Cultura

Galeries Lafayette recebe exposição que celebra tecido africano

Em parceria com o Musée de l’Homme, Galeries Lafayette recebe a exposição “Wax”, que homenageia a história e a arte que envolvem emblemático tecido do continente africano.

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Foto: Divulgação

A Galeries Lafayette Paris Haussmann, reconhecida por sua tradição e compromisso com a arte e a cultura, tem o prazer de anunciar uma parceria especial com o Musée de l’Homme de Paris, apresentando a exposição "Wax", que estará em exibição até o dia 3 de março.

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Fotos: @tompikar

A mostra, que faz parte da segunda exposição da temporada intitulada "Migrações", oferece aos visitantes uma imersão na história do wax, tecido que tem conquistado crescente popularidade nas sociedades ocidentais, revelando a trajetória fascinante e pouco conhecida desse ícone cultural, ao mesmo tempo em que explora seu impacto nas manifestações artísticas e na moda.

 

“Este projeto se insere plenamente em nosso compromisso de promover uma moda universal, capaz de refletir a diversidade do mundo ao mesmo tempo em que reúne talentos e inspirações. Com esta exposição, a Galeries Lafayette Paris Haussmann reafirma seu propósito internacional de ser um lugar de convergência onde culturas se encontram, onde histórias locais alcançam um eco global e onde a criatividade inspira e une além das fronteiras”, sublinha o diretor da Galeries Lafayette Paris Haussmann, Vincent Sénécat. 

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Fotos: @tompikar

A exposição dá continuidade ao trabalho do Musée de l’Homme, que explora o fenômeno das migrações humanas por meio de uma exposição científica em três partes: Les Mots de la Migration: desconstrução de termos e percepções relacionadas às migrações; Comprendre les migrations contemporaines: uma análise aprofundada dos movimentos migratórios atuais; Migrations et évolution: um percurso que remonta às primeiras grandes migrações humanas a partir do continente africano.

Recebendo essa cenografia, a loja parisiense prolonga este diálogo ao destacar a riqueza cultural e artística do tecido wax como um reflexo das trocas entre África, Europa e Ásia. A exposição convida o público a explorar os laços fascinantes entre tradição e modernidade por meio de um material que simboliza resiliência, criatividade e diversidade cultural.

Fotos: @tompikar
Wax: tecido, cultura e identidade

O wax, tecido emblemático com padrões vibrantes e cores únicas, atravessou fronteiras e épocas, tornando-se um símbolo de diversidade cultural e pertencimento. Assim, a exposição oferece um olhar inédito sobre ele, revelando sua história pouco conhecida e explorando suas múltiplas facetas. O percurso na loja é estruturado em torno de três temas, combinando história, herança e modernidade, tornando a exposição uma homenagem às trocas culturais e à criatividade:

  1. Das origens do wax à era de ouro do pano estampado: Esta seção explora as fascinantes origens do wax, um tecido derivado do batique indonésio, industrializado por empresas europeias e popularizado na África Ocidental.

    - Carimbo de batique (século XX):
    ferramenta de cobre usada na Indonésia para o batique, que significa “pontilhado”, ilustrando a técnica tradicional inscrita no Patrimônio Cultural Imaterial da UNESCO.

    - Camisa Palais Royal (Dent de Man, Alexis Temomanin): criação contemporânea revisitada a partir dos arquivos da Vlisco, uma das primeiras empresas holandesas a produzir wax, testemunhando as influências indonésias e a criatividade da diáspora africana.

    - Fotografias de Seydou Keïta e Malick Sidibé: imagens icônicas que capturam a efervescência de Bamako nos anos 1950-1960 e testemunham o auge do wax na África na época das independências.
Fotos: @tompikar
  1. Wax: tecido revelador de identidades plurais: O wax torna-se um símbolo de identidade cosmopolita e transformação cultural, celebrando tanto as raízes africanas quanto a diáspora.

    - Cartografia têxtil do continente africano: uma exploração das tradições têxteis africanas, como o bogolan do Mali ou o kente de Gana, que se misturam às influências modernas do wax.

    - Criação de Adina Ntankeu: estilista camaronesa que combina os padrões tradicionais do ndop com técnicas contemporâneas de impressão em wax, valorizando o patrimônio africano.

    - Camo 43, série Camo (Thandiwe Muriu): fotografias impressionantes em que o wax se torna uma ferramenta de reflexão sobre identidade e feminilidade, associadas a provérbios africanos para ancorar a sabedoria oral em uma cultura visual moderna.
Fotos: @tompikar
3. Wax: entre patrimônio e matrimônio: Esta temática destaca o papel das mulheres na transmissão e valorização do wax, que se tornou um vetor de herança familiar e cultural.

- Um tecido que fala: referência às lendárias comerciantes togolesas, chamadas “Nana Benz”, que deram aos padrões do wax nomes carregados de significado, reforçando sua popularidade.
- Fotografia “Le Mariage” (Krissima Poba): obra que ilustra o papel afetivo e simbólico do wax durante grandes cerimônias, como casamentos, quando cada geração é identificada por padrões específicos.
- Objetos do cotidiano: bancos, almofadas bordadas ou pratos decorados inspirados nos padrões do wax, testemunhando a expansão desta arte têxtil além do domínio das vestimentas.
- Bombers “Femme, vie, liberté” (Gombo): uma peça engajada que subverte os códigos do wax para transmitir mensagens militantes, como o slogan em homenagem a Mahsa Amini.
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Fotos: @tompikar
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