Cultura

Cartier reabre a primeira loja em Paris!

Endereço mítico! Cartier reabre a primeira loja em Paris e transforma o número 13 da Rue de la Paix em parada obrigatória. História do lugar e da marca estão em novo livro.

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Inaugurada em 1899, no número 13 da Rue de la Paix, em Paris, junto com a chegada de Louis Cartier como head da joalheria, a primeira loja da Cartier em Paris está de volta. Fechado em junho de 2020, o espaço passou os últimos dois anos em uma ampla reforma. Essa trajetória de 123 anos da loja, que se confunde com a da própria marca, é contada no livro Cartier: 13 rue de la Paix, escrito por François Chaille e que sai este mês pela editora Flammarion-Pere Castor. A fachada com o famoso mármore na cor preta ainda permanece intacta, mas com a remodelação desapareceram as colunas e os elementos que conversavam com a estética da revolução industrial que levaria o mundo ao novo século, em particular com a torre Eiffel inaugurada dez anos antes. No lugar surgiu uma atmosfera inundada de luz natural e uma mistura de referências estéticas que dialogam com um luxo contemporâneo e democrático. Ao todo, são seis andares abrigando dez salas, incluindo a oficina de alta joalheria, os arquivos e a inspiradora Residência – mobiliada como um apartamento parisiense, com sala de jantar, cozinha e jardim de inverno.

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A loja também reafirma a posição de epicentro das sete lojas e Foundation pour L’art Contemporain Cartier em Paris. Junto com as lojas icônicas da New Bond Street, em Londres – reformada em 2018 –, e da flagship em Nova York – no número 653 da Quinta Avenida e que estava fechada desde 2014 –, os três espaços mais luxuosos da joalheria têm um papel específico de conectar passado, presente e futuro, segundo Arnaud Carrez, diretor sênior da joalheria francesa. Toda essa movimentação também segue uma tendência atual de atualização dos grandes templos do luxo ao cenário contemporâneo, principalmente aos desejos e necessidades dos clientes no mundo pós-pandemia. Aconchego, resgate histórico e soluções sustentáveis estão em foco. Três times de arquitetos se ocuparam da transformação: a agência Moinard Bétaille, que projeta as lojas da Cartier há mais de 20 anos, Studioparisien e Laura Gonzalez.

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No icônico endereço da Cartier, tudo isso pode ser visto antes mesmo de se entrar no prédio. Mathilde Laurent, designer de perfumes da marca, trabalhou com o Studio Mary Lennox, no projeto do jardim vertical incorporado à fachada. Em frente, um quiosque oferece serviços rápidos. Uma vez no interior da loja, como em um hotel cinco estrelas, a equipe de concierge recebe e orienta os clientes. Além dos produtos preciosos, chama a atenção um atrium, como um pátio interno com cobertura de vidro, permitindo a entrada da luz natural que conecta todos os seis níveis. Outro elemento unificador são os salões históricos presentes nos ambientes abertos ao público. Eles resgatam a história e a herança criativa da Maison, ao mesmo tempo que convidam para um breve descanso. Paisagens sonoras e ambientes olfativos delimitam espaços. No primeiro andar, estão joias de noivado e casamento, a alta joalheria fica no segundo e o nicho de serviços, no terceiro. O quarto nível é dedicado às oficinas de 18 artesãos altamente qualificados. Neles, arquétipos arquitetônicos parisienses se misturam com luminárias impressionantes. No quinto e último andar, estão o jardim de inverno com piso de mosaico e a Residência, um espaço de convivência, entretenimento e eventos culturais. Todo o projeto foi pensado de maneira a garantir a sustentabilidade do prédio. A meta é obter, em breve, a certificação BREEAM, um sistema de avaliação internacional desenvolvido pelo BRE (Building Research Establishment) no Reino Unido em 1990, que mede o grau de sustentabilidade ambiental dos edifícios.

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Um dos espaços que merece atenção especial é o Salão Jeanne Toussaint, dedicado à designer que sucedeu Louis Cartier – ele herdou de seu mestre Adolphe Picard o ateliê de joias da Rua Montergueilem e deu a ele seu sobrenome – como chefe de design a partir de 1933 e esteve à frente das criações da marca até 1970. Os dois se conheceram antes da Primeira Guerra Mundial. A inteligência e a determinação de Jeanne lhe deram o apelido de “La Panthère”. Daí que em 1917 ela ganhou de Cartier um estojo de maquiagem com o motivo de uma pantera – o desenho já vinha aparecendo esporadicamente desde 1914. Quando ela assumiu como designer da joalheria, uma de suas iniciativas foi transformar o felino em assinatura da joalheria.

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