A vida secreta de Sophia Loren durante a Segunda Guerra Mundial
Sophia Loren, uma das cantoras e atrizes italianas mais famosas do mundo, ganhou a sua fama durante os anos 1950 quando atuou em renomados filmes de Hollywood. Mas poucos conhecem o difícil e problemático caminho que Sofia percorreu, incluindo os desafios de sobreviver à Segunda Guerra Mundial, até que alcançasse o estrelato.
Sofia nasceu em Roma em meio à família Scicolone. Sua mãe, Romilda, dava aulas de piano e seu pai, Riccardo, era um engenheiro civil. Seus meio-irmãos se chamavam Giuliano e Giuseppe, nascidos durante o primeiro casamento do pai. Sophia ainda tinha uma irmã: Maria.
Riccardo era agressivo e acabou deixando a família de Sofia em 1942 para viver com a sua amante, o que incubiu Romilda de prover sozinha o sustento para suas filhas. Foi então que ela tomou a decisão de se mudar para Pozzuoli e morar junto à Luísa, a avó das meninas.
Por conta da Segunda Guerra, que se iniciara poucos anos mais tarde, muitas cidades, incluindo Pozzuoli, eram bombardeadas diariamente. Em um desses bombardeios, antes que a família de Sophia conseguisse chegar ao abrigo, a pequena foi atingida por um estilhaço no queixo. Os bombardeios incessantes fizeram com que a família de Luísa se mudasse para Nápoles, buscando refúgio na casa de outros familiares.
As angústias da família estavam longe de acabar. Não havia comida suficiente para todos porque faltavam alimentos em todos os lugares e Mattia, a prima de Luísa que os acolhera, só conseguia oferecer abrigo. Se a família da futura atriz quisesse comer, deveria comprar sua própria comida, isso se conseguissem encontrar alguma.
A procura por alimentos demandava muito tempo e quem mais se arriscava nas ruas eram os adultos. Como Luísa desconfiava que o seu primo pudesse trancá-las todas no apartamento, Sophia e Maria ficavam sozinhas enquanto a mãe e a avó saíam em busca de comida. Dessa forma, todo o período em que ficou em Nápoles, Loren só podia ver a cidade da varanda. Quando a sorte raramente surgia, alguém trazia para casa um pouco de arroz ou batatas.
Pouco tempo depois do aniversário de nove anos de Sophia, Nápoles passou a ser atacada também. Os sistemas de água e de esgoto foram destruídos e só se conseguia água a partir da chuva ou dos temporais. Além dos atentados, a cidade passou por um sério surto de febre tifóide. Maria acabou contraindo a doença, mas Sophia conseguiu se manter a salvo. Para conseguir dar água à sua irmã que ardia em febre, Loren conseguiu pegar um pouco do radiador de um caminhão alemão. O exército de Hitler devastou Nápoles, tornando-a uma cidade repleta de pessoas em estado de extrema pobreza, fome severa e sem abrigo algum.
Quando Sophia completou dez anos, a sua família retornou a Pozzuoli, mas a infância da pequena havia sido completamente perdida por causa da Segunda Guerra. Dora, tia de Loren, relatou que essa experiência a havia transformado.
O início da carreira de Sophia Loren se deu em 1950, quando ela tinha 15 anos, fazendo papéis pequenos. O contrato com a Paramount Pictures em 1956 permitiu que ela passasse a atuar em grandes filmes, como “Orgulho e Paixão”, de 1957.
Sua participação em “Duas Mulheres” lhe rendeu o Oscar, o prêmio do Festival de Cannes e do New York Film Critics Circle Award, todos na categoria de melhor atriz. O ápice de sua carreira se deu em 1964 por conta da sua atuação em “A Queda do Império Romano”. Sophia Loren ainda recebeu os seguintes prêmios: “David di Donatello Awards” na categoria de melhor atriz, um Grammy Award, cinco Globos de Ouro além de um Oscar honorário em 1991. A atriz ainda recebeu o título de uma das 25 maiores lendas femininas do cinema em 1999.
Atualmente, Sophia Loren vive em Genebra, na Suíça. Ela abandonou a sua carreira para poder passar mais tempo ao lado da sua família. Seu último papel no cinema foi em “La Voce Umana”, de 2014.