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Cremes anti-idade perdem eficácia após um tempo, será?

Conheça o "efeito platô cosmético" e como fugir dele
Skincare
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É possível que já tenha acontecido com seus produtos de skincare: você encontra um creme anti-idade incrível e que atende todas as suas necessidades mas… após um tempo de uso, ele perde todo o seu poder. O "efeito platô cosmético" é algo conhecido no ramo e pode ser facilmente notado pelas próprias experiências. Mas o que fazer quando isso acontecer?

 

O primeiro passo é entender como e porque isso acontece. Segundo o dermatologista Dr. Abdo Salomão Jr, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia, um produto anti-idade tem três estágios de funcionamento: a fase inicial é de adaptação da pele, que pode durar algumas semanas. A segunda etapa é de efeito terapêutico, que pode durar semanas ou meses. A terceira fase é de tolerância, quando o ativo pode parar de trazer benefícios com uso contínuo.

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(Foto: Unsplash)

Ainda que exista a fase de tolerância, há algumas formas de prolongar seu funcionamento. “A pele é uma barreira de proteção e quanto menor o tamanho das moléculas, maior a penetração” conta Dra. Claudia Marçal, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia e professora-fundadora do Dermacademy MB. Mas, outra forma de fazer com que os produtos tenham maior eficácia é aliá-los com o uso de outro produto. “Geralmente associar com um ácido aumenta os resultados e penetração, pois os ácidos diminuem a barreira cutânea”, explica a dra. 

 

A dermatologista também enumera outras estratégias, como a alternância dos produtos, o aumento da concentração dos ativos, a tecnologia cosmética das nanopartículas ou a troca dos ativos. Alguns desses ativos não podem ser usados por longo prazo, como a hidroquinona, que pode causar manchas brancas na pele. Por outro lado, já encontramos algumas tecnologias cosméticas que são excelentes para sofisticar a rotina skincare e dar um up no tratamento, afastando o efeito platô, confira:

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Nanobiotecnologia:

Produtos com a nanobiotecnologia possuem vantagens relacionadas à penetração na pele já que, devido a suas dimensões reduzidas, as nanoemulsões podem adentrar na superfície, melhorando a entrada de ingredientes ativos.

 

Cosméticos Biomiméticos:

Estudos têm mostrado que a utilização de fórmulas biomiméticas, como em cremes faciais, por exemplo, minimiza a irritação e aumenta efetivamente a hidratação da pele. Isso porque quando as células deixam de exercer sua função adequadamente, os ativos biomiméticos entram em cena para atuar em receptores específicos e simularem ações do organismo.

 

Peptídeos:

São cadeias curtas de aminoácidos e são os blocos de construção das proteínas que, quando derivados de Fatores de Crescimento, eles encontram-se na forma mais concentrada e são responsáveis pela comunicação celular — que faz com que o tecido desempenhe suas funções. “Eles estimulam a comunicação e proliferação celular” explica a Dra Claudia.

 

Segundo o farmacêutico Maurizio Pupo, diretor de Pesquisa e Desenvolvimento da Ada Tina Italy, os peptídeos agem na pele quase como se fossem medicamentos: “Eles penetram, vão encontrar o receptor, ligam-se à célula e vão produzir determinado efeito. Existem peptídeos que estimulam produção de elastina, ácido hialurônico, agem na cicatrização da pele. Eles são realmente muito importantes”

 

Probióticos tópicos:

São micro-organismos vivos, administrados em quantidades adequadas dentro de um cosmético e que conferem benefícios à saúde da pele. Alguns desses probióticos têm eficácia comprovada na prevenção do fotoenvelhecimento, devido às suas atividades antioxidantes e imunomodulatórias, e eficácia significativa na cicatrização de feridas.

 

Ativos “Like Effect”

Os ativos “like” têm ação muito similar ao parâmetro e geralmente tem origem vegetal, sendo muito bem aceitos pela pele. Eles têm a vantagem de serem menos irritantes. Por exemplo, a Vitamina D Like (Vederine), exerce papel imunológico; Retinol Like (Revinage), é conhecido por suavizar e preencher rugas, estimulando a síntese de colágeno; e o ativo com efeito Corticoid-like (extrato glicerinado de Physalis angulata), chamado Ecophysalis, que promove ação anti-inflamatória e anti-irritante das peles sensíveis.

 

Produtos hiperconcentrados:

As novas formulações necessitam de pouca ou nenhuma porcentagem de água, sem perder a eficiência. “Essa alternativa de substituição da água já é uma realidade viável para algumas empresas, que apresentam séruns de tratamentos faciais e corporais altamente concentrados, com até 99% de ativos na composição, sem adição de água”, explica Isabel Piatti, especialista em Estética e Cosmetologia e conselheira do Comitê Técnico de Inovação da Buona Vita.

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