbiose intestinal, um quadro em que há um desequilíbrio das bactérias presentes no intestino, podem sofrer com a colonização de um conjunto de microrganismos que alteram os níveis de estrogênio que circulam no corpo. Níveis circulantes alterados de estrogênio podem contribuir para obesidade, síndrome metabólica e celulite”, explica a dermatologista Dra. Claudia Marçal, membro titular da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) e da Academia Americana de Dermatologia (AAD).

De acordo com a Dra. Cláudia Merlo, os principais “bad-habits” relacionados ao desenvolvimento e piora da celulite (dieta equivocada, sedentarismo e baixa ingestão hídrica) podem estar presentes mesmo em pacientes que emagreceram. Por isso, a médica sugere buscar ajuda profissional para dieta e exercícios físicos, além de realizar drenagem linfática. “Existe tratamento para a alteração estética, mas eles devem ser iniciados após o paciente ter consciência da importância da mudança do estilo de vida, senão não haverá resultado”, completa a médica Dra. Cláudia Merlo.

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A médica explica que os dados clínicos disponíveis até agora sugerem que melhorias duradouras na aparência da celulite são mais prováveis de ocorrer por meio de intervenções que visam mecanicamente, cirurgicamente ou enzimaticamente os septos fibrosos ricos em colágeno nas covinhas da celulite. A médica explica que a fisiopatologia da celulite envolve o acúmulo de gordura localizada e toxinas na região, questões anatômicas para maior facilidade do rompimento das conexões fibrosas, flacidez e dificuldade de circulação, o diagnóstico médico é importante para indicar um plano de tratamento que compreenda uma atuação em todas as camadas. “Como a baixa quantidade de massa magra pode favorecer o aparecimento de celulite, inclusive em pacientes mais magrinhas, podemos também fortalecer o músculo no consultório”, destaca a Dra. Cláudia Merlo.

A dermatologista Claudia Marçal acredita ser fundamental associar tratamentos. “Gosto muito de utilizar radiofrequência para melhorar a flacidez dessa área. Com isso, conseguimos fazer o estímulo de colágeno necessário para firmar a pele e atuar também, no subcutâneo, para tratar a gordura localizada, reduzindo seu volume. Essa compactação traz resultados importantes para celulite”, explica a Dra. Claudia Marçal. “Também associo com ultrassom macro e microfocado para melhorar o estímulo de colágeno. Gosto de fazer uso da intradermoterapia com substâncias que vão melhorar essa perfusão sanguínea e a retenção linfática. A drenagem linfática especificamente manual também é extremamente bem-vinda”, diz a dermatologista.

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Além de tratar por fora, é necessário melhorar a saúde interna. A farmacêutica Patrícia França destaca o poder dos suplementos nutracêuticos para ajudar a tratar a celulite. “Para combater o mau funcionamento intestinal, a suplementação de probióticos tem sido uma abordagem adotada. Nesse sentido, a suplementação com Betamune SC® 70 também ajudará, pois essa betaglucana atua como um prebiótico auxiliando no equilíbrio da flora intestinal, melhorando a digestão e oferecendo ‘alimento’ para bactérias benéficas que atuam como uma barreira para impedir a entrada de microrganismos, fortalecendo-as, evitando que bactérias nocivas entrem. Outra substância muito importante é o Exsynutriment®, um silício orgânico estabilizado em colágeno marinho, que ajuda a preservar o epitélio intestinal devido a sua compatibilidade com as moléculas presentes na membrana celular”, diz a farmacêutica. Além disso, a gerente científica da Biotec lembra que as substâncias com ação anti-inflamatória devem ser utilizadas: “FC Oral® contém DHA e EPA em sua composição, e ajuda a controlar a inflamação através da modulação da produção de substâncias que irão ativar o processo inflamatório, as chamadas citocinas pró-inflamatórias”, diz Patrícia. Outra substância que pode ajudar na performance da atividade física na mudança do estilo de vida é o Slim Green Coffee®. “Ele é composto por cafeína e ácido clorogênico, o que irá aumentar a termogênese facilitando a queima de gordura, favorecendo não só o combate a celulite, mas também a perda de peso, além de possuir uma ação antioxidante e anti-inflamatória”, explica a farmacêutica. “A alteração estética pode e deve ser tratada para evitar a evolução da doença que acaba trazendo transtornos com alteração clínica, baixa autoestima, desconforto evolutivo, deformidade do contorno corporal e dor para os pacientes”, finaliza a Dra. Claudia Marçal.

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