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Queda capilar: 5 razões pelas quais seus cabelos estão caindo

Queda capilar nem sempre é genética! Embora ela desempenhe um papel importante, existem várias outras razões que podem estar contribuindo para o enfraquecimento e a perda dos fios.

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Foto: Getty Images

A queda de cabelo é um problema que afeta muitas pessoas, mas a ideia de que ela é sempre causada por fatores genéticos é um equívoco comum. Embora a genética desempenhe um papel importante, existem várias outras razões que podem estar contribuindo para o enfraquecimento e a perda dos fios.

Em média, é comum perder cerca de 150 fios de cabelo por dia. No entanto, segundo o Dr. Danilo S. Talarico, médico graduado há 15 anos pela PUC-Campinas, pós-graduado em Dermatologia Clínica-Cirúrgica, Transplante Capilar e Tricologia Médica, quando a queda é excessiva, pode ser um sinal de um problema de saúde e pode ser causada por vários fatores, incluindo: fatores genéticos, alterações hormonais, doenças como a anemia e problemas na tireoide. Além disso, também podem causar queda de cabelo: medicamentos como os citostáticos (antitumorais) e os anticoagulantes, o estresse, uma dieta pobre e o estresse físico e mental.

A calvície hereditária (alopecia androgenética) também é uma manifestação fisiológica cuja herança genética pode vir do lado paterno ou materno. Segundo a dermatologista Dra. Claudia Marçal, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia e da Academia Americana de Dermatologia, a alopecia androgenética é resultado da estimulação dos folículos pilosos por hormônios masculinos que começam a ser produzidos na adolescência (testosterona). Ao atingir o couro cabeludo de pacientes com tendência genética para a calvície, a testosterona sofre a ação de uma enzima, a 5-alfa-redutase, e é transformada em di-hidrotestosterona (DHT). É a DHT que vai agir sobre os folículos pilosos promovendo a sua diminuição progressiva a cada ciclo de crescimento dos cabelos, que vão se tornando menores e mais finos. O resultado final deste processo de diminuição e afinamento dos fios de cabelo é a calvície.

Embora essa seja uma causa comum de perda de cabelos em homens e mulheres, o médico sempre avaliará o paciente para uma investigação completa, já que outros motivos podem causar a queda dos fios. Abaixo, estão 5 deles:

Dietas restritivas e carências nutricionais

Segundo a Dra. Lilian Brasileiro, médica membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia, as dietas de emagrecimento sempre podem desencadear quedas.

“O simples fato da depressão calórica, necessária ao emagrecimento, pode ser um insulto ao folículo capilar. Temos visto muito isso, pois estamos na era de injeções de analogia da GLP 1 para perda de peso rápida e intensa e, por fim, as bariátricas, as desnutrições propriamente ditas como as de vitaminas e minerais, como ferro e zinco mais comumente”, explica a Dra. Lilian. “A ingestão insuficiente de proteínas, ácidos graxos essenciais, vitaminas e minerais, causada por dietas restritivas, erros inatos do metabolismo ou modificações anatômicas dos sítios de absorção levam a anormalidades estruturais, de pigmentação ou até mesmo à perda do fio”, complementa a médica nutróloga Dra. Marcella Garcez, diretora e professora da Associação Brasileira de Nutrologia (ABRAN). “Portanto uma dieta equilibrada variada e o mais natural possível, com aporte proteico adequado e suficiente, além de carboidratos complexos e gorduras de boa qualidade e ainda com bons níveis de minerais e vitaminas, garantem a formação, o metabolismo e a manutenção dos fios de cabelo”, acrescenta a Dra. Marcella.

