Operação Hunt: Entrevistamos Lee Jung-Jae de Round 6
L’Officiel entrevistou com exclusividade Lee Jung-Jae
Para quem assistiu a série coreana da Netflix, Round 6, sabe que o ator Lee Jung-Jae não foge de desafios. Nesta semana, o ator lança no Brasil o seu primeiro filme como diretor, Operação Hunt, que além de ter sua premiére internacional na sessão da meia noite do Festival de Cannes em 2022 foi também o filme coreano de maior sucesso de bilheteria do ano.
Inspirado em fatos reais, a produção conta a história de dois agentes do serviço secreto da Coréia do Sul, que tentam impedir - ou executar - o assassinato do presidente do país. Como todo bom filme de espionagem, a trama é cheia de reviravoltas e cenas explosivas, dignas do que há de melhor no cinema coreano.
Além da direção, Lee Jung-Jae estrela no longa ao lado de Jung Woo-Sung, algo que agradou muitos de seus compatriotas, uma vez que a dupla já havia trabalhado junto no grande sucesso cinematográfico Cidade do Sol Nascente em 1998.
Para saber um pouco mais sobre o por trás das câmeras de Operação Hunt, a L’Officiel entrevistou com exclusividade Lee Jung-Jae.
O que foi que lhe motivou a explorar acontecimentos na sua estreia como diretor?
No passado, a maior parte das informações era controlada pelo Estado, que distorciam muitas vezes os fatos para aumentar a confiança da população. E foi isso que achei que poderia conectar bem com o público e criar essa empatia. Eu queria conduzir a história para mostrar esse controle e seleção de informações passadas ao público pelo governo.
A narrativa pega três grandes acontecimentos históricos dos anos 1980 na Coreia do Sul pouco conhecidos mundo afora. Como você abordou estes fatos para um público internacional?
Esta fase na história, o compartilhamento e a troca de informações era muito ativo. Hoje penso que vivo em uma época tão boa, no entanto, noto que há o risco de que a desinformação possa impactar os meus valores. E tive isso em mente quando vi pela primeira vez o rascunho deste cenário que estávamos construindo como algo que todos poderiam se relacionar que fosse além do período e dos fatos históricos. Mesmo que eu tenha modificado ou desenvolvido a narrativa, era claro que o assunto e conceito eram bons desde o início.
O filme é cheio de reviravoltas e surpresas. Como foi desenvolver isso sem se perder?
O tema era muito importante, mas por melhor que fosse, a primeira coisa que tínhamos que pensar era em fazer algo que o público gostasse de assistir. A prioridade foi pensar se o público poderia ver o filme com interesse, e o foco principal foi tornar o filme intrigante para todos os públicos ao redor do mundo.
Qual foi a sua maior surpresa ou lição como diretor deste primeiro longa-metragem?
Foi uma nova experiência. Que não foi fácil, mas foi uma das melhores coisas para mim. Eu não poderia imaginar que um dia iria estar escrevendo e dirigindo um filme, mas quando a oportunidade surgiu eu fiz o meu melhor. A produção levou quatro anos para ser completada, nesse tempo aprendi não só a escrever cenas de cinema, mas também cada passo de um projeto de produção e gravação de um filme desde a pré-produção até a pós-produção.