Estilo inglês: produções que podem inspirar a decoração
Séries e filmes ambientados nessa região vão além do enredo
O visual inglês é sempre uma inspiração, seja por conta da família real e de sua aura de importância, pelas histórias românticas que acontecem no interior da Inglaterra ou pelo clima nublado de Londres. A arquitetura dos palácios, mansões e das casas traz referências que marcaram períodos importantes, mas que podem servir de base para decorações contemporâneas com elementos luxuosos que remetem a uma outra época.
Filmes e séries ambientados nesses cenários podem ser uma ótima fonte de inspiração para quem busca novas ideias para decorar os espaços da casa. Conheça algumas produções famosas que trazem o melhor do estilo inglês de decoração.
Bridgerton: visual clássico e opulente
O seriado, lançado no serviço de streaming da Netflix, em 2020, foi um sucesso de audiência, conquistando o público e a crítica. A história da primeira temporada acompanha Daphne (Phoebe Dynevor), filha mais velha da poderosa família Bridgerton, que precisa conseguir um bom casamento, mas também espera encontrar o verdadeiro amor, e o enredo se passa em Londres, durante o Período Regencial, que teve duração de 1811 a 1820.
Durante essa época da história, a moda, arquitetura e outros movimentos de arte foram muito influenciados pelo Romantismo. Apesar de Bridgerton não ser tão historicamente correta, o tom da série permite uma licença poética e inclui elementos quase fantasiosos à sociedade da época, o que resulta em uma produção de visual marcante, com muita personalidade e de encher os olhos dos telespectadores.
Apesar de as roupas usadas pelos personagens chamarem muita atenção, o visual das mansões e dos espaços para encontros sociais mostrados na série acrescentam uma outra camada de requinte e beleza à obra, deixando claro a opulência e os gostos luxuosos das famílias protagonistas da série. Grande parte das cenas externas foi feita na cidade de Bath, a 190 km de Londres. A fachada da casa da família protagonista é a Ranger’s House, uma mansão georgiana de tamanho médio e tijolos vermelhos, no estilo palladiano, que fica em Greenwich. Já o interior das casas e mansões foi recriado em diversos palacetes da Inglaterra, como a Wilton House, em Wiltshire, a Hatfield House, em Hertfordshire, e a Lancaster House, em Londres.
A série colaborou para trazer a decoração do Período Regencial de volta para as mentes e os corações do público e dos amantes de móveis e itens de luxo, com peças originais que podem ser adquiridas por meio de casas de leilões e vendas de colecionadores, assim como simplesmente o uso de peças que façam sentido para a estética, que tem influências grega, romana e egípcia (em grande parte, decorrente de descobertas arqueológicas), com móveis caracterizados por incrustações de latão, dourado, madeiras exóticas e toques de chinoiserie.
The Crown: monarquia e tradição
Outra série que conta com palácios e espaços luxuosos é The Crown, produção também lançada pela Netflix e que tem como personagem principal a Rainha Elizabeth II, contando a trajetória desde o seu casamento, em 1947, até os dias de hoje. Cada temporada da produção consiste em cerca de uma década de sua vida, o que ocasiona em uma passagem do tempo interessante, com a mudança de estilo de roupas, decoração e costumes gerais, além de um toque de ficção, apesar do forte aspecto biográfico da história.
O Palácio de Buckingham, residência oficial e local de trabalho da monarquia britânica, é um dos cenários principais da produção, palco para os principais acontecimentos que cercaram a família real. O espaço precisou ser recriado em outros lugares para as filmagens, sendo o Old Royal Naval College, em Greenwich, usado para as cenas externas e a Wilton House, para as cenas internas.
Recriar espaços tão famosos foi um desafio, e Martin Childs, designer de produção da série, precisou pensar em cada detalhe para que a produção fosse a mais adequada possível historicamente, mas sem usar de fato o Palácio de Buckingham. Todos os itens – desde móveis, papéis de parede e peças de decoração, além do clima das composições como um todo – precisavam, segundo Childs, trazer a “austeridade e negligência do pós-guerra”. Assim, o resultado é uma decoração imponente e adequada à monarquia, mas com um tom de sobriedade que se difere do período Regencial, por exemplo.
A última carta de amor: inspiração moderna e requintada
Para quem busca inspirações mais atuais, o filme A última carta de amor, lançado pela Netflix, em 2021, pode ser a produção ideal, especialmente por conta de seu visual mais moderno, se comparado com outras obras que se passam na Inglaterra. O longa conta duas histórias paralelas: no tempo presente, um jovem jornalista descobre uma série de cartas de amor. Elas foram escritas entre uma mulher casada e seu amante na Londres da década de 1960. A repórter, então, procura mais cartas e, eventualmente, encontra o seu próprio amor.
Por se passar em duas épocas distintas, a produção conta com cenários de diferentes estilos, que transitam entre o vintage e o moderno, com um toque de romantismo no visual que faz com que as duas linhas do tempo não fiquem desconexas, mas conversem entre si de forma coesa. O uso de papéis de parede com padronagens diversas, cores quentes e móveis sóbrios são alguns dos elementos de decoração que marcam presença durante todo o filme. Já nas cenas que acontecem nos anos 2000 o estilo de decoração industrial, com tijolos e estruturas aparentes, une aconchego e sobriedade, combinando com o visual antigo da década de 1960.
A decoração das produções inglesas pode inspirar os amantes de diferentes gostos, com referências que vão desde a opulência de períodos mais clássicos até a sobriedade da Inglaterra moderna, que combina com a visão nublada e chuvosa que se tem da cidade. Para quem quer incorporar essas ideias na decoração da própria casa, vale buscar um profissional formado no curso de design de interiores para receber sugestões que estejam alinhadas com o dia a dia dos moradores, sem deixar o luxo e o bom gosto de lado.