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Desequilíbrios hormonais

Alterações hormonais podem causar queda de cabelo temporária ou permanente, de acordo com a Dra. Lilian Brasileiro. “Isso também pode ocorrer durante a gravidez e após o parto (eflúvio telógeno pós-parto)”, diz a médica. “No eflúvio telógeno pós-parto, espera-se uma queda aguda intensa dos fios de cabelos telógenos (fios na sua última fase do ciclo capilar). Isso acontece em aproximadamente 40 a 50% das gestações. A grande preocupação do eflúvio pós-parto é com as mulheres que já têm algum quadro de doença no couro cabeludo, pois essas terão uma exuberância no aspecto estético após essa fase. O cuidado preventivo das doenças de base do couro cabeludo das mães é fundamental para ter essa passagem muito mais leve e tranquila com essa queda capilar pós-parto”, diz o Dr. Danilo S. Talarico. “Além disso, toda a alteração hormonal presente como da glândula hipófise, suprarrenal, alterações no climatério com diminuição dos hormônios femininos, ovários policísticos, endometriose modificam diretamente a saúde dos cabelos mudando sua estrutura proteica, densidade, resistência e crescimento das hastes capilares”, diz a Dra. Claudia Marçal.

Fatores emocionais

“O estresse emocional leva ao aumento do cortisol e consequentemente consome uma proteína de ancoragem do fio dentro do folículo”, diz a Dra. Lilian. “Os receptores hormonais presentes no cabelo são estimulados e sensibilizados pelas alterações provocadas por taxas e concentrações alteradas destes hormônios que vão modificar a estrutura do ciclo de crescimento dos cabelos”, explica a Dra. Claudia. “O importante é não atribuir a queda apenas a fatores emocionais, pois isso pode fazer com que o quadro seja irreversível. Toda queda deve ser investigada”, acrescenta a Dra. Lilian.

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Infecções recentes

Dengue, Covid-19 e até mesmo a gripe são infecções virais que desencadeiam uma resposta inflamatória sistêmica no organismo, que pode afetar negativamente o ciclo de crescimento capilar, de acordo com a Dra. Lilian. “Durante a fase aguda da doença, o sistema imunológico é ativado para combater o vírus, o que pode resultar em uma resposta exagerada, causando desequilíbrios hormonais e metabólicos. Esses desequilíbrios podem afetar diretamente os folículos pilosos, acelerando a transição dos fios da fase anágena (crescimento) para a fase telógena (repouso), levando à queda prematura dos cabelos. Além disso, o estresse físico causado pela própria doença, juntamente com possíveis deficiências nutricionais associadas à perda de apetite e desidratação durante a dengue, podem agravar ainda mais a condição capilar”, completa a Dra. Lilian.

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Estresse metabólico

Todas as condições que favorecem um estresse metabólico no corpo, como pós-cirurgia, pós-parto, uso de medicações indutoras como alguns antidepressivos e antidiabéticos, remédios para tratar colesterol, anticoagulante e outros podem favorecer a queda capilar por meio do eflúvio telógeno.

De acordo com a Dra. Lilian, é importante ressaltar ainda que a queda de cabelo não ocorre repentinamente, pois os fios crescem em ciclos, podendo então levar até três meses para que o cabelo comece a cair devido aos motivos citados acima. “Sendo assim, é importante que ao notar queda excessiva dos fios você não se desespere. O ideal é acompanhar este processo e consultar um médico sempre que houver a suspeita de uma queda aumentada”, diz. Por meio da avaliação, o especialista poderá diagnosticar o que está realmente causando a queda e indicar o melhor tratamento. “Entre os suplementos, podemos indicar durante a queda: silício orgânico Exsynutriment, cisteína, Bio-Arct, cistina, ornitina, arginina, taurina, metionina, piridoxina, biotina, lisina, zinco, ácido fólico, cálcio, magnésio, cobre, colágeno peptídeo, ferro, Vitamina D, Vitamina A, derivados do complexo B e ômega 6”, diz a Dra. Claudia Marçal. “Existem medicamentos que bloqueiam ação do hormônio da calvície (DHT) e são extremamente efetivos. A aplicação dessas substâncias no couro cabeludo também pode ser considerada em casos mais avançados. A esses medicamentos, somamos os tratamentos com lasers, como a plataforma Bulge Hair Restoration para otimizar os resultados”, diz a Dra. Lilian. Outra opção de tratamento em clínica é por meio do Megaderme Duo: “As agulhas de ouro isoladas penetram no nível folicular e derramam sutilmente a radiofrequência na sua potência ideal para estimular a regeneração folicular e reparo tecidual dos folículos capilares”, finaliza o Dr. Danilo Talarico.

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