Oscar Books: 5 livros que inspiraram filmes da premiação em 2024
Entre vencedores e indicados, os livros basearam roteiros de sucesso no prêmio mais disputado da indústria cinematográfica
Em meio ao glamour dos tapetes vermelhos, cineastas, atrizes e tantos outros profissionais do cinema disputaram a corrida pela estatueta de ouro na 96ª edição do Oscar.
Das estantes físicas e virtuais para as telas, os livros basearam roteiros, figurinos e uma série de atuações que foram dignas de premiação na noite de gala. Com este espírito, selecionamos 5 obras que inspiraram filmes indicados e premiados à edição do Oscar neste ano. Confira!
Pobre Criaturas, de Alasdair Gray
Publicada em 1992, a obra do autor escocês Alasdair Gray satiriza a clássica história de Frankenstein, de Mary Shelley. Bella Baxter, uma jovem que vive na Era Vitoriana, é trazida de volta à vida pela tecnologia desenvolvida pelo cientista chamado Dr. Godwin Baxter. Entre suas aventuras, Bella foge com um advogado e viaja pelos continentes exigindo igualdade e libertação. O livro ganhou tanto o Prêmio Guardian de Ficção e o Prêmio Whitbread.
Adaptado para as telas por Tony McNamara, o filme levou três prêmios seguidos na cerimônia do Oscar neste ano: Melhor Cabelo e Maquiagem, Melhor Direção de Arte e Melhor Figurino.
Oppenheimer, de Kai Bird e Martin J. Sherwin
O livro é a primeira biografia completa de J. Robert Oppenheimer, conhecido como o “pai da bomba atômica”. O cientista liderou os esforços para desenvolver uma arma nuclear a favor de seu país durante a guerra. Depois do bombardeamento de Hiroshima, ele se tornou o mais famoso de sua geração. No entanto, Oppenheimer foi contra o uso de bombas nucleares, em especial, a da bomba de hidrogênio.
Oppenheimer: o triunfo e a tragédia do Prometeu Americano narra a vida de Oppenheimer em detalhes reveladores. A partir de inúmeras pesquisas, o autor se baseou em registros e cartas encontrados em arquivos nos Estados Unidos e no exterior, em extensos relatórios do FBI e em cerca de uma centena de entrevistas com amigos, parentes e colegas de Oppie.
Reconstruindo o cenário social e políticos dos Estados Unidos de meados do século XX, a obra pode ser considerada um retrato novo e atraente de um homem notável, ambicioso, complexo e imperfeito cuja história se conecta profundamente aos principais acontecimentos de seu tempo: a Depressão, a Segunda Guerra Mundial e a Guerra Fria.
Neste ano, o filme dirigido e roteirizado por Christopher Nolan se consagrou como o grande vencedor da 96ª edição do Oscar. Além de ter levado a estatueta de Melhor Filme, o longa-metragem conquistou outras seis categorias: Melhor Ator, Melhor Diretor, Melhor Ator Coadjuvante, Melhor Montagem, Melhor Fotografia e Melhor Trilha Sonora Original.
Assassinos da lua das flores, de David Grann
O povo indígena Osage, de Oklahoma, eram as pessoas com a maior renda per capita dos Estados Unidos nos anos da década de 1920. No entanto, eles começaram a ser mortos e as primeiras vítimas são a família de Mollie Burkhart.
Com o passar do tempo, os homicídios contra os nativos americanos se intensificaram sempre em condições misteriosas. Nessa parcela remanescente do Velho Oeste, habitada por malfeitores como Al Spencer, conhecido como "o terror fantasma", e onde magnatas e homens do petróleo, como J. P. Getty, fizeram fortuna, muitos dos que ousaram investigar os assassinatos também perderam suas vidas a favor da causa.
O recém-criado FBI assume o caso e o jovem diretor, J. Edgar Hoover, convoca um antigo Ranger texano chamado Tom White para ajudá-lo. White reúne uma equipe secreta ― que inclui um agente indígena infiltrado na região ― e, junto com os Osage, expõe uma das conspirações mais assombrosas da história americana.
O longa-metragem dirigido por Martin Scorsese e com um elenco de peso, como Leonardo Di Caprio, Lily Gladstone, Robert De Niro, Brendan Fraser e Jesse Plemons, foi indicado para 10 categorias, incluindo Melhor Filme, Melhor Atriz, Melhor Direção, Melhor Canção Original, Melhor Trilha Sonora Original, Melhor Fotografia, Melhor Montagem, Melhor Ator Coadjuvante, Melhor Figurino e Melhor Design de Produção. No entanto, não levou nenhuma.
Zona de interesse, de Martin Amis
Em Auschwitz, na região sul da Polônia, a chamada Zona de Interesse era o local onde os judeus recém-chegados passavam pela triagem. Neste processo, era determinado quais seriam destinados aos trabalhos forçados ou às câmaras de gás.
A obra se passa em agosto de 1942. Alternando entre vários pontos de vista, cada testemunha narra um aspecto dos momentos que visualizam. O primeiro é Golo Thomsen, oficial nazista que está de olho na mulher do comandante. Paul Doll, o segundo, é quem decide o destino de todos os judeus. E Szmul, o terceiro, chefia a equipe de prisioneiros que ajudam os nazistas na logística do genocídio.
No Oscar deste ano, Zona de Interesse, filme escrito e dirigido por Jonathan Glazer, venceu a categoria de Melhor Filme Internacional.
A cor púrpura, de Alice Walker
Lançada em 1982, a obra conta a história de Celie, uma mulher negra que vive no Sul rural dos Estados Unidos, durante o período de segregação racial. A jovem sofre diversos tipos de violência de seu padrasto e do homem com quem é obrigada a se casar. No entanto, sua vida muda após a chegada de Shug Avery, amante de seu marido que a ajuda a descobrir mais sobre si mesma.
Considerada uma obra-prima de Alice Walker, o livro aborda a disparidade entre gêneros, além do racismo, da misoginia e da desigualdade social. A narrativa é construída por meio das cartas escritas por Celie a Deus e a sua irmã, Nettie, de quem foi obrigada a se separar.
O livro foi adaptado para o cinema, no formato de um musical, pelo diretor Blitz Bazawule. A produção foi indicada ao Oscar na categoria de Melhor Atriz Coadjuvante para a americana Danielle Brooks. No entanto, a categoria foi vencida por Da'Vine Joy Randolph por sua atuação em Os rejeitados, filme dirigido por Alexander Payne.